(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Alunos afetados por estouro de barragem em Minas enfrentam obst�culos na volta �s aulas

In�cio do ano letivo em comunidades atingidas por lama e rejeitos do reservat�rio do Fund�o � marcado por dificuldades. h� escolas sem reforma e equipamentos b�sicos


postado em 17/02/2016 06:00 / atualizado em 17/02/2016 08:43

Walter e Alisson, que enfrentam poeira e barro para chegar à escola em Barra Longa, sentem falta da biblioteca e de laboratórios destruídos pela lama(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Walter e Alisson, que enfrentam poeira e barro para chegar � escola em Barra Longa, sentem falta da biblioteca e de laborat�rios destru�dos pela lama (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mariana e Barra Longa – Transtorno e decep��o marcaram a volta �s aulas em comunidades atingidas pela lama da Samarco, em 5 de novembro de 2015, no maior desastre socioambiental do Brasil. Cento e tr�s dias depois do estouro da Barragem do Fund�o, a mineradora ainda n�o concluiu a reforma de todas as estruturas ou a compra de equipamentos b�sicos para professores e alunos dos povoados de Mariana e da vizinha Barra Longa, a primeira cidade cujo Centro foi atingido pelos rejeitos de min�rio de ferro.

Os 67 estudantes de Paracatu de Baixo, distrito de Mariana, foram remanejados para o pr�dio de um antigo col�gio na cidade colonial. L�, agora, n�o h� biblioteca e sala de v�deo. J� o fog�o foi entregue pela mineradora com atraso. “Para n�o ficarem sem o lanche, que equivale a um almo�o, tivemos de dar biscoito e suco aos alunos”, disse Ednalva Silva, secret�ria municipal de Educa��o.

A mob�lia prometida pela Samarco ainda n�o chegou. Para que as crian�as n�o assistissem �s aulas sentadas no ch�o ou o in�cio do ano letivo n�o fosse adiado, a secretaria buscou mesas e cadeiras em outras escolas. A �rea administrativa da institui��o ainda carece de computador. Em nota, a Samarco informou que “o mobili�rio da escola j� foi comprado e vem sendo entregue”.

J� os 90 alunos que moravam em Bento Rodrigues, o primeiro distrito destru�do pela lama, foram realocados na Escola Municipal Dom Luciano, no Bairro Ros�rio, na parte alta de Mariana. As aulas ocorrem no per�odo da tarde. Pela manh�, estudam crian�as da sede da cidade colonial.

A diretora da antiga escola de Bento, Eliene Santos, respons�vel por retirar os alunos da institui��o jogada ao ch�o pela lama, continua na coordena��o no novo local. “N�o temos como implantar aqui o projeto Mala Viajante, em que os alunos levam livros de leitura para casa. A biblioteca foi destru�da pela lama.”

Professores e alunos de Bento Rodrigues, como Maria do Carmo e a pequena Ketellin, foram realocados em uma escola de Mariana(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Professores e alunos de Bento Rodrigues, como Maria do Carmo e a pequena Ketellin, foram realocados em uma escola de Mariana (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Ainda assim, ela e as outras professoras v�o se esfor�ar para garantir educa��o de qualidade aos pequenos. “Estamos fazendo uma revis�o do aprendizado do ano passado, o que � importante para o in�cio do ano letivo”, contou Maria do Carmo, educadora do terceiro ano.

Os alunos sentem falta do buc�lico povoado, hoje uma �rea soterrada pela lama de min�rio. A paisagem tamb�m mudou na cidade de Barra Longa, onde os rejeitos de min�rio atingiram o Rio Gualaxo, que corta o Centro. O leito levou toneladas de barro at� a Escola Estadual Padre Jos� Epif�nio Gon�alves, onde estudam cerca de 600 pessoas, entre crian�as, jovens e adultos.

“A biblioteca e a quadra de esportes do col�gio, destru�das pela lama, continuam em obras”, lamentou Walter Pereira J�nior, de 13 anos. “O laborat�rio de ci�ncias e o de inform�tica tamb�m”, emendou Alisson Ricardo da Paix�o, de 15. Os dois cursam a 8ª s�rie.

A escola est� a 50 metros da margem direita do Gualaxo. O tsunami de rejeitos destruiu a biblioteca, onde havia cerca de 3 mil t�tulos; o laborat�rio de inform�tica, com 30 computadores; o de ci�ncias; o sal�o de reuni�es; e a quadra poliesportiva. O ano letivo na Jos� Epif�nio come�ou na �ltima quinta-feira, mas boa parte dos cerca de 600 alunos voltou �s aulas nesta semana.

Eles lamentaram que as obras n�o tenham sido conclu�das durante as f�rias escolares. A reforma � financiada pela pr�pria Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton. A expectativa do diretor da escola, Ant�nio Ronaldo, mais conhecido como Du, � que todo o servi�o seja finalizado at� o fim de fevereiro: “Foi triste tudo o que aconteceu”.

MELHORIAS A reforma, quando conclu�da, amenizar� a dor de alunos e mestres. “O que est� sendo reformado ficar� melhor do que antes. Por exemplo, a antiga rede hidr�ulica est� nova. O problema da infiltra��o numa parede foi sanado. O piso do sal�o ser� melhor do que o de antes, entre outras coisas”, explicou Du.

Por enquanto, os livros que deveriam ocupar as prateleiras da biblioteca est�o empilhados em um dos corredores da escola. Muitos foram doados pela sociedade. Outros, recuperados pelos pr�prios professores. Os 30 computadores do laborat�rio de inform�tica, contudo, n�o t�m conserto. A Samarco comprou o mesmo n�mero de equipamentos, mas s� estar�o � disposi��o depois da conclus�o das obras. “Em raz�o das chuvas, houve atraso nas obras civis. Por�m, os trabalhos est�o avan�ados e devem ser conclu�dos em breve”, informou, em nota, a mineradora.

Preju�zo de R$ 23,2 mi a produtores

O estouro da Barragem do Fund�o causou preju�zo de R$ 23,2 milh�es a quase duas centenas de produtores rurais de Mariana, Barra Longa, Rio Doce e Ponte Nova. A maior perda, que soma R$ 15,6 milh�es e re�ne 1.270,5 hectares, ocorreu em �reas usadas para pastagem, capineiras, planta��es de cana-de-a��car, gr�os e horticultura.
O estudo foi divulgado ontem pela Emater-MG. “Os t�cnicos est�o visitando e aplicando question�rio (aos donos das propriedades rurais). � um levantamento para ter a ideia do preju�zo e o qual poder� subsidiar o estado no caso de um plano de recupera��o econ�mica destas propriedades”, explica Amarildo Kalil, presidente da Emater-MG.
A �rea rural de Barra Longa foi a mais afetada:136 propriedades atingidas (preju�zo de R$ 15,3 milh�es). Em seguida, Mariana (52 propriedades e perda de R$ 7,1 milh�es) e Rio Doce (tr�s propriedades e perda de R$ 670 mil).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)