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Estado de Minas

Telhado de igreja do s�culo 17 desabada em Janu�ria

Erguido em 1688, templo est� abandonado no Norte de Minas. MP exige provid�ncias e Iepha promete liberar R$ 750 mil


postado em 01/03/2016 06:00 / atualizado em 01/03/2016 07:41

Construída por bandeirantes vindos da Bahia, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário está cercada de mato.(foto: Marcelo Júnior/Divulgação)
Constru�da por bandeirantes vindos da Bahia, a Igreja de Nossa Senhora do Ros�rio est� cercada de mato. (foto: Marcelo J�nior/Divulga��o)
Erguida no fim do s�culo 17 em Brejo do Amparo, no munic�pio de Janu�ria, no Norte de Minas, a Igreja de Nossa Senhora do Ros�rio, que h� anos espera por reparos, sofreu forte rev�s no fim de semana: o teto da parte central do templo, o segundo a ser constru�do em territ�rio mineiro, cedeu depois de abalos na estrutura – que j� vinha sendo corro�da – refor�ados pelas chuvas de janeiro. Na tarde de ontem, o promotor de Janu�ria, Lucas Marques Trindade, anunciou ter entrado com um pedido de liminar na Justi�a exigindo que os �rg�os respons�veis – o Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), governo estadual, Diocese e a Prefeitura de Janu�ria – adotem “medidas emergenciais” para a preserva��o da igreja, tombada em 1989. “Nosso objetivo � que sejam feitas (a��es), imediatamente, para impedir o desabamento total da constru��o”, afirmou Marques Trindade, ressaltando a import�ncia do patrim�nio hist�rico.

J� tramita na Justi�a uma a��o civil protocolada pelo Minist�rio P�blico Estadual (MPE), exigindo do poder p�blico a recupera��o do templo, constru�do em 1688 pelos bandeirantes que ocuparam Minas Gerais, com a cria��o de gado ao longo do Rio S�o Francisco – os chamados “currais do Velho Chico” –, vindos do Nordeste. Agora, o promotor Lucas Marques Trindade solicita que seja formada uma comiss�o para vistoriar as condi��es da igreja ap�s a queda do teto.

Ontem de manh�, o bispo de Janu�ria, dom Jos� Moreira da Silva, esteve em Brejo do Amparo (distante quatro quil�metros da �rea urbana) e fez um levantamento sobre as condi��es do pr�dio. De acordo com S�lvio de Jesus, assessor da Diocese, h� poucos dias o bispo tinha feito outra visita ao local e constatado os riscos de desabamento, devido aos estragos provocados pelas chuvas.

O teto central cedeu no fim de semana(foto: Marcelo Júnior/Divulgação)
O teto central cedeu no fim de semana (foto: Marcelo J�nior/Divulga��o)
Em agosto de 2012, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Minist�rio P�blico, a Diocese de Janu�ria retirou as imagens sacras da igreja e cercou o local. O objetivo foi impedir a a��o de v�ndalos e o roubo das pe�as sacras. H� seis anos, o sino do templo, mesmo pesando cerca de 300 quilos, foi retirado do lugar, sem que ningu�m percebesse e nunca foi encontrado.

Com exce��o do cercamento, nos �ltimos anos nenhuma outra medida foi tomada para a prote��o da antiga igreja, que est� situada numa �rea rural e tomada pelo mato ao seu redor. A situa��o � parecida com a da centen�ria Capela de S�o Sebasti�o, localizada na localidade de Pouso Alegre, na zona rural de Paracatu, no Noroeste do estado, que tamb�m se encontra amea�ada de cair, conforme revelou o Estado de Minas, na semana passada.

VERBA Em nota, Iepha-MG informou, na tarde de ontem, que est�o assegurados R$ 750 mil para a restaura��o da igreja. Segundo o �rg�o, a licita��o se encontra em processo de elabora��o e o edital ser� publicado em breve. O Instituto afirmou tamb�m que nos pr�ximos dias vai fazer uma vistoria in loco, para avaliar os danos ap�s o desabamento do teto da parte principal do templo.
Mem�ria

Liga��o com a origem de MG

A Igreja de Nossa Senhora do Ros�rio foi erguida em 1688, quando se iniciou o povoamento de Minas Gerais e sofreu acr�scimo at� os anos 1700. O antrop�logo e historiador Jo�o Batista Almeida Costa, que fez estudos sobre a regi�o, afirma que a constru��o do templo e a ocupa��o do Vale do Rio S�o Francisco ocorreram antes da descoberta do ouro na regi�o de Sabar�, Ouro Preto e Mariana. Ainda segundo ele, a capela foi constru�da por um parente do bandeirante Mathias Cardoso de Almeida. A nave (parte central, cujo teto desabou) conta com dois altares, que ainda est�o relativamente preservados, apesar do abandono do pr�dio hist�rico.


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