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Estado de Minas

Moradores de cidades sem liga��o asf�ltica vivem isolados por lama e poeira

Moradores de munic�pios que n�o disp�em de liga��o asf�ltica s�o privados de acesso a servi�os, abastecimento e desenvolvimento, al�m de ter de se sujeitar ao transporte pirata


postado em 03/04/2016 11:00 / atualizado em 03/04/2016 10:37

Linhas regulares desistiram do trecho, abrindo caminho a transportadores alternativos(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Linhas regulares desistiram do trecho, abrindo caminho a transportadores alternativos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas – Cidades que dependem de estradas n�o pavimentadas podem ser consideradas praticamente “isoladas” e de dif�cil atra��o de investimentos, considera o especialista em transporte e tr�nsito Silvestre de Andrade Puty Filho. Contudo, o engenheiro alerta que, para a burocracia do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), essas n�o s�o prioridades. “Quando um administrador olha para uma planilha e v� que apenas cinco dos 853 munic�pios mineiros n�o t�m asfalto, considera que o dado � positivo. Mas quem mora nessas cidades tem prejudicados seus acessos a servi�os, escoamento de produ��o, abastecimento da popula��o, escola e sa�de, trabalho. Para uma gest�o que nem sequer consegue duplicar a BR-381, que � repleta de trag�dias, imagine que interesse haver� numa rodovia do Vale do Jequitinhonha”, compara. Uma das solu��es, segundo o especialista, seria conceder as rodovias � administra��o do estado. “S� que o estado tamb�m n�o vai querer arcar com esse investimento, principalmente com a crise atual”, observa.


As dificuldades em se transitar na rodovia BR-367, entre Minas Novas e Berilo, no Vale do Jequitinhonha, trouxeram um enorme preju�zo aos moradores e prestadores de servi�os da regi�o. Devido � precariedade da estrada, uma das empresas que faziam o trajeto desistiu de continuar, alegando � Prefeitura de Chapada do Norte que as condi��es da estrada a impediam de cumprir o quadro de hor�rios, o que por contrato levaria a multas, al�m de sujeitar seus ve�culos � revolta de usu�rios. Ainda de acordo com a administra��o municipal, a empresa de �nibus que fazia o transporte de passageiros para Minas Novas, Berilo, Virgem da Lapa e Ara�ua� interrompeu a rota no fim de janeiro. O Estado de Minas tentou contato com a linha de �nibus, mas ningu�m na empresa se disp�s a comentar o assunto. Respons�vel por regular o transporte intermunicipal de passageiros, o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) mant�m at� rotas alternativas previstas em contrato com as empresas, passando por Diamantina e outros destinos, em caso de as condi��es da BR-367 impossibilitarem o tr�fego normal e seguro.

Aproveitando-se disso, v�rias empresas clandestinas resolveram colocar �nibus para rodar no trajeto, cobrando os pre�os que lhes conv�m, sem respeitar hor�rios regulamentados pelo DER-MG e deixando de rodar quando a estrada est� ruim, do mesmo jeito que as empresas com concess�o formalizada. Uma passagem de Minas Novas a Berilo pela BR-367 custava R$ 15 numa linha formal, enquanto os gen�ricos, como costumam ser chamados, cobram at� R$ 30. Um desses motoristas foi encontrado pela reportagem quando descarregava mercadorias e desembarcava passageiros no povoado de Morro Branco, em Chapada do Norte.

BR-367 � uma das piores do Brasil: confira o v�deo


Segundo o DER-MG, o homem de 34 anos n�o tem autoriza��o para esse tipo de transporte, mas o condutor n�o tem qualquer pudor em dizer que cumpre o trajeto irregularmente, inclusive preferindo n�o dirigir quando julga n�o haver condi��es. “Essa estrada � complicada demais. Quando chove, � uma tristeza, mas � ruim na seca tamb�m. Tem vez que � prefer�vel nem passar aqui. Tem lugar com ponte, lugar sem ponte. As empresas de �nibus at� pararam de passar por causa disso mesmo. N�o tem �nibus que resista. N�o sobra um embuchamento (das molas e sistemas de amortecimento) de tanto bater lata na estrada”, disse.

Segundo o especialista e consultor t�cnico em manuten��o de ve�culos pesados Alberto Vidal Guimar�es, os pneus s�o os componentes que mais sofrem numa estrada n�o pavimentada em m�s condi��es. “Ocorrem cortes nos pneus com frequ�ncia, quebra de pe�as da suspens�o em fun��o dos impactos. No caso dos ve�culos de carga, podem ocorrer trincas de chassi e quedas das longarinas devido ao peso da carga”, afirma.

Para evitar esses preju�zos, o especialista recomenda reduzir a velocidade. “Cair no buraco freando provoca um tipo de dano muitas vezes pior. Causa um efeito de alavanca sobre as pe�as da suspens�o”. No barro, os pneus precisam estar em bom estado e ser adequados para n�o atolar. “A calibragem tamb�m � importante: pneus muito cheios n�o t�m ader�ncia correta e por isso tamb�m atolam”, afirma. Por outro lado, Guimar�es aponta a poeira como um grande problema para quem trafega diariamente sob essas condi��es. “A poeira exige mais manuten��o dos filtros de ar, filtro de cabine, aumenta o consumo excessivamente e diminui a vida �til do motor.”

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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