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Estado de Minas

Pol�cia diz que houve liquefa��o da Barragem do Fund�o e aponta falhas de monitoramento

Inqu�rito aponta, entre outras coisas, problemas em equipamentos que monitoravam a represa, amplia��o em ritmo acelerado e satura��o dos rejeitos arenosos


postado em 23/02/2016 15:44 / atualizado em 23/02/2016 16:52

Inquérito foi apresentado na tarde desta terça-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Inqu�rito foi apresentado na tarde desta ter�a-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

A causa apontada para o rompimento da Barragem do Fund�o, em Mariana, na Regi�o Central de Minas Gerais, foi a liquefa��o – o desprendimento da �gua que est� associada aos rejeitos de minera��o e seu ac�mulo em locais que podem desestabilizar a estrutura – que ocorreu inicialmente com o material arenoso que suportava o alteamento. Outros fatores, como a falta de monitoramento e aparelhos com defeito, foram determinantes para o rompimento, segundo o inqu�rito.

A conclus�o das investiga��es sobre a trag�dia foi adiada por tr�s vezes a pedido da Pol�cia Civil. O primeiro inqu�rito foi aberto em 6 de novembro, um dia depois do rompimento da barragem. O documento com as conclus�es da trag�dia tem 13 volumes, 2.432 p�ginas. Foram colhidos aproximadamente 100 depoimentos de testemunhas e envolvidos diretamente na trag�dia.

A Pol�cia Civil pediu � Justi�a a pris�o de sete pessoas consideradas respons�veis pelo rompimento da Barragem do Fund�o: seis funcion�rios da Samarco e um da consultoria VogBR, empresa de geotecnia que elaborou estudos de tr�nsito de cheias das barragens de Germano, Fund�o e Santar�m.

As an�lises t�cnicas realizadas por equipes da Pol�cia Civil apontaram que a principal causa para a trag�dia foi a liquefa��o. Sete fatores foram determinantes para que o processo ocorresse. O primeiro foi a elevada satura��o dos rejeitos arenosos depositados na Barragem do Fund�o, n�o apenas daqueles depositados sob o recuo do eixo da represa, que chegou a ter n�vel de �gua em seu interior de aproximadamente 878 metros. Os dados foram baseados nas leituras dos piez�metros, equipamento que mede a press�o de fluidos. A situa��o aconteceu, tamb�m, por causa dos rejeitos arenosos depositados no restante da barragem.

A pol�cia apontou que houve falhas no monitoramento cont�nuo do n�vel de �gua e das poropress�es junto aos rejeitos arenosos depositados no interior da barragem e aos rejeitos constituintes dos diques de alteamento. Foram detectados diversos equipamentos de monitoramento com defeito. As investiga��es apontaram que nem mesmo a VogBR, empresa de geotecnia que elaborou estudos de tr�nsito de cheias das barragens de Germano, Fund�o e Santar�m, realizou leituras quando foi feita a emiss�o do laudo de seguran�a da barragem. Os investigadores apontaram um n�mero reduzido de equipamentos instalados no entorno de Fund�o.

De acordo com o inqu�rito, foi detectada alta taxa de alteamento anual da barragem em fun��o do grande volume de lama que era depositado em seu interior, aproximadamente 20 metros de altura por ano, em m�dia. “� sabido que o alteamento de qualquer barragem de rejeitos deve acompanhar a eleva��o do n�vel do lago formado. Nos dois �ltimos anos, os alteamentos foram realizados a uma taxa anual muito superior � recomendada na literatura t�cnica que � de, no m�ximo, 10 metros de altura”, diz o inqu�rito.

Foi detectado assoreamento do dique 02. “O que permitiu infiltra��o de �gua de forma generalizada para a �rea abrangida pelos rejeitos arenosos no lado direito da bacia de deposi��o de rejeitos”, conclui os investigadores. O s�timo e �ltimo ponto que contribuiu para o rompimento foi a presen�a de defici�ncia junto ao sistema de drenagem interno da barragem. “De acordo com os resultados de monitoramento apresentados pela Samarco para os meses de setembro e outubro de 2015 eram semelhantes e at� mesmo inferiores a resultados obtidos em 2014”, afirma a Pol�cia Civil.


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