Rua onde houve inunda��o que matou mulher n�o est� no mapa de risco de BH

A Rua Diorita, no Bairro Prado, foi o cen�rio, na sexta-feira, da primeira morte da esta��o chuvosa em Belo Horizonte depois de tr�s anos, mas n�o era tida como local de inunda��es. A via da Regi�o Oeste fica entre o Ribeir�o Arrudas (Avenida Tereza Cristina) e o C�rrego dos Pintos (Rua Francisco S�) e n�o constava entre as 101 �reas cr�ticas de enchentes elencadas pela carta de inunda��es elaborada em 2009 pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Em novembro, a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) revelou ao Estado de Minas que a capital mineira apresentava uma mudan�a na din�mica dos alagamentos em fun��o de altera��es no tr�nsito, dimens�es de galerias antigas, despejos de lixo e descartes de entulhos. Por esse motivo, a SLU informou ter requisitado um estudo sobre novos pontos de alagamento �s nove regionais de BH, o que ainda n�o est� pronto. Ontem, durante entrevista sobre os esfor�os de combate � dengue, o prefeito Marcio Lacerda (PSB), disse que situa��es como essa ainda poder�o ocorrer em diversos pontos da cidade quando houver chuvas do porte da que caiu no fim da tarde de sexta-feira, que chegou a concentrar 95 mil�metros no per�odo de uma hora.

A enxurrada que arrebatou e matou a pesquisadora Maria Ester Ribeiro, de 59 anos, no fim da tarde se formou enquanto escoava para o Ribeir�o Arrudas e n�o para a Rua Francisco S�, que � uma via com obras de drenagem sendo aguardadas h� d�cadas para a antiga canaliza��o subterr�nea do C�rrego dos Pintos. De acordo com a dona de casa Jandira Lopes Ribeiro, de 59, que � prima da v�tima, ela ainda teria conversado com uma das duas filhas 20 minutos antes de ter sido arrastada pela for�a da corredeira formada pela �gua das chuvas. Maria Ester se dirigia a uma entrevista de emprego num instituto de pesquisa. Tinha sa�do de �nibus de sua casa, no Bairro Floresta, Regi�o Leste, e foi surpreendida pela for�a das chuvas a apenas 10 metros do seu destino. “Era uma mulher batalhadora, que viajava muito para fazer as pesquisas encomendadas pelos institutos. Nossa fam�lia est� perplexa”, disse Jandira Ribeiro, durante o vel�rio ontem, no Parque da Colina. De acordo com ela, a rua onde o corpo da prima foi encontrado tinha muitos sacos de lixo espalhados, o que pode significar que as bocas de lobo foram entupidas e por isso a enxurrada se formou. “Foi uma fatalidade, mas uma trag�dia em resposta � falta de consci�ncia da popula��o”, disse.

Ao ser questionado ontem se haveria uma solu��o imediata para os alagamentos na cidade, o prefeito Marcio Lacerda comentou que “h� obras sendo feitas e  outras ter�o que ser realizadas at� as pr�ximas quatro ou cinco administra��es”. A Avenida Francisco S�, ruas Er� e Jaceguaia, que est�o na Bacia do C�rrego dos Pintos e sofrem com inunda��es, aguardam obras, previstas para serem licitadas no ano passado, mas est�o atrasadas. Segundo Marcio Lacerda, para essa interven��o o custo � de R$ 15 milh�es, que ser�o destinados a reparos, revitaliza��o e amplia��o do canal. ‘’Estamos preparando a lita��o para que essa obra aconte�a. � um projeto complexo, dif�cil e que leva tempo para ser feito’’, disse, acrescentando que � necess�ria aprova��o do Minist�rio da Cidade e da Caixa Econ�mica Federal.

Segundo o 5º Distrito de Meteorologia, a previs�o � de que mais temporais voltem a ocorrer a partir de amanh�. As tempestades s�o resultado da chegada de uma frente fria que vem do sul do pa�s e que provoca chuvas comuns para o ver�o, nos fins de tarde, ap�s forte calor durante o dia.