
Natural de Aimor�s (MG), afetada pelo rompimento das barragens da Samarco, Salgado cresceu �s margens do Rio Doce. � dele a ideia de criar um fundo exclusivo para recupera��o do rio que dever� ser constitu�do pelas empresas BHP e Vale, donas da Samarco.
O fot�grafo alerta ainda para a necessidade de que os recursos sejam fiscalizados pela sociedade civil para evitar que o dinheiro seja desviado para uso pol�tico. “Tenho muito medo de haver uma esp�cie de varejo desses fundos e quem sabe numa hora qualquer esses fundos, que deveriam ser para reconstituir uma bacia destru�da, passe a ser um recurso para constituir pra�as p�blicas e ser plataforma de pol�tico. Tenho muito medo.”
De acordo com ele, o formato de gest�o do fundo e de fiscaliza��o da aplica��o desses recursos ainda ser� definida e dever� contar com a participa��o de autoridades federais e estaduais, organiza��es n�o governamentais (ONGs) e universidades.
O fot�grafo defende ainda uma a��o emergencial de atendimento �s popula��es ribeirinhas que est�o com problemas de abastecimento de �gua. “Para essa parte da popula��o [pescadores e ind�genas] vamos ter que encontrar um plano imediato. A proposta que n�s temos deve ser conclu�da a m�dio e longo prazo, voc� n�o recupera uma bacia em menos de 15 ou 20 anos”, disse.
Perguntado sobre poss�veis apoios internacionais para constitui��o do fundo de recupera��o da Bacia do Rio Doce, ele disse que a quest�o � puramente nacional, de duas empresas, a Vale e a BHP que, em �ltima inst�ncia, provocaram o dano ecol�gico. “Depois que o fundo for constitu�do a gente pode pensar na colabora��o internacional tanto t�cnica quanto financeira para reconstru��o da bacia”, ressalta.
Sobre a recupera��o das nascentes da regi�o, ele disse que o Instituto Terra, ONG da qual � fundador, pode come�ar o reflorestamento dessas �reas a partir de outubro do pr�ximo ano, per�odo de chuvas. “O instituto tem o maior viveiro de plantas nativas do estado de Minas Gerais e pode iniciar o plantio e a prepara��o dos t�cnicos que v�o trabalhar nessa recupera��o a longo prazo.”