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Estado de Minas

Ano termina com batalha contra Aedes aegypti, que agora carrega o zika v�rus

A rela��o do agente infeccioso com a microcefalia - que � a diminui��o do per�metro cranioencef�lico dos beb�s - e com a s�ndrome de Guillain-Barr�, que leva � paralisia dos m�sculos, j� foi confirmada pelo Minist�rio da Sa�de


postado em 27/12/2015 06:00 / atualizado em 27/12/2015 07:38

De sua janela, arquiteta Cláudia Ramos mostra as poças na lage do prédio vizinho à Praça da Liberdade: queixas sem resultado(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
De sua janela, arquiteta Cl�udia Ramos mostra as po�as na lage do pr�dio vizinho � Pra�a da Liberdade: queixas sem resultado (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)

Belo Horizonte fecha o ano de 2015 travando uma guerra contra um antigo advers�rio – o mosquito Aedes aegypti. Mas, como se j� n�o bastasse o fato de os casos de dengue terem mais do que quintuplicado em rela��o ao ano passado, saltando de 3.307 para 15.645, a cidade se v� diante de uma nova amea�a: a circula��o do zika v�rus, que � transmitido pelo mesmo mosquito e j� � realidade no Nordeste do pa�s. A rela��o do agente infeccioso com a microcefalia – que � a diminui��o do per�metro cranioencef�lico dos beb�s – e com a s�ndrome de Guillain-Barr�, que leva � paralisia dos m�sculos, j� foi confirmada pelo Minist�rio da Sa�de. A situa��o levou a Uni�o a determinar vistorias em 100% dos im�veis do pa�s para eliminar criat�rios do inseto. Em BH, o risco de epidemias culminou na decreta��o de estado de emerg�ncia para a infesta��o do mosquito. Um grupo formado por v�rios setores da administra��o municipal pretende varrer as �reas mais sens�veis da cidade, para evitar que surtos como o de microcefalia no Nordeste cheguem � capital mineira. Por�m, apesar da mobiliza��o, o trabalho ser� �rduo, j� que at� mesmo pr�dios p�blicos sofrem com pontos de ac�mulo de �gua, condi��o fundamental para a reprodu��o do transmissor.


Isso ocorre at� em pontos nobres da cidade, como a Pra�a da Liberdade. Apesar da bela vista que tem do  complexo, uma coisa preocupa a arquiteta Cl�udia Ramos Claro, de 58 anos, quando olha de uma das janelas de seu apartamento no pr�dio da esquina da Avenida Jo�o Pinheiro. Dali � poss�vel ver as po�as de �gua de chuva na lage do antigo pr�dio do Ipsemg, cedido para futuras instala��es da Uemg. “Algumas janelas est�o abertas, n�o d� para ver como est� l� dentro, mas posso imaginar. J� denunciei para a prefeitura, eles dizem que v�o olhar, mas nunca fazem nada”, afirma Cl�udia, acrescentando que a obra est� parada. “Fico preocupada, principalmente porque o pr�dio fica ao lado de uma pra�a que v�rias crian�as e idosos frequentam”, explica. A arquiteta conta que fez a primeira reclama��o no ano passado. Depois das chuvas, segundo Cl�udia, a �gua chega a ficar acumulada por dias.

ABANDONO
Na Regi�o Leste da cidade, a Esta��o Jos� C�ndido da Silveira, localizada no Bairro Santa In�s, � uma importante porta de entrada de pessoas que v�m da Regi�o Nordeste do pa�s, onde se concentra a maior incid�ncia da microcefalia. Apesar de ser um ponto sens�vel, a aproximadamente um quil�metro da esta��o h� potencial foco do mosquito. Trata-se de um ve�culo abandonado h� mais de seis meses na Pra�a Coronel Assis Duarte. Com vidros quebrados, sem algumas portas e rodas, o ve�culo chama a aten��o dos moradores, que temem que, com a chegada das chuvas, ele se torne mais um criadouro do Aedes aegypti. “Como o antigo dono da casa foi para os Estados Unidos e n�o tirou o carro, o novo morador o deixou a�”, relata Frederico dos Santos Vieira, dono de uma padaria localizada na mesma pra�a.

A pouco mais de dois quil�metros da esta��o, no cruzamento entre a avenida Itaituba e a Rua Pirassununga, um terreno baldio se transformou em um grande bota-fora de lixo e entulho. L� � poss�vel ver sof�s e todo tipo de m�veis, assim como pneus, baldes e vasilhas que acumulam �gua da chuva. Isso sem contar os pr�prios buracos do terreno, que tamb�m formam po�as. Em frente a esse local est� a Escola Municipal Padre Francisco Carvalho Moreira, cujos alunos ficam expostos �s doen�as transmitidas pelo mosquito.

Estado investiga doen�a paralisante

Depois do alerta disparado pelo surto de microcefalia no Nordeste e sua rela��o com o zika v�rus, outra enfermidade que tamb�m tem rela��o comprovada com o zika fez pelo menos uma v�tima em Minas Gerais. Um jovem de 16 anos foi diagnosticado com a s�ndrome de Guillain-Barr�, problema neurol�gico que leva � paralisia dos m�sculos e pode at� matar. O caso, ocorrido em Pedra Bonita, na Zona da Mata mineira, ainda n�o foi oficialmente notificado, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), apesar de a Ger�ncia Regional de Sa�de de Manhumirim (Zona da Mata) ter sido comunicada pela Casa de Caridade de Carangola, onde o adolescente foi atendido, para solicitar a medica��o de alto custo.

