(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Diferenciar diagn�sticos de doen�as transmintidas pelo Aedes aegypti � desafio

Com sintomas semelhantes, diferenciar pacientes com dengue, chikungunya e zika � tarefa dif�cil, o que refor�a necessidade de uso de repelentes e combate ao mosquito


postado em 29/12/2015 06:00 / atualizado em 29/12/2015 07:30

Eliminar potenciais focos em moradias e áreas públicas, como pontos de descarte de lixo e pneus velhos, é indispensável para lidar com a ameaça(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Eliminar potenciais focos em moradias e �reas p�blicas, como pontos de descarte de lixo e pneus velhos, � indispens�vel para lidar com a amea�a (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)

Diferenciar as amea�as que voam com o Aedes aegypti � um desafio para os m�dicos e at� mesmo para quem sofre com as diferentes doen�as que o mosquito pode transmitir. Os primeiros sintomas de dengue, zika e chikungunya s�o cl�ssicos de uma virose. “� a resposta do organismo � infec��o viral. E ele responde igual a todos os tr�s v�rus. S�o necess�rios de cinco a seis dias para a pessoa diferenciar um do outro. No caso da dengue, ele � extremamente agressivo, com febre e dores pelo corpo. Esse � o mais preocupante, pois mata. O zika, tirando a rela��o com a microcefalia, � o mais brando, causa menos sintomas, nem d� febre. J� o chikungunya tem como sintoma mais forte as dores nas articula��es. Por isso, todo o sistema de sa�de deve tratar, de cara, tudo como dengue, pois � o que leva a �bito”, sustenta o virologista Maur�cio Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de S�o Jos� do Rio Preto (SP). Isso significa tamb�m que a arma principal nessa batalha continua sendo o transmissor dos tr�s tipos de v�rus, tanto em rela��o ao combate quanto ao uso de repelentes.


Al�m das j� conhecidas orienta��es de n�o deixar �gua parada, retirar pratinhos de vasos de plantas, pneus e qualquer tipo de entulho no quintal, lotes vagos e �reas abertas onde a �gua de chuva possa empo�ar, � grande a procura por subst�ncias que afastem o mosquito. E com ela v�m tamb�m as d�vidas sobre a seguran�a dos produtos, principalmente para mulheres gr�vidas. S�o tr�s as subst�ncias indicadas pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS): icaridina, Deet e IR3535.

Em rela��o ao alerta contra a dengue, segundo o virologista Maur�cio Nogueira, historicamente a doen�a tem seu �pice no Sudeste entre fevereiro e abril. “Das tr�s amea�as, com exce��o do zika v�rus, que tem deixado todos n�s muito preocupados, em fun��o da sua liga��o com a microcefalia, a dengue ainda � a pior das doen�as, pois � altamente agressiva e mata”, refor�a o especialista. Por�m, ele destaca que o desafio do zika � in�dito. “O Brasil est� vivendo uma situa��o �nica no mundo. Nunca houve uma contamina��o e amea�a em uma popula��o t�o grande como agora. Para trabalhar com o zika, estamos organizando uma rede de 25 laborat�rios no estado de S�o Paulo, treinando as pessoas para o diagn�stico, isolando o v�rus e entendendo-o melhor. Cada grupo tem uma pequena contribui��o para dar, j� estuda um pouco do v�rus, mas vamos expandir esses conhecimentos para grupos espec�ficos, como gr�vidas, crian�as e adultos. A hist�ria da microcefalia ainda � incipiente. Temos muita coisa para saber ainda”, explica.



Palavra do especialista

Glaysson Tassara, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Minas Gerais

Como deve ser feita a aplica��o do repelente?

Somente nas �reas expostas a uma poss�vel picada. Ao usar protetor solar, o repelente deve ser o �ltimo a ser aplicado. Para crian�as, gr�vidas e adultos h� indica��o de quantidade por dia a ser aplicado do produto. Beb�s de at� seis meses de vida n�o devem receber nenhum produto na pele. A grande preocupa��o neste momento � com o zika v�rus, que est� ligado aos casos de microcefalia. E pelos �ltimos dados que temos, a preocupa��o maior � com as mulheres gr�vidas. N�o h� nenhum trabalho cient�fico no Brasil e no mundo que ligue o zika v�rus a algum problema neurol�gico em crian�as j� nascidas. As m�es est�o preocupadas com isso, mas repito: n�o h�, aparentemente, essa rela��o.

H� diversas d�vidas em rela��o ao uso de produtos caseiros, vitamina B12 para espantar o mosquito, o uso de perfume...

Perfumes e hidratantes com cheiro mais adocicado atraem o Aedes aegypti. A ingest�o de vitamina B12 pode ter a��o para evitar a picada do pernilongo comum, o culex, mas n�o est� comprovado cientificamente que protege 100%. � preciso lembrar que estamos falando do Aedes aegypti, que transmite dengue, zika v�rus e chikungunya. Esse inseto tem h�bitos diferentes do mosquito comum. Estudo recente da The American Mosquito Control Association feito durante oito semanas com pessoas divididas em grupos que ingeriram vitamina B12, vitamina C e grupo neutro, que n�o ingeriu nada, mostrou que os rem�dios n�o afastaram os insetos. Produtos caseiros devem ser usados com parcim�nia. O �leo, se tiver cheiro, pode atrair o Aedes, em vez de afast�-lo. Comprovadamente, o que sabemos � que as subst�ncias repelentes de uso humano s�o o IR3535, a icaridina e o Deet. Essas tr�s funcionam.

O senhor recomenda o uso de repelentes el�tricos? E o que se pode dizer do risco de rea��es al�rgicas?

Os el�tricos geralmente s�o usados � noite ou quando a pessoa est� em um ambiente fechado. Esses aparelhos, do ponto de vista da pele, n�o apresentam contraindica��o. Pessoas com alguma alergia respirat�ria, como asma ou rinite, podem ter alguma intoler�ncia. No caso de alergia na pele em fun��o dos repelentes l�quidos ou em creme, ao primeiro sinal de irrita��o, o ideal � retirar todo o produto com �gua. N�o use nenhuma outra subst�ncia, pois, se a pele estiver vermelha, usar outro produto pode piorar.

� sabido que o Aedes tem h�bitos mais diurnos. Por essa raz�o o uso do mosquiteiro estaria dispensado?

Acho que j� n�o podemos contar somente com esse comportamento do Aedes aegypti. Ele � um inseto que se adaptou muito bem � vida urbana. A luz fria que usamos em v�rios ambientes pode ter mudado o comportamento biol�gico do mosquito. Ent�o, recomendo o uso do mosquiteiro nos quartos, sim. Ele � v�lido.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)