
Os tradicionais jalecos brancos dos m�dicos, enfermeiros, t�cnicos de enfermagem e de laborat�rio do Hospital Odilon Behrens (HOB), em Belo Horizonte, foram substitu�dos na manh� de ontem por camisas e cal�as pretas. Cerca de 100 funcion�rios do hospital se reuniram em frente ao pronto-socorro usando roupas escuras para protestar contra a transfer�ncia do setor de urg�ncia e emerg�ncia para a nova Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Noroeste II, que fica em anexo ao pr�dio, com entrada pela Rua Saldanha Marinho. Faixas com cr�ticas � atual gest�o foram usadas pelos manifestantes, que chamaram a mudan�a de “upaliza��o”. Eles tamb�m levaram um caix�o para simbolizar a morte da sa�de p�blica municipal.
Um dos porta-vozes do protesto, o m�dico Leonardo Paix�o disse que o objetivo da mobiliza��o � para que eles continuem fazendo o que fazem diariamente: salvar vidas. Com a mudan�a, que ocorrer� amanh�, segundo ele, haver� perda de 12 leitos para pacientes do centro de urg�ncia e emerg�ncia. “Hoje, s�o 22 leitos no pronto-socorro. V�o sobrar apenas quatro, e seis ser�o disponibilizados na UPA, que n�o tem a estrutura complexa de um hospital para atender pacientes graves. Nossa luta � para garantir a perman�ncia do espa�o equipado, com recursos t�cnicos e humanos, e que est� amea�ado com a mudan�a”, disse Paix�o, que � especialista em cl�nica m�dica e funcion�rio do HOB h� 12 anos.
O cl�nico afirmou que n�o houve reuni�o da dire��o do hospital com os funcion�rios para explicar as altera��es e que eles s� foram informados da decis�o na �ltima semana, por meio de mensagem encaminhada por WhatsApp. Ainda segundo ele, o caso � bastante emblem�tico e, inclusive, n�o � uma situa��o in�dita na atual gest�o. “O Hospital Nossa Senhora Aparecida, complexo tamb�m anexo ao Odilon, tinha 50 leitos de cl�nica m�dica at� meados de julho. Da noite para o dia, com o mesmo tipo de aviso, foi comunicado que metade dos leitos seria fechada para que aquela unidade recebesse a UPA Nordeste”, informou Paix�o.

ESTRUTURA Para os manifestantes, a abertura de novas UPAs e diminui��o de leitos de urg�ncia e emerg�ncia n�o � solu��o e ainda coloca em risco a popula��o, que perde vagas e ainda fica sem leitos de retaguarda. Os servidores explicaram ainda que o novo espa�o pode at� ser maior e mais moderno, por�m, est� programado para atendimento de casos menos complexos e n�o tem a estrutura do Odilon Behrens, que � refer�ncia em emerg�ncia em Minas, composto por sala de tomografia, bloco cir�rgico, banco de sangue, laborat�rio completo e conta com profissionais especializados.
Em nota, a Secretaria Municipal de Sa�de (SMS) informou que a mudan�a da unidade de acolhimento do Hospital Odilon Behrens para a UPA proporcionar� � popula��o e aos trabalhadores melhores acomoda��es e um fluxo exclusivo para os atendimentos de urg�ncia e emerg�ncia. Isso porque a nova unidade tem espa�o duas vezes maior que o pronto-socorro e instala��es mais modernas e amplas. Tamb�m foi informado que o funcionamento da nova unidade possibilitar� uma reorganiza��o no hospital, visando � acomoda��o de leitos de cuidados cr�ticos em unidade de terapia intensiva.
Sobre a reclama��o de perda de leito dos servidores, o esclarecimento � que n�o “haver� supress�o, mas a qualifica��o dos mesmos”. Segundo a assessoria do hospital, ser�o seis leitos para a sala vermelha, disponibilizados para os casos de urg�ncia e emerg�ncia, e 12 para a sala amarela, para os pacientes menos graves, totalizando 18 vagas, mesmo n�mero do pronto-socorro do HOB, e que o total de 22 vagas � quando o atendimento ultrapassa o limite.
Quanto � situa��o dos funcion�rios, a informa��o passada foi que a equipe do hospital, que hoje j� trabalha na aten��o de pronto atendimento no pr�dio atual, passar� a atender na nova unidade. A SMS afirmou que houve um aumento de 50% da demanda de atendimento nas unidades municipais de sa�de nos primeiros quatro meses de 2015 e queda de 9% de �bito, mesmo com a sobrecarga no servi�o.