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Estado de Minas

Morte de pessoas fora da faixa de risco acende alerta para o H1N1

Faixa et�ria e hist�rico de doen�as cr�nicas s�o fatores considerados de risco


postado em 27/05/2016 06:00 / atualizado em 27/05/2016 07:24

Mônica Bambirra, a enteada Márcia e sua filha Luana relembram a morte por H1N1 de Helano Grochowsk (detalhe), em 2009, uma das primeiras a ocorrer em Minas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
M�nica Bambirra, a enteada M�rcia e sua filha Luana relembram a morte por H1N1 de Helano Grochowsk (detalhe), em 2009, uma das primeiras a ocorrer em Minas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em Campo Belo, 220 quil�metros a oeste de BH, a chegada do v�rus H1N1 j� provocou ao menos quatro mortes, tr�s delas em 25 dias, entre mar�o e abril. Mas o que deixou a cidade em p�nico foi o fato de que todas as v�timas estavam fora da faixa et�ria de maior vulnerabilidade � gripe e duas delas n�o apresentavam doen�as cr�nicas anteriores. “Na manh� de quarta-feira, meu marido deu entrada no hospital e, � noite, chegou a adolescente de 16 anos, uma mo�a linda que j� havia sido minha aluna. Foi tudo muito repentino. Na madrugada, a menina come�ou a ter paradas card�acas e foi para a urg�ncia, onde n�o resistiu”, conta A., que permanecia ao lado do marido, um advogado de 38 anos que assessorava a prefeitura e dava aulas na universidade regional, diagnosticado com o quadro de pneumonia leve.

No dia seguinte, quinta-feira, 31 de mar�o, a equipe do hospital determinou a aplica��o do antiviral no advogado, suspeito de ser portador da gripe do H1N1. “� noite, ele foi para o CTI com edema pulmonar. No dia 1º fui visit�-lo usando m�scara e ele sentia muita falta de ar e febre. N�o sei se ele pensou em morte, mas era vis�vel sua piora. Ele mandou um beijo para as meninas e eu me recusei a levar, disse que ele iria entregar pessoalmente quando se levantasse da cama”, lembra.

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Embora o marido aparentasse ser um homem forte e cheio de energia, era cardiopata. Em fevereiro �ltimo, havia se submetido a um checape no cora��o, com valvuloplastia. No s�bado, quando chegou no hor�rio de visitas, �s 13h, a mulher j� o encontrou entubado e sedado, com derrame pleural. Morreu horas depois. “Quase morri junto”, lamenta a vi�va, de 36 anos. O quadro de sa�de do advogado era diferente em rela��o ao da dona de casa R., de 44 anos, que havia chegado naquele mesmo hospital no in�cio da semana, andando e conversando normalmente, com sintomas de uma gripe forte. Dedicada a cuidar dos filhos e sem hist�rico de doen�a preexistente, R. ficou em observa��o. Dois dias depois, estava entubada no CTI, onde resistiu por mais 20 dias at� morrer por H1N1, segundo conta o irm�o, o empres�rio Andr� Alvarenga. “Ela n�o bebia, n�o fumava, tinha o corpo bom. Vivia para a menina de 9 anos e o mais velho, de 16, que s�o muito bem-educados. Reclamou de uma gripe forte no s�bado. Aguentou firme no domingo e segunda-feira. S� foi buscar ajuda na ter�a-feira”, conta ele, sem querer acreditar na trag�dia.

CUIDADO

Na avalia��o do pediatra Jos� Geraldo Leite Ribeiro, professor de epidemiologia da Faculdade de Ci�ncias M�dicas de Minas Gerais, os grupos de risco significam, na verdade, padr�es de pessoas com maior chance de morrer depois de contrair o H1N1, convencionados no Brasil e no mundo pelas organiza��es de sa�de, como crian�as com menos de 5 anos e idosos com mais de 60. “Mas isso n�o quer dizer que outras faixas et�rias estejam totalmente imunes ao v�rus. Essa foi a forma encontrada para estabelecer par�metros para a cobertura vacinal, j� que n�o existem doses suficientes para imunizar toda a popula��o mundial”, afirma o m�dico, lembrando que o Brasil � reconhecido como um dos pa�ses com a melhor campanha de vacina��o. “Portadores de doen�as cr�nicas e gestantes n�o devem se descuidar da vacina, que vai proteger tamb�m o beb� nos primeiros quatro meses. Quem estiver fora dos grupos de risco deve ficar atento aos sinais de gripe grave”, ensina.


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