
Uma resposta para o impasse entre taxistas de Belo Horizonte e o aplicativo Uber em at� 40 dias. Essa � a proposta que foi apresentada ontem pelo presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, e que foi aceita pela C�mara Municipal da capital durante audi�ncia p�blica para discutir o tema na sede do legislativo municipal. Taxistas, vereadores e a BHTrans v�o constituir uma comiss�o de estudos para elaborar um projeto de lei que pretende achar uma solu��o para o caso. Por�m, apesar de presente na audi�ncia, o presidente da BHTrans n�o se manifestou favor�vel ou contr�rio ao Uber, atribuindo � futura comiss�o a responsabilidade por definir se a ferramenta ser� regulamentada ou tornada irregular. Especialistas acreditam que a posi��o do poder p�blico sobre o tema deve ser urgente, j� que os �nimos t�m se acirrado n�o s� em BH, como em outras cidades do pa�s, causando at� mesmo agress�es f�sicas. Na �ltima sexta-feira, um m�sico foi agredido por tr�s taxistas ap�s ser impedido pelos motoristas de usar um carro do Uber no Bairro Uni�o, Regi�o Nordeste de BH.
Apesar do an�ncio do vereador Preto (DEM), que � presidente da Comiss�o de Desenvolvimento Econ�mico, Transporte e Sistema Vi�rio da C�mara, garantindo a constitui��o de uma comiss�o de estudos, BHTrans e Pol�cia Militar n�o anunciaram nenhuma mudan�a de comportamento com rela��o ao Uber ou manifestaram opini�es sobre o funcionamento do servi�o. “� para isso que n�s estamos formando uma comiss�o. Se tiv�ssemos essa resposta t�o imediata, n�s n�o formar�amos uma comiss�o para estud�-la”, disse o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar. A Pol�cia Militar promete continuar fiscalizando o tr�nsito da cidade autuando prestadores de transporte remunerado que n�o possuam licen�a, mas n�o h� a��o focada apenas com esse intuito. “A PM n�o vai aumentar a fiscaliza��o espec�fica para esse tipo de servi�o. Se constatarmos a situa��o, n�s atuaremos”, diz o tenente Paulo S�rgio Barbosa, do Batalh�o de Pol�cia de Tr�nsito (BPTran). A infra��o � considerada m�dia, cuja puni��o � uma multa de R$ 85,13 e a perda de quatro pontos na carteira.
Representando o coronel C�cero Cunha, que � o comandante de Policiamento da Capital, o tenente Paulo S�rgio disse que a corpora��o deve ser acionada caso ocorram brigas ou desentendimentos que possam terminar com agress�es f�sicas ou depreda��o de bens materiais, independentemente de quem for agredido. Em seu discurso no plen�rio da C�mara Municipal, o militar pediu que os taxistas n�o tentem intimidar condutores do Uber. “Cabe a ele (passageiro, motorista do Uber ou taxista) acionar a PM. N�s comparecemos ao local e adotaremos as medidas cab�veis. Lavraremos o boletim de ocorr�ncia e, se necess�rio, levaremos os respons�veis � delegacia”, afirma.
�NIMOS ACIRRADOS O presidente do Sindicato dos Taxistas (Sincavir), Ricardo Faedda, atribuiu o acirramento dos �nimos � entrada no sistema dos motoristas que ele considera clandestinos. O dirigente acredita que alguns taxistas t�m perdido o controle pois vivem uma guerra psicol�gica e acabam ficando com as “emo��es afloradas” pelo risco que a categoria corre economicamente com a entrada do Uber. “O sindicato orienta que cada um deve acionar a PM quando presenciar o transporte clandestino. Tem que prevalecer a ordem”, afirma.
