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Estado de Minas

Doen�as s�o novo perigo ap�s trag�dia de Mariana

Al�m dos preju�zos causados pela inunda��o de lama, Barra Longa agora sofre com a poeira e a amea�a de enfermidades. Popula��o j� est� sendo vacinada


postado em 13/11/2015 06:00 / atualizado em 13/11/2015 10:58

Moradores de Barra Longa são obrigados a usar máscaras para evitar a poeira(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Moradores de Barra Longa s�o obrigados a usar m�scaras para evitar a poeira (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Barra Longa – Depois do tsunami de lama, o alerta para o risco de doen�as mudou os costumes de boa parte dos moradores de Barra Longa, o primeiro munic�pio atingido pela enxurrada de min�rio da Samarco, ap�s os povoados da �rea rural de Mariana, onde funcionavam as barragens do Fund�o (rejeitos) e Santar�m (�gua). Agora, adultos e crian�as da pacata cidade, com cerca de 6,5 mil habitantes, saem de casa protegidos por m�scaras de pano contra nuvens de poeira levantadas a todo momento por tratores e caminh�es usados na limpeza.

“Infelizmente, passou a ser um acess�rio obrigat�rio. E a poeira de min�rio � pior”, indignou-se o aposentado Adalto Barbosa, de 71 anos. Ontem, ele esteve na policl�nica do lugarejo, para onde a Secretaria de Estado da Sa�de (SES) encaminhou centenas de doses de vacinas antitet�nicas e contra a hepatite B. “� uma precau��o contra doen�as que podem ocorrer em raz�o do estouro das barragens”, explicou Ana Paula Medrado, diretora de Pol�ticas de Aten��o Prim�ria � Sa�de da SES.

A educadora Sandra Aparecida Carneiro, de 48, foi uma das primeiras moradoras a se vacinar. Ela teve contato direto com a lama, que invadiu sua casa, empenou as portas e destruiu v�rios m�veis. As marcas nas paredes mostram que os rejeitos de min�rio e o barro subiram quase dois metros em alguns c�modos. “A gente fica perdida. J� temos tantas dificuldades numa cidade pequena”.

Sandra parece n�o acreditar na cat�strofe que a obrigou a deixar a casa, a 300 metros do Rio do Carmo. A lama foi levada at� o leito pelo tribut�rio Gualacho do Sul, onde um n�mero incont�veis de peixes, como dizem moradores, morreram. A sobra de min�rio matou dourados, til�pias, piabas, entre outras. Capivaras e outras esp�cies que ocupavam as margens dos rios tamb�m n�o resistiram ao desastre.

DANOS NOS IM�VEIS A for�a dos rejeitos danificou im�veis no entorno da pra�a principal, afetou o varejo e colocou empregos em risco. Alguns comerciantes n�o sabem quando voltar�o a abrir as portas. Houve quem precisou quebrar paredes para retirar a lama. A destrui��o levou pessoas �s l�grimas. A vida na cidade, como acredita Jos� Geraldo Gazeta, de 54, vai demorar a voltar ao normal. O ch�o parece ter se aberto diante dos p�s dele, um aposentado por invalidez com rendimento mensal de um sal�rio m�nimo. Jos� fez um empr�stimo banc�rio de R$ 7 mil e mobiliou sua casa, a 100 metros do rio. “N�o sei o que vou fazer, pois devo muitas presta��es e a lama acabou com muita coisa. Derrubou o muro. Levou um computador, tr�s guarda-roupas, colch�es, camas, cadeiras, entre outras coisas. Moro com minha esposa, o tio dela, minha m�e e uma neta”.

Ele recorda da noite em que a lama das barragens chegou a Barra Longa. “Minha fam�lia n�o dormiu. Foi desesperador. Tivemos de deixar nossa casa. Estamos morando de favor no lar da minha sogra”. Jos� ergueu sua casa pr�ximo � igreja de Nosso Senhor do Bom Jesus. O templo tamb�m foi v�tima do tsunami. Oper�rios passam o dia limpando o lugar sob o olhar atento de fi�is.

O vaiv�m de retroescavadeiras e tratores na cidade levanta nuvens de poeiras a todo momento. Caminh�es-pipas molham as vias para reduzir a poeira, mas a medida n�o � suficiente para aliviar a dor causada pela trag�dia. “Ainda d� vontade de chorar”, resume o servidor p�blico Ant�nio Ladim.


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