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Estado de Minas PIOLHOS E CARRAPATOS

Infesta��o na Ilha dos Amores, na Pampulha, � obst�culo para local ser aberto � visita��o

Espa�o � alvo de projeto de requalifica��o da Pampulha e pode virar �rea de lazer. Mas ainda h� obst�culos, como carrapatos e piolhos


postado em 25/01/2016 06:00 / atualizado em 25/01/2016 09:16

Vista da Lagoa da Pampulha, tendo a Ilha dos Amores ao fundo: toneladas de lixo são retiradas diariamente do espelho d'água(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Vista da Lagoa da Pampulha, tendo a Ilha dos Amores ao fundo: toneladas de lixo s�o retiradas diariamente do espelho d'�gua (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)

Cercada por uma nata de algas espessa  na �gua, que de t�o assoreada quase forma uma ponte de lixo e terra at� as margens da Lagoa da Pampulha, a Ilha dos Amores � uma forma��o isolada e misteriosa, que desperta a curiosidade de quem frequenta a orla concebida pelo arquiteto Oscar Niemeyer. De longe, as copas das �rvores recaem sobre a por��o de terra como franjas densas que n�o permitem visualizar o seu interior. Alvo dos projetos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a requalifica��o da Pampulha ap�s o processo de despolui��o e do poss�vel reconhecimento do conjunto arquitet�nico como patrim�nio cultural da humanidade, a ilha pode se tornar um espa�o para a observa��o de p�ssaros a partir de passeios n�uticos, segundo informou o vice-prefeito e secret�rio municipal de Meio Ambiente, D�lio Malheiros. Mas, para isso, obst�culos que colocam em risco a sa�de humana – como infesta��es maci�as de carrapatos e piolhos – ainda precisam ser superadas, como mostra a reportagem do Estado de Minas, que navegou at� a �nsula artificial projetada pelo arquiteto carioca para ser uma simples composi��o paisag�stica.


Para chegar at� a ilha foi preciso autoriza��o da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), que opera uma balsa usada para chegar ao destino. A partida � do Parque Ecol�gico da Pampulha, de um atracadouro onde todas os dias chegam mais de 10 toneladas de lixo, pneus, garrafas impregnados pela calda grossa de algas do espelho d’�gua. Logo nos primeiros metros de navega��o, a textura das franjas das �rvores que lacram o interior da ilhota mudam de cor, passando de verde para cinza esbranqui�ado devido � cascata de fezes despejada diariamente pelas aves que fazem ninhos naqueles galhos. Mas h� tamb�m flores vermelhas, roxas e �rvores paisag�sticas de belas folhagens, onde gar�as e outros animais repousam.


Mistério do lugar é aguçado por biguá enforcado numa linha de náilon(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Mist�rio do lugar � agu�ado por bigu� enforcado numa linha de n�ilon (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Antes mesmo de entrar na ilha, uma imagem sinistra ajudou a compor a atmosfera de mist�rio daquele espa�o. No alto, pendia um bigu� girando ao vento com o pesco�o enforcado numa linha de n�ilon presa a um galho. A esp�cie pernalta que voa, pesca e nada naquelas �guas provavelmente ficou presa naquele local e morreu por ter a linha, que pode ser de pipa ou de pesca, presa ao pesco�o longo.


Na ilha n�o h� nenhum ponto espec�fico para atracar ou porto, por isso, quando a balsa da Sudecap atinge o barranco, a tripula��o e os passageiros precisam saltar de uma vez para dentro da ilha. A imagem do bigu� enforcado logo ressurge como o pren�ncio das primeiras imagens que se v� ao entrar na �nsula: um grande cemit�rio de p�ssaros com ossos de todos os tamanhos e formas pelo solo, alguns ainda presos a penas de v�rias cores. O som de pios e cantos de aves se misturam numa sinfonia intercalada que lembra a de uma mata tropical, jardim bot�nico ou viveiro de p�ssaros. Os animais ficam empoleirados nos galhos de copas que tamb�m sustentam dezenas de ninhos de palha e gravetos.


As �rvores, arbustos e folhas que recobrem o solo num tapete com quase um palmo de profundidade tamb�m s�o caiadas pelas fezes brancas e plumas das aves posicionadas do alto. E n�o s�o as �nicas coisas que os soc�s, savacus, ma�aricos e outros p�ssaros deixam cair. Uma das exig�ncias para a visita � ilha � justamente cobrir a cabe�a com chap�us e usar camisas de mangas compridas para evitar os piolhos que infestam esses animais alados.

Reportagem do EM entra na Ilha dos Amores. Assista:


As capivaras tamb�m est�o por toda parte, muitas vezes em bandos com filhotes que mergulham e desaparecem nas �guas verdes � menor aproxima��o humana. Os ossos desses animais tamb�m ficam espalhados e s�o caracter�sticos, devido aos cr�nios parecidos com os de ratos e dotados de orif�cios grandes para os dentes incisivos desses roedores. Contudo, funcion�rios da Sudecap e bi�logos afirma que os ossos n�o s�o resultados de ataques dos mais de 20 jacar�s da lagoa, uma vez que os r�pteis n�o s�o vistos com frequ�ncia na forma��o.

No interior da ilha é possível ver crânios de capivara e de outros animais(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
No interior da ilha � poss�vel ver cr�nios de capivara e de outros animais (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
RISCOS Outro vest�gio das capivaras � o maior perigo de quem entra na Ilha dos Amores: os carrapatos que parasitam esses roedores e se espalham nas touceiras e folhagens baixas das �rvores. Entre os insetos hemat�fagos, h� carrapatos-estrela, que, quando contaminados, transmitem a febre maculosa, que pode ser mortal ao homem contaminado. Por esse motivo, a estada na ilha artificial n�o pode passar de 15 minutos.


Na hora de deixar a ilha, roupas e coletes salva-vidas precisam ser batidos com paus para remover os carrapatos, numa t�cnica de efic�cia limitada. De acordo com a Sudecap, atualmente, nenhuma atividade � desempenhada na ilha, que � apenas vistoriada por fora pelo �rg�o.


Segundo o vice-prefeito, D�lio Malheiros, o aproveitamento da Ilha dos Amores seguir� os mesmos planos da �rea assoreada e coberta de mato na Enseada das Gar�as. “Vamos fazer levantamentos de biodiversidade nesses locais para n�o afetar nenhum ninho e ver tamb�m as estruturas que poder�o ser instaladas com o tombamento, j� que nem todo tipo de interfer�ncia pode ser feita. Mas estou certo de que s�o espa�os de lazer e contempla��o. Poderemos ter um ponto de visita��o, de esportes n�uticos, pode ser um ponto de parada para roteiros, mas com regras que respeitem o tombamento e o reconhecimento como patrim�nio da humanidade”, disse Malheiros.


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