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Estado de Minas

Por causa da lama de Mariana, valadarenses ainda temem consumir a �gua captada no Rio Doce

Garantia de autarquia municipal n�o evita corrida por abastecimento alternativo em Governador Valadares


postado em 11/06/2016 06:00 / atualizado em 11/06/2016 12:50

Pedro Henrique dos Santos agradece ajuda de quem tem poço artesiano (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Pedro Henrique dos Santos agradece ajuda de quem tem po�o artesiano (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Governador Valadares –
Sete meses depois de a onda de lama que vazou da barragem da Samarco em Mariana percorrer todo o Rio Doce, causando o maior desastre socioambiental da hist�ria brasileira, moradores de Governador Valadares – cidade mais populosa ao longo do leito, com 300 mil habitantes – ainda temem beber da �gua captada no leito e tratada pela autarquia municipal, o Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (Saae). A prefeitura assegura que o l�quido est� pr�prio para consumo humano, mas as garantias n�o s�o suficientes para tranquilizar os consumidores.

Prova disso � que, diariamente, centenas de fam�lias preferem encher gal�es, baldes e outros utens�lios em po�os artesianos perfurados por particulares, que em muitos casos n�o se incomodam em doar grandes quantidades de �gua, mesmo que a solidariedade, �s vezes, tenha seu pre�o. “Paguei R$ 600 para consertar a bomba que capta a �gua, pois, de tanto ser usada, estragou. N�o tem problema: cada um ajuda como pode”, justificou Rildo Gon�alves da Silva, de 47 anos. Pedro Henrique dos Santos, de 16, � um dos que agradecem esse tipo de solidariedade. “Busco �gua praticamente toda semana. N�o tenho coragem de beber a que vem do Rio Doce”, contou.

O �ltimo relat�rio do Grupo Independente para Avalia��o de Impacto Ambiental (Giaia), formado por cientistas que estudam consequ�ncias do rompimento da Barragem do Fund�o, ajuda a entender o receio de parte da popula��o valadarense. Os profissionais coletaram amostras da �gua bruta em duas expedi��es ao longo do Rio Doce, em dezembro de 2015 e em abril de 2016.

Na primeira, o Giaia constatou alto �ndice de metais, em desacordo com a Norma 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama): ars�nio (quatro vezes mais que o permitido), c�dmio (tr�s vezes acima), n�quel (duas vezes acima) e mangan�s (12 vezes acima). Na segunda medi��o, o volume dos tr�s primeiros minerais se reduziram a n�vel aceit�vel pelo Conama. “J� o mangan�s, embora em menor concentra��o, continuou alterado”, informou o relat�rio.

Quando ingerido, segundo o Giaia, o mangan�s apresenta toxicidade baixa, por isso, h� poucos relatos de intoxica��o via oral. “Entretanto, Wasserman (pesquisador) e colaboradores observaram d�ficits intelectuais em crian�as expostas a elevados n�veis, iguais ou maiores que 0,5 mg/l de mangan�s na �gua pot�vel em Bangladesh (�sia)”, anotou o grupo.

A Prefeitura de Governador Valadares afirmou que o Saae faz an�lise semanal na �gua tratada e, mensalmente, analisa o l�quido diretamente do leito. “Apesar de haver metais na �gua bruta, o tratamento realizado pelo Saae consegue reduzir os valores dessas subst�ncias a n�veis mais baixos dos que os que s�o determinados pelo Minist�rio da Sa�de, garantindo a potabilidade do l�quido”, assegurou a prefeitura.


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