
Uma das regi�es de com�rcio mais vibrantes e tradicionais de Belo Horizonte, a Savassi das lojas de grife, dos bons restaurantes e da intensa movimenta��o de pessoas volta a sofrer com a falta de seguran�a. Depois de um m�s de al�vio conseguido com a pris�o de uma quadrilha especializada em arrombamentos que agia na regi�o, os furtos a lojas durante a noite voltaram a ocorrer. O �ltimo caso foi o da loja do estilista Ronaldo Fraga, na madrugada de sexta-feira, na Rua Fernandes Tourinho. De acordo com outros lojistas, donos de restaurantes e clientes que v�o � Savassi, a situa��o � mais complicada � noite, com arrombamentos de ve�culos e achaques e amea�as dos flanelinhas, mas tamb�m h� casos de assaltos � m�o armada durante o dia.
O problema da seguran�a na Savassi, com �nfase para o arrombamento de lojas, � tema recorrente das reuni�es peri�dicas entre comerciantes, entidades de classe e a Pol�cia Militar (PM). No �ltimo encontro, semana passada, os lojistas foram convidados a preencher um question�rio com informa��es sobre suas rotinas para abrir e fechar a loja. O resultado do levantamento ser� apresentado em novo encontro, dia 27, quando a PM vai orientar comerciantes com dicas de seguran�a. “Mas, infelizmente, para tentar resolver a situa��o a curto prazo, os lojistas devem se proteger. E uma sugest�o que vamos dar a eles � instalar portas de a�o na frente das vitrines, para fech�-las � noite”, afirma o diretor do Conselho Savassi da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Alessandro Runcini.
Segundo o diretor, que tamb�m � lojista na regi�o, outras medidas s�o necess�rias para melhorar a seguran�a na Savassi, mas que dependem de investimento do poder p�blico, para o qual ainda n�o h� sinaliza��o. “Hoje, existem sete quarteir�es monitorados por c�meras do Olho Vivo. Precisar�amos de pelo menos 15 a 20 c�meras, porque o n�mero existente n�o d� conta de monitorar tudo”, afirmou. Ele acentua que, apesar de contar com o esfor�o da PM para patrulhar a regi�o, o efetivo destinado � �rea ainda � baixo. “Sei que n�o existe a possibilidade de colocar um policial em cada esquina, mas o quadro de policiais precisa aumentar.” De acordo com o dirigente da CDL, a regi�o conta com aproximadamente 600 lojas. E, al�m do grave problema dos arrombamentos, ainda h� a quest�o da presen�a de grande n�mero de moradores de rua, que n�o s�o amparados por pol�ticas sociais. “Alguns deles s�o pessoas honestas. Mas h� uma turma que usa drogas e que � noite vira flanelinha, achacando pessoas que v�m � Savassi”, contou.
Apesar de reclamar da situa��o de inseguran�a, Alessandro Runcini faz quest�o de destacar que a vida diurna na Savassi � tranquila e que as compras de fim de ano n�o ser�o comprometidas por falta de seguran�a. “O problema � � noite, quando as lojas est�o fechadas. N�o estamos tendo assaltos ou outros inc�modos durante o dia”, afirma. Mas n�o � isso que relatam outros comerciantes e frequentadores da regi�o, que confirmam a ocorr�ncia de crimes no hor�rio diurno.
CLIMA DE MEDO Moradora do Bairro Sion (Centro-Sul), a advogada Cristina Magalh�es, de 58, diz ir � Savassi quase que diariamente. “J� vi v�rias pessoas sendo assaltadas na minha frente. A gente fala com os comerciantes e eles nos dizem que a pol�cia prometeu mais seguran�a. Melhora por um tempo, mas depois tudo volta a acontecer”, queixou-se. A vendedora Priscila Nara Moreira Barros, que trabalha em uma loja na Rua Ant�nio de Albuquerque, relata que o clima de medo aumenta � noite. “De dia, tem movimenta��o de gente para l� e para c�. � noite, ficamos � merc� do perigo”, diz. O gerente da loja onde Priscila trabalha, C�sar de Almeida, disse j� ter sido abordado por um assaltante quando fechava o estabelecimento. “Sei que fiz errado, mas sa� correndo. O homem mostrou algo embaixo da camisa, que deduzi ser uma arma”, disse. Na avalia��o do gerente, portas de a�o n�o s�o suficientes para frear a viol�ncia na regi�o. “Se vieram arrombar, v�o fazer de qualquer forma”, avalia.
No dia do furto em sua loja, Ronaldo Fraga teve um preju�zo de aproximadamente R$ 60 mil com as pe�as levadas pelos criminosos, al�m da destrui��o da vitrine. Os bandidos entraram encapuzados e levaram cerca de 40 pe�as da grife do estilista. Na ocasi�o, ele denunciou o aumento da viol�ncia na regi�o e disse estar mais preocupado com o pequeno lojista do que com o seu pr�prio caso. “O problema s�o os pequenos comerciantes, cuja economia � o pr�prio neg�cio. Pessoas que t�m suas economias aplicadas no pr�prio com�rcio e que est�o padecendo por falta de seguran�a. Os clientes est�o indo embora e n�o d� para se acostumar com isso de forma alguma”, disse.
A PM rebate as den�ncias de inseguran�a na Savassi e diz que os casos de arrombamentos s�o pontuais. “N�o temos criminalidade violenta na regi�o e estamos com queda nos furtos e crimes violentos em todo o per�metro da Avenida do Contorno. Os casos que ocorrem na Savassi s�o pontuais, mas geram como��o popular por ser nessa regi�o”, afirma a tenente Luana Pontes, comandante do Setor Savassi do 1º Batalh�o de Pol�cia Militar (BPM). Segundo ela, a corpora��o mant�m o policiamento diuturnamente na regi�o, com estrat�gias voltadas para a prote��o de comerciantes, moradores e pessoas que passam pelo lugar.