A enfermidade representa mais uma amea�a atribu�da ao mosquito Aedes aegypti por meio da transmiss�o do zika v�rus, que em 2015 atormentou as autoridades de sa�de de todo o pa�s e tamb�m de Minas Gerais. Apesar de n�o ter sido notificada, a SES garante que � necess�rio investigar esse tipo de diagn�stico, justamente para saber se existe associa��o com o micro-organismo. O jovem deu entrada na Casa de Caridade de Carangola em 18 de dezembro e relatou que teve paralisia nas pernas, que irradiou para o quadril, bra�os e pesco�o. Por�m, com a administra��o da medica��o indicada, ele conseguiu recuperar os movimentos e passa bem.

Veículo abandonado na Região Leste é preocupação extra para moradores(foto: Euler Júnior/EM/DA Press)
Ve�culo abandonado na Regi�o Leste � preocupa��o extra para moradores (foto: Euler J�nior/EM/DA Press)

For�a especial contra o vetor


Na luta contra o Aedes aegypti, este m�s foi marcado pela decreta��o de estado de emerg�ncia em Belo Horizonte devido � infesta��o do mosquito. A Prefeitura de BH teme que o inseto possa causar uma epidemia de dengue e de zika v�rus. Entre as linhas de combate tra�adas pelo grupo criado pela administra��o municipal e coordenado pela Defesa Civil est� a parceria com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) para convocar propriet�rios de casas fechadas e de lotes vagos que n�o forem limpos. A inten��o � trabalhar com tr�s pilares nos pr�ximos seis meses, data de vig�ncia do decreto de emerg�ncia: comunica��o, mobiliza��o e amplia��o da for�a operacional.

Na vertente da comunica��o, o objetivo � usar pain�is de tr�nsito, visores do Move, o telefone 156 da prefeitura e faixas de pano nos bairros com maior infesta��o do mosquito da dengue, chikungunya e zika para veicular a necessidade de elimina��o dos criat�rios. No pilar da mobiliza��o, a inten��o � agregar as lideran�as religiosas e entidades de classe para disseminar as informa��es necess�rias ao combate do Aedes aegypti. Por fim, a capacidade operacional ser� ampliada. Agentes de sa�de que vistoriam as casas ganham a companhia de funcion�rios da Defesa Civil e guardas municipais. A Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) vai aumentar o n�mero de ve�culos e trabalhadores nas a��es de limpeza.

A Secretaria Municipal de Sa�de da capital mineira destaca que em 2015 foram mais de 4 milh�es de visitas domiciliares feitas pelos agentes de combate a endemias at� o m�s de novembro, 173 mutir�es de limpeza at� 23 de dezembro e 286 a��es de mobiliza��o das comunidades.

J� a Secretaria de Estado de Sa�de afirma que em 2015 revisou as diretrizes para o enfrentamento de dengue, chikungunya e zika e fez semin�rios em todas as unidades regionais de sa�de, orientando os munic�pios sobre como se preparar para o per�odo de infesta��o. Houve repasse de R$ 36 milh�es para a��es de controle do vetor e em novembro foi lan�ada a campanha “10 minutos contra a dengue”, que convida cada cidad�o a tirar 10 minutos por semana para vistoriar a pr�pria casa em busca de criat�rios do mosquito. A estimativa da prefeitura d� conta de que 86% dos criat�rios na capital est�o dentro das resid�ncias.

VISTORIAS
Sobre as situa��es levantadas pela reportagem nas ruas da capital, a Secretaria Municipal de Sa�de informou que a retirada das carca�as de ve�culos das ruas da cidade est� prevista em lei e envolve atua��o da SLU. Quando necess�rio, � feito o tratamento contra o vetor da dengue, chikungunya e zika, com aplica��o de biolarvicida. Sobre o terreno localizado na esquina da Avenida Itaituba com a Rua Pirassununga, o local � considerado um ponto estrat�gico. � vistoriado de 15 em 15 dias e tratado conforme a demanda. A secretaria est� estudando a��es para diminuir ou solucionar os problemas do local.

Por fim, o pr�dio do Ipsemg est� sendo reformado e, segundo a pasta, � vistoriado frequentemente para identificar focos do mosquito. O local chegou a ser considerado ponto estrat�gico durante alguns meses, at� que todas as solicita��es de controle ambiental fossem atendidas. Neste m�s foram tr�s vistorias, atendendo a pedidos pelo telefone 156 (GP).

Prontu�rio

Os n�meros das amea�as que voam com o Aedes


Casos de dengue confirmados em Minas


2014
49.360

2015
147.657 (at� 21/12) +199%

Casos de dengue confirmados em BH


2014
3.307

2015
15.645
(at� 21/12) +373%

Casos de microcefalia notificados que podem ter rela��o com zika v�rus no Brasil *
2.782

Casos de microcefalia notificados que podem ter rela��o com zika v�rus em Minas
52

Casos de microcefalia notificados que podem ter rela��o com zika v�rus em BH
13

*As notifica��es de microcefalia come�aram a ser obrigat�rias a partir de 11 de novembro, segundo portaria do Minist�rio da Sa�de, devido � circula��o do zika v�rus no Nordeste e ao surto da malforma��o cranioencef�lica

Fonte: Minist�rio da Sa�de, Secretaria de Estado de Sa�de e Secretaria Municipal de Sa�de


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