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Estado de Minas

Fiscal morto a tiros dentro de �nibus � sepultado nesta manh� em BH

Webert Eust�quio de Souza foi baleado por um passageiro que se recusava a pagar a passagem na Avenida Cristiano Machado. Outras duas pessoas ficaram feridas. O criminoso fugiu


postado em 02/10/2015 09:18 / atualizado em 02/10/2015 12:02

Fiscal assassinado deixa esposa e quatro filhos.(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press/Arquivo Pessoal)
Fiscal assassinado deixa esposa e quatro filhos. (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press/Arquivo Pessoal)

Foi sepultado na manh� desta sexta-feira no Cemit�rio da Paz, no Bairro Cai�ara, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, o corpo do fiscal Webert Eust�quio de Souza, de 33 anos, assassinado a tiros dentro de um coletivo da linha 1502 (Vista Alegre/Guarani) na manh� de quinta-feira. Um colega de Webert e uma passageira de 65 anos tamb�m foram atingidos. O atirador se revoltou porque n�o queria pagar a passagem.

Segundo o chefe dos fiscais da linha, Evandro Jos� de Souza, de 42, a empresa dos profissionais, que presta o servi�o terceirizado, decretou em luto de tr�s dias. “N�o trabalhamos hoje, em respeito � mem�ria dele. Ele era muito querido”, diz. Os colegas acompanharam a cerim�nia. Ainda segundo ele, a fam�lia de Webert est� recebendo todo o apoio necess�rio, assim como a do fiscal Rog�rio Lopes, de 46, que foi atingido por estilha�os. O profissional recebeu alta do hospital Jo�o XXIII e j� est� em casa, segundo o chefe dos fiscais.

Os conferentes de gratuidade, chamados popularmente de fiscais de �nibus, s�o respons�veis por verificar a documenta��o dos passageiros que t�m direito ao transporte gratuito e exigir que os ocupantes do ve�culo que n�o se encaixam nesse perfil paguem a passagem, evitando a chamada evas�o de renda. Webert e Rog�rio realizavam essa atividade quando foram baleados.

Na manh� de ontem, ainda no local do crime, Evandro Jos� de Souza fez um desabafo emocionado sobre a trag�dia. “O rapaz sacou a arma e deu um tiro neles. J� foi disparando neles. Agora, o motivo � por causa de R$ 3,10, n�? Levar a vida de uma pessoa por causa de R$ 3,10”.

Andr� Luiz Ribeiro, de 44, foi coordenador de Webert e o treinou para o servi�o. Ele contou que o colega era um excelente profissional, gostava do trabalho e era uma pessoa tranquila. “Isso a� a gente fica desnorteado. As pessoas v�m falar mal da gente, mas n�o sabem o que est� acontecendo na rua, no dia a dia”. Em entrevista ao em.com.br ontem, ele falou dos riscos da profiss�o. “Temos colete, temos uniforme, mas �s vezes a gente � obrigado a trabalhar sem colete e sem uniforme, porque ficamos muito visados. Por causa disso a�, por causa dessa bagun�a”, lamentou. “Tem gente que fala que vai matar a gente, que vai dar tiro na gente, s� por causa de R$ 3,10, uma passagem simples. � s� pagar, gente. N�o tem nada � ver uma coisa com a outra”. 

O crime aconteceu por volta das 7h50, em um ponto da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Ipiranga, Regi�o Norte. Segundo o delegado Emerson Morais, testemunhas contaram que o autor dos disparos entrou no ve�culo na Rua A, no Bairro Primeiro de Maio, 10 minutos antes do crime. N�o passou pela catraca e ficou pr�ximo � escada. Quando o coletivo passou pr�ximo ao Hotel Ouro Minas, na Avenida Cristiano Machado, houve a abordagem dos fiscais, que pediram para todos os que estavam antes da roleta pagassem a tarifa.

O �nibus estava lotado na hora do crime. “Testemunhas disseram que o assassino ficou na escada e, depois da ordem do fiscal, fingiu que iria pagar a passagem. Quando chegou pr�ximo � catraca, sacou uma arma e disse: ‘Quer que pague a passagem? Ent�o toma aqui seus R$ 3,10’. Depois disso, atirou”, relatou o delegado. Ele explicou que foram dois disparos no peito da v�tima, que caiu no piso do �nibus, quando foi alvejada mais tr�s vezes, nas costas. O assassino fugiu pela Avenida Cristiano Machado e at� o momento n�o foi localizado. A Pol�cia Civil informou hoje que as buscas continuam.


Polícia Civil divulgou imagem do atirador(foto: Reproduçaõ/Polícia Civil)
Pol�cia Civil divulgou imagem do atirador (foto: Reprodu�a�/Pol�cia Civil)
Delegado acredita em vingan�a

O delegado respons�vel pelas investiga��es trabalha com a hip�tese de vingan�a. Segundo apurou a Pol�cia Civil, Webert e outros dois fiscais j� haviam sido jurados de morte pelo autor no dia anterior, quando foi colocado para fora do �nibus por j� ter o costume de n�o pagar a passagem. Na manh� de quarta-feira, o autor chegou a agredir fisicamente um colega da v�tima. O autor foi reconhecido por imagens de c�meras de seguran�a e � procurado pela pol�cia, que ainda n�o tem a sua identifica��o. Depois da briga de quarta-feira, ele chegou a ir � garagem de �nibus, mostrou um rev�lver para os fiscais e prometeu “acertar as diferen�as”.

A briga de quarta-feira foi nas proximidades da Rua Jacu�, dentro de um �nibus da linha 1509. “Os fiscais abordaram o autor dentro do �nibus, pois ele j� tinha o costume de descer pela porta da frente sem pagar passagem. Disseram: 'Voc� n�o faz isso mais, tem que pagar passagem'. O autor n�o gostou muito de ter sido chamado � aten��o e houve discuss�o. Um outro fiscal, que n�o foi a v�tima, chegou a agredir o autor, que disse: 'Voc�s gostam de bater nas pessoas? Isso n�o vai ficar assim, n�o. Eu vou tirar essa diferen�a com voc�s'”, segundo o delegado.

Mais tarde, o autor foi para a porta da garagem de �nibus e mostrou um rev�lver, dizendo a um outro fiscal envolvido na briga que ele poderia sumir que o encontraria de qualquer forma “para tirar a diferen�a”. O criminoso quando foi � garagem estava acompanhado de um outro homem, que tamb�m est� sendo procurado. Ele tem defici�ncia nos bra�os e nas pernas, mas consegue andar sem ajuda de cadeira de rodas ou muleta. Ele moraria no Bairro Primeiro de Maio ou no Provid�ncia. Na garagem, esse segundo homem teria instigado o autor a matar os fiscais. “Isso mesmo, tem que matar. Ele � safado, mesmo”, teria gritado o comparsa. (Pedro Ferreira)

Passageiros entraram em p�nico. Veja o v�deo.



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