O advogado Carlos Cateb, que participou da elabora��o do C�digo de Tr�nsito Brasileiro (CTB), entende que qualquer um pode exercer o servi�o de transporte desde que respaldado pela legisla��o, o que n�o � o caso do Uber. Como o servi�o foi bem-aceito pela popula��o e o embate com os taxistas tem causado problemas, ele considera urgente um posicionamento do poder p�blico. “As autoridades t�m que tomar uma atitude urgente para que essa situa��o n�o vire uma guerra e pessoas inocentes sejam agredidas e prejudicadas. Em segundo lugar, a Pol�cia Militar n�o pode permitir nenhum tipo de agress�o e tem que prender os respons�veis em flagrante”, afirma.
A opini�o de centenas de taxistas que lotaram as galerias do Plen�rio Amynthas de Barros para participar da audi�ncia p�blica foi a mesma. Em todos os momentos, eles gritavam palavras de ordem contra o Uber. A gerente de Rela��es Governamentais do aplicativo, Andrea Leal, foi vaiada e interrompida em praticamente todo o tempo em que falou no plen�rio. “A gente quer discutir a regula��o. Em nenhum lugar do mundo que a Uber est�, o t�xi deixou de existir. Os dois se complementam. Queremos a oportunidade de mostrar os benef�cios. A concorr�ncia pode ser ben�fica”, disse. Via assessoria de imprensa, a empresa informou que est� � disposi��o para colaborar com a comiss�o anunciada ontem com informa��es sobre o aplicativo em outras cidades do mundo.

Falta 'preto' na hora do rush
Enquanto o aumento da circula��o de carros do aplicativo Uber fomenta o debate sobre a regulariza��o da ferramenta em BH, j� � poss�vel perceber algumas dificuldades na plataforma que deixam passageiros sem a oferta do servi�o em hor�rios de alta demanda no fim de semana da capital mineira. A reportagem n�o encontrou ve�culos dispon�veis na �ltima sexta-feira e tamb�m no s�bado, entre 22h e 0h, por conta da alta procura pelo servi�o. Outro problema tamb�m foi verificado com uma das promo��es disponibilizadas pela empresa no s�bado. Houve oferta de cr�ditos para corridas usando um determinado c�digo promocional que n�o funcionou.
No fim da noite de sexta-feira, o Estado de Minas teve dificuldades para encontrar ve�culos. Ao abrir o aplicativo e tentar solicitar um carro, aparecia a mensagem de que n�o havia ve�culos para fazer o transporte nem na Savassi nem no Centro. Outra situa��o que incomodou a popula��o foi a promo��o da empresa para contemplar participantes de um evento que ocorreu no Mercado das Borboletas, no s�bado � noite. Na p�gina de uma rede social da festa batizada de @bsurda havia um c�digo promocional. Quem usasse esse c�digo e ainda n�o fosse cliente, teria cr�ditos de R$ 50 em uma corrida com o aplicativo.
V�rias pessoas disseram que aparecia a mensagem de “c�digo inv�lido”. Em nota, a empresa afirma que como os motoristas trabalham o dia e a hora que desejam, � poss�vel haver varia��o na oferta do servi�o. Atualmente, o tempo m�dio de espera por um carro da Uber no Centro de BH � de cinco minutos, segundo o texto. Sobre a promo��o, a empresa admite que teve problemas t�cnicos e criou um novo c�digo que garante R$ 50 de cr�dito para uma viagem somente para novos usu�rios. A a��o � v�lida apenas nos pr�ximos sete dias.
Agress�o em S�o Paulo
Um motorista do aplicativo Uber, que pediu para n�o ter a idade e o nome revelados, foi sequestrado e agredido na madrugada de s�bado, o Itaim Bibi, �rea nobre da zona sul de S�o Paulo. A v�tima disse ter levado at� um soco na boca dos agressores, que se anunciaram como taxistas e fugiram sem ser identificados. Ao descer do carro, o motorista do aplicativo ligou para avisar a fam�lia dele sobre o crime e acionar a pol�cia. Um dos taxistas, diz ele, entrou no carro dele e fugiu. Quatro horas depois, a Pol�cia Militar encontrou o ve�culo “totalmente danificado”, segundo o boletim de ocorr�ncia.