
T�cnicos apuraram n�veis elevados de ars�nio em 75% das amostras de camar�o rosa e em 100% das de pero� capturadas na �rea de Prote��o Ambiental (APA) Costa das Algas, no Ref�gio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz e na Reserva Biol�gica (Rebio) de Comboios.
O estouro da barragem de Fund�o � o maior crime socioambiental do Brasil: 19 pessoas morreram, centenas de fam�lias foram desalojadas, lugarejos foram destru�dos, mais de 40 cidades de Minas e do Esp�rito Santo tiveram o abastecimento de �gua comprometido, cerca de 1,5 mil hectares de matas ciliares foram devastados, tr�s rios foram afetados (Gualacho do Norte, Carmo e Doce) e um incont�vel n�mero de animais foram assassinados.
O relat�rio ainda aponta estresse fisiol�gico nas esp�cies estudadas e risco de eventual contamina��o do ser humano que consumir os pescados. O relat�rio foi entregue ao ICMBio por especialistas que integraram a primeira expedi��o no monitoramento feito pelo navio de pesquisa Soloncy Moura na foz do Rio Doce.
De acordo com o relat�rio, a coleta de �gua feita antes da lama chegar nas unidades pesquisadas no Esp�rito Santo revelou aumento na concentra��o de ferro, alum�nio, chumbo, cromo, magan�s e c�dmio em compara��o com a por��o retirada desses locais ap�s a passagem dos rejeitos de min�rio.
Por causa disso, o ICMBio e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) defendem a proibi��o da pesca na parte litor�nea afetada. A atividade havia sido proibida pela Justi�a em fevereiro, mas uma liminar suspendeu a determina��o.
Pesquisadores embarcaram no navio Soloncy Moura para uma segunda expedi��o, na segunda quinzena de abril, numa �rea que abrange o Sul do Esp�rito Santo ao arquip�lago de Abrolhos, no Sul da Bahia. As amostras ainda est�o sendo analisadas pelos especialistas.
Mineradora responde
"A Samarco reconhece o estudo de bioacumula��o encomendado pelo ICMBio, que identificou os metais acima padr�es das normas vigentes em muitas amostras", informou a mineradora, por meio de nota divulgada na tarde desta sexta-feira.
A empresa diz tamb�m que j� havia realizado suas pr�prias an�lises, com mais amostras, entre dezembro de 2015 e fevereiro deste ano. "As conclus�es s�o similares sobre a presen�a acima dos padr�es de ars�nico e sel�nio em organismos marinhos (em geral, mas n�o em todas as amostras), e de zinco no caso das ostras. Cabe ressaltar que resultados elevados foram registrados tanto em �reas impactadas pela pluma como em �reas fora de sua �rea de influ�ncia", explica a Samarco.
Ainda segundo a empresa, "(...) os mesmos estudos tamb�m mostraram que os n�veis destes elementos (zinco, ars�nio e sel�nio) foram identificados desde o in�cio do m�s de dezembro, quando ainda n�o havia tempo para que ocorresse a acumula��o destes elementos nos organismos marinhos". A Samarco tamb�m ressalta que realiza o monitoramento da �gua e j� emitidos mais de 45 mil laudos de an�lise. "Os resultados da qualidade do ambiente marinho indicam que n�o h� ocorr�ncia significativa de metais pesados. Testes tamb�m refor�am que o rejeito n�o � t�xico, sendo composto basicamente por �xido de sil�cio, de ferro e de alum�nio".