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Estado de Minas

Beatifica��o de Padre Victor re�ne cerca de 15 mil pessoas em Tr�s Pontas

Uma gravidez imposs�vel para a ci�ncia e pedida em novena � reconhecida pela Igreja


postado em 15/11/2015 06:00 / atualizado em 15/11/2015 09:14

Milhares de fiéis assistiram à cerimônia religiosa e se emocionaram com o painel da nova imagem do beato colocado ao lado do altar(foto: Marcel Henriques/Prefeitura de Três Pontas)
Milhares de fi�is assistiram � cerim�nia religiosa e se emocionaram com o painel da nova imagem do beato colocado ao lado do altar (foto: Marcel Henriques/Prefeitura de Tr�s Pontas)

S�bado de festa religiosa e muita alegria em Tr�s Pontas, no Sul de Minas. Depois da espera de 22 anos, milhares de pessoas – o n�mero divulgado foi de 15 mil pessoas, apesar dos organizadores esperarem at� 100 mil pessoas – participaram, numa tarde de c�u parcialmente nublado, da cerim�nia de beatifica��o do padre mineiro Francisco de Paula Victor (1827-1905), o Padre Victor, dono de uma legi�o de admiradores na cidade, na regi�o e nos estados vizinhos. Realizada no aeroporto local, a pouco mais de um quil�metro do Centro, a solenidade foi presidida pelo bispo Diamantino Prata de Carvalho, com a presen�a de mais de 300 sacerdotes da diocese de Campanha e do secret�rio estadual de cultura, Angelo Oswaldo. O momento mais esperado, e de grande emo��o, foi o rito de beatifica��o conduzido pelo prefeito da Congrega��o da Causa dos Santos da Santa S�, o cardeal Angelo Amato, representante do Papa Francisco.

Um painel com a nova imagem de Padre Victor, em que ele est� segurando a B�blia e um crucifixo, foi colocado ao lado do altar e emocionou os fi�is. Assim que a celebra��o se iniciou pouco depois das 16h, o p�blico pode relembrar um pouco da hist�ria do novo beato. Durante a beatifica��o, que durou aproximadamente duas horas e meia, a Igreja lembrou e pediu pelas v�timas dos atentados na Fran�a e da trag�dia em Mariana. Segundo a organiza��o, muitos fi�is, vindos de v�rias partes do pa�s, se emocionaram e chegaram a chorar.

Na Pra�a da Matriz, no Centro da cidade, cerca de 7 mil pessoas assistiram � cerim�nia, nos tel�es instalados, para ningu�m perder um detalhe. Para se tornar santo – e Padre Victor poder� se tornar o primeiro santo negro brasileiro – ser� necess�rio mais um milagre. O primeiro reconhecido pelo Vaticano foi o da professora Maria Isabel de Figueiredo, de 37 anos, moradora de Tr�s Pontas, e que conseguiu realizar o sonho de ser m�e, depois de sucessivas tentativas para engravidar. Esse caminho culminou num aborto espont�neo, na descoberta de que uma das trompas era totalmente obstru�da e numa gravidez tub�ria – decorrente de ovula��o induzida.

Padre Victor � o terceiro beato com trabalhos pastoral e social fortes em Minas. O primeiro foi o holand�s Beato Padre Eust�quio (1890-1943), numa cerim�nia no est�dio do Mineir�o, em Belo Horizonte, em 15 de junho de 2005. Oito anos depois, o Sul de Minas tamb�m reuniu milhares de cat�licos para celebrar, em Baependi, a beatifica��o de Francisca de Paula de Jesus, a Nh� Chica (1810-1895). Igualmente postulador da causa de Nh� Chica, o italiano Paolo Villota esteve ontem em Tr�s Pontas para acompanhar o rito.

SANTO NO CORA��O
“Padre Victor j� � santo no cora��o do povo”, afirma padre Mateus Arantes, vig�rio paroquial e integrante da comiss�o dos festejos em homenagem ao religioso nascido em Campanha e que trabalhou 53 anos em Tr�s Pontas. Ele tem esperan�a de que o beato, nascido escravo numa senzala, seja canonizado pelo Vaticano, o que necessitaria de novo milagre. “Temos registrados mais de mil relatos de gra�as alcan�adas por intercess�o de padre Victor. Para ser considerada milagre, uma gra�a precisa de comprova��o cient�fica, ser avaliada por uma equipe de m�dicos, enfim, outro processo”, disse o vig�rio paroquial. “Ele foi um grande evangelizador”, resumiu sobre vida e obra do beato. Ontem, a cidade recebeu devotos mineiros, principalmente da Regi�o Sul, mas tamb�m de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo e Goi�s, disse o vig�rio paroquial.

Satisfeita, Denise Barbosa Reis Abreu, integrante da Associa��o Padre Victor, de Tr�s Pontas, se emocionou ao falar sobre o beato: “Essa festa � o coroamento das a��es realizadas em duas d�cadas, com coleta de dados, depoimentos e demais informa��es.” A associa��o, vinculada � Mitra diocesana de Campanha, foi fundada h� 20 anos para acompanhar o processo de beatifica��o e divulgar o trabalho do religioso. Na sede da entidade, h� um memorial com objetos que pertenceram ao Padre Victor.

GRAVIDEZ
Na tarde de ontem, a professora Maria Isabel de Figueiredo, de 37 anos, era s� emo��o. Ela que teve seu milagre aprovado pelo Vaticano, estava acompanhada da filha mais velha Sofia, de 4 anos, e entregou a rel�quia de Padre Victor no altar. No m�s passado, o Estado de Minas contou sua hist�ria de confian�a e f� em Deus. Maria Isabel sempre quis ser m�e. O sonho se intensificou depois que ela se casou, em 2007, com o cabeleireiro Jos� Maur�cio Silv�rio, hoje com 39 anos. Mas as v�rias tentativas de engravidar culminaram num aborto espont�neo, na descoberta de que uma das trompas era totalmente obstru�da e numa gravidez tub�ria – decorrente de ovula��o induzida –, que a obrigou, dois meses depois (em novembro de 2009), a retirar a trompa boa.

Cientificamente, estava inviabilizada qualquer chance de concep��o natural. Maria Isabel perdeu o ch�o, mas saiu do hospital decidida a ser m�e. Se n�o conseguisse gerar um beb�, tentaria de outro jeito. Sua primeira provid�ncia foi, com o marido, entrar na fila de ado��o. Nove meses depois, em agosto de 2010, o cadastro do casal foi aprovado. Mas, no mesmo dia, para sua surpresa, Maria Isabel descobriu que estava gr�vida. “Foi um milagre inesperado”, resumiu a professora, que atribuiu a gravidez, imposs�vel para a ci�ncia, a um pedido que havia feito durante a novena de Padre Victor. A concep��o foi a pe�a que faltava para a beatifica��o do p�roco – autorizada pelo papa Francisco em junho deste ano e aprovada por unanimidade por cardeais um m�s depois. Hoje, ela tem duas filhas, Sofia e Alice, rec�m-nascida.

Ao final da cerim�nia, os fi�is deixaram o aeroporto de Tr�s Pontas para se juntarem em uma prociss�o que seguiu pelas ruas da cidade. (Colaborou Ana Clara Brant)


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