(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Regi�o de lazer tem cen�rio sombrio ap�s desastre ambiental

Cart�o-postal de Santa Cruz do Escalvado, na Zona da Mata, � modificado com rompimento de barragem da Samarco


postado em 18/11/2015 06:00 / atualizado em 18/11/2015 09:35

Embarcação para turistas em Santa Cruz do Escalvado foi danificada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Embarca��o para turistas em Santa Cruz do Escalvado foi danificada (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Santa Cruz do Escalvado – A chalana Olga, constru�da h� tr�s anos para levar turistas pelo lago da Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, n�o tem previs�o de voltar a navegar. O futuro da embarca��o, cujo nome homenageia a mem�ria da m�e do propriet�rio, � t�o incerto quanto o retorno do lazer de uma multid�o acostumada a passar os fins de semana no imenso lago que se formou com as �guas do Rio Doce.

O cart�o-postal em Santa Cruz do Escalvado, uma pequena cidade na Zona da Mata mineira, com cerca de 5,5 mil habitantes, era o lugar em que namorados andavam de m�os dadas, crian�as participavam de piqueniques, homens e mulheres se divertiam em pescarias e at� em passeios de jet ski.

As conversas alegres deram lugar � tristeza h� duas semanas, quando o tsunami de lama causado pelo rompimento da barragem do Fund�o, de propriedade da Samarco, liberou mais de 60 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio na natureza, no maior desastre ambiental de Minas Gerais.

O material chegou � lagoa da usina, a 100 quil�metros da barragem da Samarco, e mudou a paisagem. As margens e o leito foram ocupados por montes de min�rio e um incont�vel n�mero de troncos e galhos. Tambores de ferro, carro�a e at� uma draga foram levados pela onda de lama. “A lama chegou aqui por volta das 6h de 6 de novembro (a barragem se rompeu por volta das 17h do dia anterior)”, conta Ronaldo Tuzzi, de 31 anos. O padrasto dele � o dono da Olga, a chalana. “A embarca��o tem capacidade para 30 pessoas. N�o sei mais quando voltar� a navegar na represa”, lamenta o rapaz.

O bar que a fam�lia mant�m numa das margens do leito, agora, serve apenas oper�rios da Samarco e de terceirizadas. A clientela sumiu depois da cat�strofe. Quem era acostumado a pilotar de jet ski no espelho d’�gua ter� que procurar outro lugar para o passeio. O �nico barulho agora � o de m�quinas pesadas, enviadas ao lugar pela mineradora para retirar entulhos do leito. Tratores, retroescavadeiras e caminh�es trabalham a poucos metros de uma ponte que d� acesso ao munic�pio de Rio Doce. Muita gente vai � estrutura para ver de perto o estrago causado pelo rompimento da barragem de rejeitos.

Seu Z� do Ba�, um senhor que mora na regi�o h� mais de cinco d�cadas, disse ser dif�cil ver a nova paisagem na represa. “Destruiu tudo”, lamentou. Charles Chaulim, de 20, n�o sabe quando voltar� � represa. “O cora��o da gente d�i. Eu ia todo fim de semana. Agora, quem vai numa ‘podriqueira’ daquela?”, pergunta.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)