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Estado de Minas

Moradores exigem respostas para a enchente na Vilarinho

Porque faltou a conclus�o de obras, j� previstas, capazes de suportar a chuva. Porque choveu em curto espa�o de tempo quase o total esperado para 15 dias. Porque a sujeira entupiu galerias que j� n�o tinham capacidade para tanta �gua


postado em 29/10/2015 06:00 / atualizado em 29/10/2015 07:29

Quando a água recuou, 60 carros ficaram empilhados no estrangulamento formado pela estação Vilarinho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Quando a �gua recuou, 60 carros ficaram empilhados no estrangulamento formado pela esta��o Vilarinho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

N�o foi a primeira vez e ainda n�o h� certeza se ser� a �ltima. No primeiro grande temporal da atual esta��o chuvosa, na noite de anteontem, uma combina��o de fatores fez lembrar os tempos em que a �gua tomava o asfalto da Avenida Vilarinho, formando um rio de lama e sujeira e deixando um rastro de preju�zo e mortes. Por uma combina��o de falta de obras, excesso de chuva, deposi��o de lixo em vias p�blicas, as cenas de horror voltaram a ocorrer, desta vez com uma dimens�o in�dita, embora felizmente sem mortes. Al�m desses fatores, moradores e comerciantes denunciam mudan�as na rede de drenagem para constru��o da Esta��o Vilarinho, do Move. Quem mora, trabalha ou passa pela avenida ainda se questionava na manh� de quarta-feira sobre a recorr�ncia das enchentes, e cobrava sa�da definitiva. Especialista da UFMG diz que solu��o t�cnica existe, mas depende de investimento. Enquanto isso, tr�s obras que somam R$ 217,6 milh�es e poderiam minimizar as inunda��es est�o atrasadas.

A lista desses projetos de drenagem inclui a terceira etapa das bacias de deten��o do Complexo da Avenida V�rzea da Palma e Vila do �ndio (R$ 163 milh�es); a implanta��o de nova bacia nos c�rregos Lareira e Marimbondo (R$ 52,8 milh�es); e interven��es nos c�rregos Brejo Quaresma e Joaquim Pereira (R$ 1,7 milh�o). Nos dois primeiros  casos, os projetos est�o em licita��o. As obras deveriam ser conclu�das no primeiro semestre de 2016, mas ainda nem come�aram.

Na avalia��o do professor M�rcio Baptista, do Departamento de Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a rede de drenagem no entorno da Avenida Vilarinho � antiga e j� n�o suporta o volume de �gua da chuva. “A galeria de drenagem � grande, mas foi dimensionada para uma situa��o que n�o existe mais. Venda Nova sofreu processo de urbaniza��o crescente, o que tornou a regi�o cada vez mais imperme�vel. � preciso a��o da prefeitura para resolver o problema”, afirmou o especialista, lembrando que a equipe da PBH tem conhecimento da necessidade de obras. “Mas s�o caras e faltam investimentos”, disse.

O pr�prio secret�rio da Administra��o Regional Venda Nova, Cl�udio Sampaio, reconheceu a necessidade de amplia��o do sistema de drenagem. Segundo ele, apesar das interven��es para evitar inunda��es, a chuva de ontem mostrou que “a prefeitura precisa ampliar a capacidade de bacias (de deten��o) na regi�o”, pois a rede de drenagem “n�o deu vaz�o para toda a �gua da chuva”. Ele afirma, no entanto, que j� h� interven��es previstas e em fase de licita��o. “Elas v�o ajudar a diminuir a velocidade da �gua que desce pela avenida”, afirmou, sustentando que a constru��o das duas bacias na Avenida V�rzea da Palma e Vila do �ndio j� contribuiu para redu��o de danos. “As obras est�o saindo do papel. Mas estas s�o interven��es que n�o s�o constru�das da noite para o dia”, disse.

Ele frisou ainda que o volume de 57 mil�metros – 46% do total previsto para todo o m�s de outubro na cidade – � alt�ssimo para o intervalo e que causaria problemas em qualquer cidade. “� um volume que ningu�m espera. N�o acontece sempre e pega todo mundo de surpresa”, afirmou Cl�udio Sampaio.

O problema de inunda��es na Avenida Vilarinho � hist�rico. Em 1997, uma grande enchente deixou a via interditada e tr�s mortos por afogamento. Segundo o secret�rio, funcion�rios da Sudecap v�o vistoriar e fazer manuten��o nos canais da rede de drenagem da via, com o objetivo de checar se h� alguma obstru��o da galeria.

Ontem a equipe do Estado de Minas percorreu os cerca de seis quil�metros da Avenida Vilarinho e encontrou ind�cios de que o c�rrego encheu em toda a extens�o da via . O resultado foram 60 carros arrastados e empilhados. Ontem foram feitas vistorias em seis dezenas de im�veis, dos quais 38 atingidos pela �gua e 24 com danos.

Mesmo em trechos bem distantes de onde ve�culos ficaram empilhados, bueiros estavam cheios de lama, galhos, folhas, pl�stico, pap�is, garrafas e outros tipos de lixo. No canteiro central da avenida tamb�m estavam espalhados pneus e garrafas pl�sticas. Em um dos bueiros localizado bem perto da pilha de carros formada pela enchente, praticamente n�o havia espa�o para a passagem da �gua. Sacos, pratos descart�veis, peda�os de isopor, garrafas e galhos bloqueavam o fluxo da �gua. J� em duas das tr�s aberturas do canal do c�rrego, muita sujeira ficou presa nas barreiras de concreto.


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