
Coordenador do Servi�o de Mastologia e presidente da Rede Mater Dei de Sa�de, Henrique Salvador adiantou que a tend�ncia desse tipo de exame, feito concomitantemente � mamografia, � entrar para o rol de procedimentos a serem aplicados em mulheres com maior risco de desenvolver o c�ncer de mama, especialmente as jovens, que tenham diagn�stico de mamas densas ou parentes em primeiro grau que adoeceram antes da menopausa.
“No Mater Dei, j� oferecemos esse exame desde janeiro”, afirma Salvador. Segundo o presidente da Rede Mater Dei, se a mamografia d� o resultado em duas dimens�es, a tomoss�ntese, com um corte de at� um mil�metro nas mamas, sem a necessidade de cirurgia, oferece imagem em tr�s dimens�es, o que aumenta a visibilidade do exame em quase um ter�o, al�m de reduzir bastante a chance de recall, quando a paciente � chamada a repetir o teste para conferir a imagem.
Chefe do servi�o de imagem de mama do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York, nos Estados Unidos, Elizabeth Morris defende a tese de que a mulher deve fazer mamografia com periodicidade anual, a partir dos 40 anos. “O risco de radia��o � baixo, equivalente a receber os raios solares de um voo que atravessa os Estados Unidos da Calif�rnia a Nova York. O benef�cio de detectar um c�ncer no est�gio inicial por meio do exame � muito maior”, compara a m�dica. Somente este ano, a doen�a deve atingir 58 mil brasileiras.
“Com a mamografia, conseguimos detectar quatro casos de n�dulos ou ind�cios do tumor a cada mil mulheres. Com o uso do ultrassom de mamas, a propor��o atinge sete a cada mil mulheres. Na resson�ncia magn�tica, mais indicada para pacientes de alto risco, a taxa chegaria a tr�s a cada 100 mulheres”, compara Elizabeth Morris, lembrando que o custo do exame de tomografia � relativamente alto, equivalente a R$ 1,2 mil em m�dia, quatro vezes mais caro em rela��o aos R$ 300 cobrados da tomoss�ntese. “De tudo isso, o mais importante � lembrar as mulheres de fazer sempre a avalia��o das mamas. Quem faz o rastreamento do c�ncer no in�cio leva maior vantagem do que quem deixa passar muito tempo da doen�a”, refor�a.
Outro nome de destaque que participou do simp�sio foi o cirurgi�o Virgilio Sacchini, colega de Elizabeth Morris no Memorial Sloan Kettering Cancer Center. Na palestra, o especialista comentou que o “efeito Angelina Jolie” aumentou em 20 vezes o n�mero de testes gen�ticos para a sensibiliza��o do mesmo tipo de c�ncer da atriz, com muta��o no gene BRCA1. Depois de perder a m�e, a av� e uma tia com a doen�a, e com mais de 85% de chances de vir a desenvolv�-la, Jolie se submeteu a uma mastectomia radical e � remo��o dos ov�rios e trompas. “Esse tipo de decis�o � mais normal entre as mulheres dos Estados Unidos. Elas s�o mais radicais para a cultura latina, que defende aproveitar mais a vida”, afirma o m�dico, que, durante a palestra, contou sobre a cirurgia de retirada total das mamas de uma jovem de 20 anos, de Nova York, que apresentou diagn�stico semelhante ao de Jolie. Ela congelou os �vulos para preservar a possibilidade de ter filhos.