
No interior do segundo bairro mais populoso de Belo Horizonte, o Buritis, na Regi�o Oeste, com pouco menos de 30 mil habitantes, uma das trilhas mais dif�ceis e �ngremes da capital segue margeando o C�rrego Ponte Queimada desde sua nascente, no Bairro Olhos D’�gua, no Barreiro, at� o Parque Aggeo Pio Sobrinho. Poucas pessoas podem fazer a trilha, pois � preciso pedir autoriza��o � zeladoria do parque, que disponibiliza guias para escolas e interessados, por�m muitos desistem nos primeiros 300 metros. Completar a passagem at� o Bairro Olhos D’�gua foi o desafio mais �rduo da reportagem do Estado de Minas para mostrar algumas das trilhas in�spitas da capital mineira. A surpreendente diversidade de vida animal dentro do parque, por outro lado, compensa o passeio, mesmo que no trecho inicial, onde �s margens do c�rrego se avistam esquilos cinzentos, micos-estrela, borboletas de asas coloridas, lagartos e cobras. A presen�a de serpentes venenosas, no entanto, exige precau��o, mesmo onde a visita � permitida.
Nem tudo � bonito e preservado. O lixo gerado nas partes mais altas, onde ficam os bairros, acaba sendo carreado por canaliza��es sanit�rias at� o fundo do vale. Canos clandestinos pendendo de barrancos tamb�m despejam esgoto e �gua de quintais de edifica��es vizinhas ao parque.
No caminho pelo leito do Ponte Queimada, pedras soltas tamb�m escondem perigos. Na quinta-feira, quando a reportagem passou por l�, as rochas que se desprenderam libertaram aranhas e uma cobra-d’�gua. O r�ptil n�o � venenoso, mas esp�cies pe�onhentas s�o avistadas na mata, como cascav�is e jararacas. “� preciso vir de botas de cano longo para evitar que a picada de uma cobra atinja o calcanhar”, avisa Jos� Higino, um dos respons�veis pelo parque. A chegada � nascente, que � um filete de �gua no fundo de uma garganta � beira do Bairro Olhos D’�gua, sob a antiga f�brica da Vide Bula, � s� um breve al�vio, pois n�o h� como retornar pelo mesmo caminho, e n�o h� trilhas batidas para chegar ao bairro. Testando a passagem pelo matagal � que se chega � Rua Adelino Testi.
ROLA MO�A Caminhadas menos intensas e mais seguras podem ser feitas no Parque da Serra do Rola Mo�a, que tem entradas pelo Barreiro e pelo Jardim Canad�, em Nova Lima, na Grande BH. H� duas trilhas que levam a cachoeiras e a mirantes de onde se avistam cidades da regi�o, como Brumadinho e Ibirit�. Na Trilha das Pitangas, o percurso de 2 quil�metros termina numa cachoeira de �guas e de mesmo nome. Uma das partes mais dif�ceis � a escadaria de 350 degraus que precisa ser ultrapassada. O casal Ralfo Camargo, de 63 anos, e S�lvia Camargo, de 57, de Ara�atuba (SP), se surpreendeu com a beleza dos caminhos da serra, mesmo com a proximidade com a capital mineira. “N�o esperava ver um lugar t�o bonito. Foi surpreendente e lindo respirar esse ar puro da montanha, ver mirantes t�o bonitos”, disse S�lvia.