
Os pesquisadores coletaram material para an�lise dos danos causados pelos rejeitos de minera��o, uma vez que foram identificados altos �ndices de materiais pesados. As an�lises foram feitas tendo como par�metros temperatura, salinidade, organismos pequenos presentes na �gua e sedimentos do fundo do mar.
O secret�rio-geral da Transpar�ncia Capixaba, Edmar Camata, fez o pedido para ter acesso aos resultados das pesquisas, em 4 de abril, mas foi informado que os estudos estavam sob sigilo. “Disseram que � por uma quest�o de defesa e seguran�a do pa�s, mas n�o detalharam os motivos nem o andamento da pesquisa”, afirmou. A ONG, que integra o F�rum Capixaba em Defesa da Bacia do Rio Doce, acionou a Lei da Transpar�ncia para obter os dados.
Edmar n�o descarta apelar judicialmente para ter acesso aos dados. “N�o temos d�vida de que � uma informa��o de interesse p�blico”, diz. Segundo ele, a pesquisa determina quais tipos de sedimentos foram encontrados na foz do Rio Doce depois que a onda de lama chegou ao litoral. Edmar questionou tamb�m o acordo feito entre os governos do Esp�rito Santo e de Minas Gerais e a empresa Samarco para recupera��o da bacia com valores em torno de R$ 20 bilh�es.
Edmar lembrou que outros levantamentos demonstram a contamina��o causada pela lama de rejeitos. Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama), conforme lembra o ativista, recomendaram a proibi��o da pesca na regi�o costeira, determinada pela Justi�a. “Os estudos mostraram que os peixes tinham uma quantidade de ars�nio 140 vezes maior que o admiss�vel. Por isso proibiram a pesca”, disse. De acordo com ICMBio, os resultados apontam aumento na concentra��o de metais como ferro, alum�nio, mangan�s e ars�nio, na compara��o com dados de pesquisas anteriores. O rompimento da barragem ocorreu em 5 de novembro, no distrito de Bento Rodrigues. A trag�dia resultou na morte confirmada de 18 pessoas e no desaparecimento de uma, destrui��o de vegeta��o nativa e polui��o das �guas da Bacia do Rio Doce. A Marinha do Brasil n�o retornou � reportagem.
Em nota, a Marinha do Brasil informou que n�o lhe cabe divulgar as informa��es, uma vez que repassou aos �rg�os ambientas os resultados dos dados coletados. Segundo a Marinha, � de responsabilidade dos �rg�os competentes apresentar o parecer t�cnico conclusivo do impacto ambiental. A Marinha reiterou que disponibilizou o Navio de Pesquisa Hidroceanogr�fico Vital de Oliveira para apoiar os �rg�os de prote��o ambiental na coleta de dados dos rejeitos de min�rio provenientes do rompimento das barragens da empresa Samarco. Ainda segundo a nota, durante a primeira fase de trabalhos a bordo do Vital de Oliveira, de 26 a 30 de novembro, foram coletadas mais de 390 amostras de �gua e sedimentos em 21 esta��es oceanogr�ficas, distribu�das em uma �rea de 500 KM². No total, foram coletados 350 litros de �gua e 65 quilos de sedimentos. Na segunda fase, entre os dias 1º e 5 de dezembro, os pesquisadores realizaram coletas de �gua e de sedimentos em tr�s novos pontos, totalizando 24 esta��es oceanogr�ficas (pontos de coleta). Foram retiradas 80 amostras, perfazendo 80 litros de �gua e 100 quilos de sedimentos.