
O lixo acumulado nas resid�ncias persiste como um dos obst�culos para o combate ao Aedes aegypti em Belo Horizonte. Somente neste ano, 3.257 toneladas de materiais que poderiam se tornar criadouro de dengue foram recolhidos nas nove regionais da capital, durante os mutir�es intersetoriais coordenados pela Secretaria Municipal de Sa�de, Defesa Civil e secretariais regionais, com apoio da Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU). A maior quantidade, um total de 658 toneladas, foi retirada durante 10 visitas realizadas � Regional Pampulha, onde h� 1.820 diagn�sticos confirmados de dengue.
J� a Regional Oeste, que j� recebeu nove mutir�es este ano, aparece com a segunda maior quantidade de inserv�veis recolhidos: um total de 538 toneladas de materiais. Na Regi�o Barreiro foram (227 toneladas), na Centro Sul, 140 toneladas, na Leste, 385 toneladas, Nordeste, 226 toneladas, Norte, 361 toneladas, Noroeste, 341 toneladas e Venda Nova, 381 toneladas. At� o momento, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, j� foram realizados 81 mutir�es intersetoriais, com a vistoria em mais de 180 mil im�veis, al�m de 370 mil visitas de rotina feitas por agentes de endemia e de comunit�rios de sa�de.
Ainda de acordo com a gerente, a cada mutir�o s�o retiradas 40 toneladas de materiais de casa e realizadas pelo menos 25 viagens de caminh�o para a retirada do material, apenas em Venda Nova. “Em apenas um dos dias de atividades chegamos a recolher 107 toneladas”, lembra. Entre as causas, ela aponta o h�bito de parte dos moradores de guardar materiais recicl�veis para revenda, como garrafas pl�sticas e latas, e a armazenagem de �gua em barris por conta da estiagem. At� o momento, cerca de 381 toneladas de res�duos j� foram recolhidos em Venda Nova, que j� recebeu um Centro de Atendimento � Dengue em fevereiro por conta do cen�rio epidemiol�gico na regi�o.
Embora muitos moradores participem dos mutir�es permitindo o recolhimento desses materiais na porta de suas casas, alguns ainda mant�m lixo nas resid�ncias. Moradores de um edif�cio na Rua Francisco Bicalho, no Padre Eust�quio, denunciam uma cobertura abandonada, que oferece riscos a quem vive no local. “Eu tive dengue, meu filho, que tem paralisia cerebral, tamb�m teve, al�m de um vizinho do pr�dio e um vizinho do pr�dio ao lado”, conta o morador Marcelo Morais, que j� denunciou a situa��o. O problema, segundo ele, come�ou h� tr�s anos, quando a obra realizada no apartamento foi embargada pela prefeitura. Desde ent�o moradores tentam, sem sucesso, contato com o propriet�rio. “Nosso pedido � para que fa�a ao menos uma limpeza”, pondera.
A Regional Noroeste informou atrav�s da Ger�ncia de Fiscaliza��o, que existe uma a��o em andamento para o im�vel e que os propriet�rios j� apresentaram projeto para a regulariza��o da edifica��o. O processo estaria em tramita��o na Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Com rela��o � limpeza, a Ger�ncia de Zoonoses disse que encaminhou uma equipe ao local na tarde de ontem para realizar uma vistoria e verificar poss�veis focos de dengue e tomar as provid�ncias necess�rias. O local, segundo v�deo feito pelos moradores, tem tijolos, latas de tinta, baldes e outros entulhos que, quando chove, acumulam �gua.
Casos de dengue
Belo Horizonte j� soma 16.635 pessoas infectadas pela dengue este ano, conforme balan�o divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA). Os casos confirmados representam 25% do total de notifica��es, e os descartados, 5.163, 7%. O restante, 44.456 , est� sob investiga��o. A regional com o maior n�mero de casos confirmados � a Nordeste, com 3.392 ocorr�ncias. J� foram confirmados nove �bitos na capital em decorr�ncia da doen�a. Os casos de zika em BH somam 579 notifica��es, com 20 suspeitas confirmadas e 27 descartadas.