
Santana do Para�so – Depois de passar por Ipatinga, no Vale do A�o, a lama que desceu das duas barragens da mineradora Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Regi�o Central do estado, e chega hoje a Governador Valadares, maior cidade da bacia hidrogr�fica, antes de seguir caminho rumo ao Leste do estado e ao Esp�rito Santo.
O abastecimento de cidades que captam �gua diretamente do manancial federal poder� ser afetado. “A a��o natural seria interromper a capta��o de �gua para ver, atrav�s de testes, a intensidade dos res�duos s�lidos e a carga qu�mica que vir�o”, afirmou o diretor-adjunto do Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (SAAE) de Governador Valadares, Vilmar Rios.
Al�m de Valadares, as outras 11 cidades que poder�o ser afetadas s�o Aimor�s, Alpercata, Conselheiro Pena, Resplendor, Tumiritinga, Galileia, Periquito e Itueta (em Minas Gerais), Baixo Guandu, Colatina e Linhares (no Esp�rito Santo).
A orienta��o do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce (CBH/Doce) � que a Copasa e os demais prestadores aut�nomos estoquem o m�ximo de �gua para um per�odo em que possa suprir a possibilidade de interrup��o dos servi�os, ainda n�o estimado.
“At� agora n�o temos informa��o de risco de inunda��es. Nossa preocupa��o � com a qualidade da �gua. Sabemos que a Samarco divulgou uma nota falando que os res�duos n�o fazem mal a sa�de, mas estamos aguardando os laudos do Igam (Instituto Mineiro de Gest�o das �guas) para ter certeza, afirmou Lucinha Teixeira, presidente da C�mara T�cnica de Gest�o de Eventos Cr�ticos do CBH/Doce.
“Enquanto a onda est� passando, a recomenda��o � que os sistemas de abastecimento parem de captar essa �gua. A onda deve durar quatro horas, talvez um pouco mais, mas para retomar a capta��o ser� preciso, primeiro, ter certeza que a �gua n�o far� mal a popula��o. E isso pode durar dias. A popula��o deve economizar �gua, porque ainda n�o sabemos quanto tempo isso vai demorar”, completou ela.
Preju�zos Equipes da Pol�cia Militar do Meio Ambiente t�m acompanhado o deslocamento da massa de lama ao longo do Rio Doce, que ontem j� tinha atingido a cidade de Ipatinga. O objetivo � observar quais ser�o os preju�zos, que constar�o em um boletim de ocorr�ncia a ser lavrado pela corpora��o.”O que est� ficando para tr�s � um cen�rio de terror, al�m do odor muito forte”, afirma o tenente �tila Porto, da Pol�cia Militar do Meio Ambiente.
A lama chamou a aten��o em Ponte Queimada, uma �rea do distrito Cava Grande, em Marli�ria, nos limites do Parque Estadual do Rio Doce. A reportagem do EM presenciou a passagem da sujeira por uma ponte met�lica do Rio Doce na BR-458, na divisa com Santana do Para�so. V�rias pessoas se reuniram, algumas at� atrapalhando a circula��o do tr�nsito, ainda sem acreditar no fato dos res�duos que sa�ram das duas barragem de Bento Rodrigues, chegarem t�o longe.
Segundo a Pol�cia Militar do Meio Ambiente, o n�vel da �gua do Rio Doce neste ponto j� tinha subido 70 cent�metros na tarde de ontem, quando a reportagem passou pelo local, em que a cor marrom j� era completamente dominante. Uma das pessoas que parou para observar foi o representante comercial Agenor Ferreira, de 56 anos, morador de Ilha do Rio Doce. “Cheguei para ver se existe algum risco para o meu povoado. Achei impressionante a capacidade da natureza empurrar toda essa lama”,afirma.