Lentid�o dos �nibus em BH desestimula troca do transporte individual pelo p�blico

Formas alternativas de deslocamento ao transporte individual para reduzir impactos ao meio ambiente e ao tr�nsito intenso de BH foram incentivadas, nessa ter�a-feira, no Dia Internacional sem Carro, sendo que a BHTrans at� instalou uma varanda urbana (parklet) numa vaga da Avenida Afonso Pena para  fomentar essa mudan�a. Contudo, as condi��es atuais do transporte p�blico ainda n�o s�o atrativas o suficiente para que donos de autom�veis deixem seus ve�culos nas garagens e tomem �nibus ou metr� na capital mineira.

O desempenho dos �nibus deixa a desejar em v�rios quesitos (veja tabela). A velocidade de deslocamento dos passageiros no hor�rio de pico da tarde, por exemplo, n�o passa de 15,9 km/h, inferior � carreira de um porco, que chega a atingir 17 km/h, ou a acelera��o de uma carro�a, de 28 km/h. Mesmo quem quer caminhar encontra obst�culos, como a baixa propor��o de sem�foros com tempo para travessia de pedestres, que s� existe em 13,6% dos equipamentos, restando a quem est� a p� esperar por uma folga no tr�fego para cruzar as vias.  O sistema de metr�, com apenas uma linha, tamb�m limita consideravelmente essa modalidade de transporte como op��o.

Os dados, referentes ao ano passado, constam do Observat�rio de Mobilidade divulgado pela BHTrans. No que diz respeito � velocidade dos �nibus e das linhas do Move implantadas at� 2014, o desempenho melhorou um pouco se comparado a 2013, quando os ve�culos de transporte p�blico marcavam 15,2 km/h, mas ainda se encontra em patamar inferior aos 16,5 km/h registrados em 2008. E n�o � apenas o tempo de deslocamento que incomoda os passageiros. Os �ndices usados para avaliar o desempenho dos �nibus e que t�m nota 100 como m�xima, tamb�m s�o ruins e t�m registrado piora. No caso do cumprimento do quadro de hor�rios, a nota de 2014 foi 63,2, uma queda de 25,3% em rela��o aos 84,6 pontos de 2012. O desempenho dos ve�culos pela cidade em suas manobras e funcionamento das estruturas do servi�o ca�ram 14,8%, no mesmo per�odo, de 76,8 pontos em 2012 para 65,5 no ano passado. Mesmo com a implanta��o de �nibus maiores, plataformas de embarque em n�vel e ar-condicionado nos ve�culos, o quesito conforto n�o passou de 59,9 pontos em 2014, melhora de apenas 2,3% frente o resultado de dois anos antes, de 58,5,  apesar de um investimento da ordem de R$ 1 bilh�o no sistema.

Com tantos problemas, a ades�o das pessoas ao transporte p�blico s� poderia mesmo cair. E � o que tem ocorrido, de acordo com os dados do observat�rio. De cada 100 habitantes da capital, 60,1% usavam transporte p�blico em 2014, sendo que o dado mais antigo do estudo, de 1996, mostra uma utiliza��o dessa forma de deslocamento por 74%. “A gente, que precisa usar os �nibus porque n�o tem outra op��o, sofre demais no hor�rio de pico. Chega a irritar o tempo que leva para rodar um quarteir�o. N�o d� nem para nos distrair usando celular quando estamos sentados, porque d� medo de algu�m pular a janela e roubar”, reclama o funcion�rio p�blico Dirceu Augusto Santos, de 53 anos, que leva em m�dia 50 minutos para sair do Centro para sua casa, no Bairro Carlos Prates. A estrat�gia tem sido tentar evitar o hor�rio de pico, o que nem sempre � poss�vel. “Quando d� para ir embora antes das 17h � um al�vio. Do contr�rio, o mais frequente � resolver alguns outros problemas e s� pegar o �nibus das 19h em diante”, afirma.

Expectativa da BHTrans

Na avalia��o do diretor de Planejamento da BHTrans, Celio Freitas, o aumento da velocidade foi realmente “discreto”, mas o per�odo avaliado ainda n�o tinha o sistema Move totalmente implantado. “No ano passado, o Move teve uma implanta��o parcial. Com mais linhas e corredores exclusivos, a tend�ncia � de mais rapidez. A velocidade ideal numa cidade grande � a que se desenvolve nesses corredores, que chega � m�dia de 30 km/h no hor�rio de pico”, disse. Com isso, o diretor espera que a m�dia de 2015, a ser apresentada em 2016, seja superior � de 2014. “Temos outros planos de investimentos, que dependem de acordo com o Minist�rio das Cidades para libera��o de projetos para mais 100 quil�metros de corredores exclusivos para o transporte p�blico. Uma das �reas pretendidas � a Avenida Portugal, que apresentaria uma melhora na circula��o dos �nibus da Esta��o Pampulha”, afirma Freitas.

No caso do Metr� de BH, ainda n�o h� data para a realiza��o dos projetos de amplia��o da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho) e de implanta��o de outros tr�s ramais que abrangeriam mais �reas da cidade. De acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop), “os projetos de amplia��o da Linha 1 e constru��es das Linhas 2 (Barreiro/Nova Su��a) e Linha 3 (Lagoinha/Savassi) j� foram conclu�dos e compatibilizados com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O projeto da Linha 4 (Novo Eldorado/Betim) est� em execu��o”. A Setop n�o informou qual a expectativa de in�cio das obras.