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Estado de Minas

Aproxima��o do per�odo natalino aumenta n�mero de pedintes em BH

Crescimento � por conta da busca de doa��es, mas n�o necessariamente s�o pessoas em situa��o de rua, explica coordenadora do Comit� de Popula��o de Rua da PBH. Abrigos ter�o programa��o especial como missas e confraterniza��o


postado em 05/11/2015 06:00 / atualizado em 05/11/2015 07:59

Idosa dorme aos pés de grafite na Rua Guajajaras, no Centro de BH(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Idosa dorme aos p�s de grafite na Rua Guajajaras, no Centro de BH (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

Todo ano, a hist�ria se repete: com a aproxima��o do Natal, a sensa��o � de que a popula��o de rua aumenta na capital mineira. S�o homens, mulheres e crian�as pedindo ajuda em sinais de tr�nsito, em portas de lojas e de supermercados. De acordo com a coordenadora do Comit� de Popula��o de Rua da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Soraya Romina, esse crescimento � por conta da busca de doa��es no per�odo natalino, mas n�o necessariamente s�o pessoas em situa��o de rua. Prova disso, segundo ela, � que a demanda dos servi�os oferecidos pelo munic�pio n�o sofre altera��o, como nos abrigos, rep�blicas, albergues e unidade de p�s-alta hospitalar. “A gente tem casos de pessoas que v�m da regi�o metropolitana para pedir esmola. Outras chegam do interior para tratamento de sa�de e aproveitam para pedir uma cesta b�sica na rodovi�ria para o fim de ano”, disse.

De qualquer forma, uma programa��o de fim de ano espec�fica para os abrigos, rep�blicas e centros de refer�ncia, como missas e atividades de confraterniza��o, j� est� sendo preparada pela PBH. “Um dos nossos objetivos � tentar reaproximar essas pessoas das suas fam�lias”, conta Soraya. De acordo com o Censo da Popula��o de Rua do ano passado, 1,8 mil pessoas vivem nessa situa��o na capital, das quais 1,4 mil na Regi�o Centro-Sul, boa parte no Hipercentro.

De acordo com Soraya, a Regional Centro-Sul concentra 60% dos casos de pessoas em situa��o de rua. “Estamos desenvolvendo v�rias a��es. A Pra�a Raul Soares, por exemplo, est� liberada para todo mundo usar, inclusive a pr�pria popula��o de rua. Eles s�o conscientizados de que t�m direito � cidade, mas que n�o podem ocupar o espa�o p�blico na condi��o de moradia. Estamos atuando dentro do limite da lei e n�o podemos recolher pessoas compulsoriamente”, refor�a.

Nas abordagens de rua, segundo Soraya, muitos concordam em ir para os abrigos e outros retornam para suas fam�lias. “Os equipamentos p�blicos oferecem mil vagas, fora outros servi�os como consult�rio de rua, restaurante popular, programa Bolsa-Moradia e cursos de capacita��o profissional”, refor�a.

PONTOS PARA REFLEX�O Na manh� de ontem, uma senhora idosa dormia tranquilamente no passeio da Rua Guajajaras com a Avenida Jo�o Pinheiro, no Centro de Belo Horizonte, emoldurada por uma obra do grafiteiro Gud de Assis, bastante conhecido por levar cor e reflex�o aos seus trabalhos. S�o express�es profundas que retratam a realidade e o cotidiano das pessoas. A imagem � de um homem escovando os dentes. “As pessoas n�o prestam aten��o em muitas coisas que fazem. Elas fazem tudo automaticamente. T�m que perder esse automatismo, mudar a sua percep��o sobre a vida e tentar fazer alguma coisa para torn�-la melhor”, observa o artista, de 34 anos, que tem mais de 700 trabalhados espalhados pela capital. “Muitos j� foram apagados”, lamenta.

Gud conta que descobriu seu talento com um colega que foi morar em Bras�lia (DF), em 1996, e voltou grafiteiro. “Eu era pichador e fiquei preso alguns dias por isso. N�o gostei da pris�o. Meu pai foi me buscar na delegacia e chorou muito. Resolvi, ent�o, mudar o movimento das ruas com o grafite”, disse o ex-pichador, que j� foi frentista em posto de combust�vel, vendedor de sorvete e trabalhou em loja de cal�ados.

Desde ent�o, s�o 18 anos como grafiteiro, dos quais 12 profissionalmente. “As pessoas me contratam para pintar muros e at� tapumes de obras para dar mais vida �s ruas”, disse, lembrando a exist�ncia do projeto da prefeitura “Tapume com arte”. “Muita gente me procura para pintar quartos, �reas de piscina e outros lugares da casa”, disse. Segundo ele, a sua pintura do homem escovando os dentes chama a aten��o de quem passa pelo Centro, mas a cena da moradora de rua dormindo ao lado deveria atrair mais os olhares das pessoas por ser um problema social muito s�rio.


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