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Estado de Minas

Buscas por desaparecidos s�o reduzidas em Mariana

Embora neguem oficialmente, bombeiros d�o ind�cio de que come�am a diminuir ritmo de procura por v�timas. Familiares temem enfrentar uma ang�stia sem fim


postado em 07/12/2015 06:00 / atualizado em 07/12/2015 09:16

Número de militares empenhados nos trabalhos chegou a 115, caiu para 42 e agora está em 32(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
N�mero de militares empenhados nos trabalhos chegou a 115, caiu para 42 e agora est� em 32 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Mariana – Depois de a Pol�cia Civil anunciar que quatro corpos ainda sem identifica��o de v�timas da trag�dia de Mariana foram oficialmente reconhecidos, elevando o n�mero de mortos para 15 e reduzindo a contabilidade de desaparecidos para quatro, o Corpo de Bombeiros come�a a dar ind�cios de redu��o do ritmo dos trabalhos de busca por corpos. Embora a corpora��o garanta que manter� a mobiliza��o at� que todos sejam encontrados ou que se esgotem as possibilidades, a estrutura de trabalho come�ou a mudar sexta-feira. O comando unificado em um posto avan�ado de Mariana foi transferido para o quartel em Ouro Preto e ficar� a cargo da 3ª Companhia, sediada na cidade hist�rica, com retorno dos oficiais de alta patente para Belo Horizonte. As dificuldades para encontrar todas as pessoas vitimadas por rompimentos de barragem � comum em desastres do tipo, o que aumenta a ang�stia das fam�lias. Em acidente em Nova Lima, na Grande BH, em 2001, um dos cinco mortos nunca foi encontrado. J� no ano passado, dos tr�s trabalhadores soterrados pelo rompimento de outra barragem em Itabirito, na Regi�o Central, um s� foi encontrado dois meses depois.

O tenente J�lio Cesar Teixeira, comandante do 1º Pelot�o da 3ª Companhia dos Bombeiros de Ouro Preto, diz que houve uma avalia��o t�cnica e a conclus�o das autoridades foi que n�o havia mais a necessidade de manter a estrutura montada de forma conjunta em Mariana. “A demanda agora est� sendo menor, ent�o n�o tem por que manter aquela estrutura, podemos liberar alguns recursos militares para retornar �s atividades de rotina. A estrutura montada j� tinha um m�s, e ela tem a possibilidade de ir aumentando ou diminuindo conforme a demanda”, afirmou.

At� quarta-feira, 32 bombeiros de Ouro Preto, Ponte Nova e do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) continuam as buscas esquadrinhando a lama entre o ponto de rompimento da Barragem do Fund�o e as comunidades de Bento Rodrigues e Camargos. Na quarta-feira, quando vence o turno de atua��o da atual equipe empenhada do Bemad, nova reuni�o vai definir os rumos dos trabalhos. O n�mero de militares chegou a 115 no momento de maior intensidade das buscas, mas caiu para 42 com a libera��o de alunos da academia, conforme o coronel Luiz Henrique Gualberto, comandante-geral dos bombeiros. Agora, est� em 32.

O tenente J�lio Cesar admite que a chance de encontrar mais corpos diminuiu. “Neste momento, aumenta nosso n�vel de dificuldade em fun��o da �rea buscada. Infelizmente, j� est� mais dif�cil encontrar algu�m, tecnicamente falando”, afirma o militar. Atualmente, as buscas se baseiam muito em informa��es, que norteiam a posi��o dos militares e os trabalhos de escava��o da lama. Fontes dos bombeiros ouvidas pela reportagem confirmam que a atual movimenta��o indica um in�cio de desmobiliza��o nas buscas, em face do longo tempo decorrido, da redu��o do n�mero de v�timas ainda n�o encontradas e do grau de dificuldade cada vez maior para localiza��o.

Oficialmente, o major Rubem da Cruz, assessor de comunica��o dos Bombeiros, confirma o retorno de militares da capital mineira, mas nega que exista alguma movimenta��o para desmobilizar os trabalhos de busca por desaparecidos. “O que fizemos foi simplesmente mudar de Mariana para Ouro Preto. At� quarta-feira, o planejamento continua o mesmo da semana passada, por exemplo. Temos que ressaltar que as buscas continuam e que em nenhum momento a gente tratou da quest�o de interromper esse trabalho”, afirma o major.

O drama de uma irm�

O maior medo da aposentada Judite Souza Caetano, de 67 anos, � de que os bombeiros abandonem as buscas e o irm�o dela nunca seja encontrado. O aposentado Ant�nio Prisco de Souza, de 65, vivia sozinho em uma casa no ponto mais destru�do pela lama, em Bento Rodrigues. Ele � o �nico morador do distrito ainda n�o localizado. Os demais s�o trabalhadores a servi�o da Samarco. “� muito triste. Pior do que perder tudo que a gente tinha � perder um irm�o. Os bombeiros n�o podem sair de l� antes de achar todo mundo que est� desaparecido. Tem que ter uma solu��o”, disse.

Judite afirma que seu maior desejo agora � fazer um enterro crist�o para o irm�o. “Preciso achar ele e desligar esse pensamento da minha cabe�a. Vivo, eu sei que ele n�o est�. S� quero achar o corpo, ter um pouco mais de al�vio. Meu sofrimento nunca vai acabar, mas pelo menos vou saber de verdade o fim do meu irm�o e acabar com essa ang�stia que me machuca ainda mais”, disse a aposentada, que est� vivendo com outras pessoas da fam�lia na Pousada Rainha dos Anjos, em Mariana. Al�m de Ant�nio, ainda est�o desaparecidos Ailton Martins dos Santos, de 55, Vando Maur�lio dos Santos, de 37, e Edmirson Jos� Pessoa, de 48. Os tr�s eram funcion�rios terceirizados.


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