
A Vale admitiu que a remedia��o dos estragos provocados pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana vai levar “v�rios anos”. Em teleconfer�ncia com analistas, o diretor de rela��es com investidores da companhia, Luciano Siani, disse tamb�m que a conclus�o sobre as causas do acidente deve levar “muitos meses”.
“A Samarco acaba de contratar uma empresa renomada da B�lgica para avaliar a extens�o do dano e a extens�o dos esfor�os necess�rios para limpar o rio. Acreditamos que vai levar v�rios anos para uma limpeza completa, considerando ainda que qualquer trabalho ter� que ser aprovado pelas autoridades competentes”, afirmou Siani. A Vale divide o controle da Samarco com a BHP Billiton e promoveu ontem teleconfer�ncia com analistas para falar dos impactos do acidente sobre suas finan�as.
Segundo Siani, ainda n�o � poss�vel ter uma avalia��o detalhada da extens�o do dano e os trabalhos realizados pela empresa especializada v�o contribuir na elabora��o de um plano de recupera��o de longo prazo. O executivo defendeu que o retorno das opera��es da Samarco antes da limpeza completa ajudaria o processo de remedia��o, ao permitir a gera��o de receita para sustentar os custos de reconstru��o e limpeza de �reas afetadas. Ele disse que a empresa pode apresentar alternativas t�cnicas ao uso de barragens, como o tratamento do min�rio a seco ou o dep�sito de rejeitos na cava da mina de Germano.
“Precisamos convencer a sociedade de que podemos operar de formar segura e que podemos limpar os danos. Este � o primeiro passo a ser dado”, afirmou Siani, repetindo o discurso feito pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, de que o retorno das opera��es da Samarco depende do “desejo da sociedade”.
PROTESTO Manifestantes sujaram de lama a fachada da sede da mineradora Vale, no centro do Rio, durante um protesto realizado na tarde de ontem. O ato foi prestado em solidariedade �s v�timas de Mariana. Cerca de 60 bilh�es de litros de lama, com rejeitos de minera��o, foram despejados ao longo de 500 km, devastando comunidades e deixando um rastro de polui��o na bacia do Rio Doce. Aproximadamente 300 manifestantes participaram do ato. Eles exibiram cartazes com cr�ticas � Vale e gritaram palavras de ordem. Alguns dos ativistas levaram gal�es com lama e despejaram na fachada da portaria do pr�dio, que teve de encerrar as atividades.
Em nota, a Vale afirmou que “respeita e valoriza” o direito de manifesta��o, e que vai oferecer assist�ncia �s equipes envolvidas nas a��es de resgates e �s fam�lias afetadas.