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Estado de Minas

Minas Gerais tem m�dia de 1,4 mil casos de hansen�ase em cinco anos

Incid�ncia da hansen�ase no Brasil em 2014 foi de 1,27 por 10 mil habitantes


postado em 20/09/2015 11:00 / atualizado em 20/09/2015 11:05

“Tudo come�ou com o calo no p�. Eu amarrava um pano e punha rem�dio, mas ficava sempre doendo. N�o sabia o que era”


Daniel Jos� de Almeida, de 80 anos, internado desde 1993

Com inoc�ncia, o garimpeiro Daniel Jos� de Almeida,  natural de Rubim, Norte de Minas, abstraiu a dor nos p�s, que nunca findava. Durou cerca de cinco anos, mas ele n�o podia se afastar da busca incans�vel do garimpo. Se largasse m�o da bateia, algum colega fisgaria a preciosa pedra alexandrita. “Mesmo defeituosa, uma fa�sca dela vale mais de R$ 1 milh�o”, diz. Mas o pre�o foi alto demais. Em vez de fortuna, Daniel ganhou um terr�vel diagn�stico. “Nunca tinha ouvido falar dessa tal de hansen�ase, mas o doutor me mandou tratar aqui em Santa Isabel. Os outros ficaram com medo de vir”, conta. P�s e m�os dormentes, o idoso permanece internado na ex-col�nia desde 1993.

 

Atualmente, a hansen�ase tem cura e n�o � mais cercada pelo estigma, preconceito e retirada do conv�vio social que marcaram a vida de pessoas que contra�ram a doen�a no passado. Mas ela continua presente no Brasil. Segundo o Minist�rio da Sa�de, a preval�ncia da hansen�ase (medida pelo n�mero de pessoas em tratamento) no Brasil foi 1,27 por 10 mil habitantes em 2014, sendo que, em 2004, a preval�ncia era de 1,71 por 10 mil habitantes (redu��o de 25,7% em 10 anos). Ainda segundo o Minist�rio, a taxa de cura da doen�a no pa�s foi de 84% em 2014, sendo em que uma d�cada antes era de 69,3%. Em Minas Gerais, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Sa�de,  houve em m�dia 1.400 casos novos a cada ano nos �ltimos cinco anos. Em 2014, foram notificados 1.187 casos. Uma constata��o foi que 1,7% dos novos casos foram diagnosticados com deformidade, indicando um percentual ainda elevado de diagn�stico tardio.

O sinal de alerta contra a hansen�ase est� ligado em Curral de Dentro, de 6, 9 mil habitantes, munic�pio carente do Norte de Minas, considerado como end�mico para a enfermidade. Em 2015, foram notificados tr�s novos casos da doen�a no munic�pio. Entre os casos est� o do servente de pedreiro “Marcelo” (nome fict�cio), que recebeu o diagn�stico no in�cio do ano. “Apareceram umas manchas e uns caro�os nas minhas pernas”, diz o jovem.  Um irm�o dele tamb�m foi acometido pela hansen�ase e conseguiu se curar.

A hansen�ase, do cont�gio ao tratamento e � Cura

 

A doen�a
A bact�ria Mycobacterium leprae, respons�vel pela hansen�ase, foi descrita por Gerhard Hansen (nome do cientista que deu origem � palavra hansen�ase), em 1873. A transmiss�o se d� por meio de espirros e tosse, por exemplo, de uma pessoa doente e sem tratamento. A bact�ria n�o � muito contagiosa e depende de um contato �ntimo e prolongado com o doente que n�o foi tratado.


Sintomas
Os principais sintomas s�o manchas avermelhadas, esbranqui�adas ou amarronzadas no corpo com diminui��o ou perda de sensibilidade ao calor, tato e � dor; caro�os avermelhados �s vezes doloridos; sensa��o de choque com fisgadas ao longo dos bra�os e pernas; �reas com diminui��o de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando � perda da for�a do quinto dedo da m�o.

Tratamento
A hansen�ase provocava muitas mutila��es, o que explica o estigma que acompanhou a doen�a. Na falta de tratamento, o bacilo provoca uma doen�a que afeta a pele, os olhos, os nervos e os �rg�os internos. De 20 anos para c�, o antibi�tico rifampicina mata 90% dos bacilos presentes no organismo com uma dose �nica. Essa droga tamb�m � usada no tratamento da tuberculose.

Cura
A hansen�ase tem cura. �s vezes, por�m, os doentes ficam sem diagn�stico nas �reas em que o acesso ao servi�o de sa�de � dif�cil, ou porque n�o procuram os m�dicos. O Brasil ainda � o campe�o mundial de preval�ncia de hansen�ase. O tratamento � gratuito e inclui um coquetel de antibi�ticos, podendo durar at� um
ano e meio.

Extin��o
Algumas das estrat�gias adotadas pelo Minist�rio da Sa�de para tentar eliminar a hansen�ase s�o ampliar a oferta de servi�os de diagn�stico e tratamento e intensificar a busca de casos em crian�as e em �reas com maior incid�ncia da doen�a, como Mato Grosso, Maranh�o, Tocantins, Rond�nia, Par� e Goi�s. A doen�a � considerada extinta  no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, S�o Paulo, Rio de Janeiro, Paran�, Rio Grande do Norte e Alagoas, al�m do Distrito Federal.

Cont�gio
Como o tratamento � quase uma garantia de que o indiv�duo n�o transmitir� mais a doen�a, porque 90% dos bacilos desaparecem com a primeira dose do antibi�tico, n�o h� necessidade de campanhas para evitar o contato com os doentes.

Baixa renda
A manifesta��o da hansen�ase depende muito do sistema imunol�gico do indiv�duo que entra em contato com a bact�ria. M�s condi��es nutricionais, sociais e de higiene interferem na resposta e efici�ncia desse sistema. Por isso, a doen�a � mais prevalente na popula��o
de baixa renda.


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