
Dados sobre viol�ncia nas escolas p�blicas e particulares reunidos no 9º Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica mostram que parte dos professores e diretores de institui��es mineiras sofrem com furtos, roubos, amea�as e at� tentativas de homic�dio nas unidades. A pesquisa, que tem como base a Prova Brasil 2013 do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira, feita com profissionais do ensino b�sico de todo os estados, mostra Minas Gerais com percentuais superiores � m�dia nacional em alguns itens. Segundo o estudo, 18,1% dos diretores das escolas mineiras souberam de casos em que alunos frequentavam aulas com armas brancas, como faca, quando a m�dia brasileira foi de 16,3%. Entre o mesmo p�blico, 2,5% informaram ter tomado conhecimento de estudantes com armas de fogo em ambiente escolar – no pa�s, o �ndice ficou em 2,1%. Outro dado preocupante revelado � o de que mais de 60% dos diretores de escolas entrevistados j� presenciaram agress�o verbal ou f�sica a professores ou funcion�rios.

Casos de viol�ncia s�o frequentes em escolas de Belo Horizonte. No m�s passado, chamou a aten��o de autoridades a hist�ria de uma aluna de 12 anos da Escola Municipal Fernando Dias Costas, no Bairro Taquaril, na Regi�o Leste da capital, que levou uma faca na mochila para agredir uma colega de 11 anos. A garota agarrou a v�tima pelos cabelos e s� n�o a esfaqueou porque um guarda municipal da preven��o escolar conteve a agressora.
Para Vin�cius Couto, � preciso foco maior em pol�ticas de preven��o. “Geralmente, quando se fala sobre viol�ncia nas escolas a tend�ncia � de que as pessoas pensem em maior seguran�a, em colocar mais policiais, seguran�as particulares, grades e c�meras de monitoramento. Mas o importante � abrir a escola para que a popula��o tome aquilo como algo pertencente � pr�pria comunidade”, defende.
PROGRAMA O coordenador de Educa��o em Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Estado de Educa��o, Anderson Cunha Santos, disse que o governo prepara um projeto espec�fico para tratar a quest�o da viol�ncia nas escolas, o Programa de Conviv�ncia Democr�tica (PCD). “N�o d� para ter s� medidas de enfrentamento. Temos que pensar a longo prazo”, disse. Ele afirma que o programa trabalha com quatro pilares. Um deles � a forma��o continuada de professores, dirigentes das escolas e gestores da pr�pria secretaria, envolvendo tamb�m outros profissionais, como agentes de servi�os gerais. “A forma��o continuada vai tratar de temas como diferencia��o do que � indisciplina e ato infracional”, acrescentou. Anderson informou que programas como o Escola Viva, Comunidade Ativa, que chegou a ser implantando em mais de 500 escolas, est�o sendo repensados.
J� o coordenador do Programa Rede pela Paz, da Secretaria de Educa��o de Belo Horizonte, Cristiano Paulino Leal, disse que o combate � viol�ncia � uma fun��o dos �rg�os de seguran�a p�blica, e que a prefeitura tamb�m trabalha com preven��o. “A secretaria se preocupa com a preven��o e a forma��o do corpo docente, dos alunos e da comunidade escolar como um todo. Trabalhamos com preven��o e informa��o”, disse.
Segundo ele, o Programa Rede pela Paz est� dentro de um projeto maior, que monitora a frequ�ncia escolar dos estudantes da rede municipal. Quando o aluno apresenta um comportamento mais agressivo na escola, segundo ele, a fam�lia � acionada. Cristiano informou tamb�m que a prefeitura prepara um manual de seguran�a para mostrar os caminhos para o diretor tomar as atitudes cab�veis para cada caso de viol�ncia.