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Estado de Minas

Falta de duplica��o nas rodovias resulta em colis�es frontais mais graves em Minas

Batida entre �nibus com lavradores e caminh�o deixa 19 feridos e exp�e tipo de desastre que mais faz v�timas nas estradas: a colis�o frontal. Al�m da imprud�ncia, falta de duplica��o agrava estat�sticas


postado em 14/07/2016 06:00 / atualizado em 14/07/2016 07:48

Coletivo com trabalhadores rurais foi atingido de frente por veículo carregado de garrafas, que perdeu o controle e invadiu a pista contrária na BR-459, próximo a Pouso Alegre: nove vítimas em estado grave(foto: Polícia Rodoviária Federal/Divulgação)
Coletivo com trabalhadores rurais foi atingido de frente por ve�culo carregado de garrafas, que perdeu o controle e invadiu a pista contr�ria na BR-459, pr�ximo a Pouso Alegre: nove v�timas em estado grave (foto: Pol�cia Rodovi�ria Federal/Divulga��o)
Faltavam apenas 20 quil�metros para que 21 lavradores de Ipuiuna, no Sul de Minas, chegassem � planta��o de batatas onde trabalham, no Bairro do Caju, em Pouso Alegre, na mesma regi�o, quando um caminh�o carregado com garrafas perdeu o controle e invadiu a pista contr�ria da BR-459 (Po�os de Caldas/Lorena), batendo de frente no �nibus em que estavam. Socorristas dos bombeiros e do Samu tiraram das ferragens e do interior dos dois ve�culos 19 pessoas com ferimentos, nove delas em estado grave. O acidente ocorreu �s 5h30 de ontem e, duas horas depois, na BR-381, em Ravena (Sabar�), na Grande BH, mais uma batida frontal entre dois caminh�es deixava duas pessoas feridas. Nos dois casos, as v�timas engrossam as estat�sticas que mostram ser a colis�o frontal o tipo mais grave de acidente em Minas Gerais, respondendo por 447 (19%) dos 2.357 �bitos resultantes de desastres rodovi�rios e 10% dos feridos graves. Os dados s�o do “Diagn�stico dos Acidentes de Tr�nsito de Minas Gerais”, publicado no ano passado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) com base em ocorr�ncias de 2014 em estradas federais e estaduais mineiras.


Considerando apenas as rodovias sob patrulhamento da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), se deram em colis�es frontais as maiores quantidades de mortos (362) e feridos graves (725) nos desastres registrados no ano passado. “Esse � o tipo mais mortal e mais violento de acidente que se pode ter. Nessa din�mica, os dois ve�culos envolvidos v�m de sentidos contr�rios e a for�a do impacto � resultado da soma das velocidades”, afirma o assessor de comunica��o da PRF em Minas, inspetor Aristides J�nior. Esse tipo de ocorr�ncia se d� na maioria das vezes por falha de um dos motoristas, diz. “Geralmente s�o ultrapassagens mal planejadas ou em locais proibidos. H� situa��es em que os motoristas n�o calculam bem a dist�ncia das ultrapassagens. Nesses casos, o uso obrigat�rio dos far�is nas estradas, mesmo de dia, poder� ajudar condutores a perceceber o perigo a uma dist�ncia maior, permitindo maior tempo de rea��o”, disse.

As estradas n�o duplicadas s�o palco da maior incid�ncia de colis�es frontais,  afirma o policial, j� que nelas n�o h� obst�culo f�sico separando os ve�culos que trafegam em dire��es opostas. Um fator que agrava o quadro, uma vez que, em Minas Gerais, apenas cerca de 3% das rodovias s�o duplicadas, de acordo com levantamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). Algumas das principais estradas que passam por BH, como a BR-381 (sa�da de Minas para o Esp�rito Santo) e a BR-040 (Bras�lia/MG/RJ) ainda passam por obras de duplica��o, sendo a Rodovia Fern�o Dias (trecho da BR-381 entre Minas e S�o Paulo) a �nica com pista dupla, canteiros, �reas de escape e acostamentos em toda a sua extens�o. “Quando temos uma rodovia duplicada, fica muito mais dif�cil um carro colidir de frente com outro em sentido contr�rio. Isso porque h� mais espa�os para as ultrapassagens e, quando um motorista perde o controle, tem de passar por cima de canteiros, muretas e obst�culos f�sicos para atingir um ve�culo na pista oposta”, afirma o inspetor J�nior.

A tend�ncia verificada em Minas Gerais se repete em todo o territ�rio nacional. De acordo com o levantamento “Acidentes de Tr�nsito nas Rodovias Federais Brasileiras”, do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), “considerando a mortalidade por tipo de acidente, verifica-se que a colis�o frontal foi respons�vel por 33,7% das mortes (em 2014), seguida pelos atropelamentos de pessoas, respons�vel por 14,6% das mortes”. “Esses tipos de acidente (frontais) responderam por 6,5% do total e, embora menos frequentes, foram os mais letais. Nos acidentes do tipo colis�o frontal morreram 40,4 pessoas a cada 100 acidentes; e nos do tipo atropelamento de pessoas, 29,1”, constata o texto.

Ver galeria . 4 Fotos Veículos bateram de frente deixando 21 feridos, sendo nove deles graves. Transito ficou interditado por 5 horas, mas já foi liberadoPRF/Divulgação
Ve�culos bateram de frente deixando 21 feridos, sendo nove deles graves. Transito ficou interditado por 5 horas, mas j� foi liberado (foto: PRF/Divulga��o )
OBRAS PODEM REDUZIR MORTES De acordo com a an�lise do Ipea, ao se concentrar na colis�o frontal como desastre que gera mais �bitos, pode-se tra�ar um perfil dessas ocorr�ncias, com 89,71% das batidas de frente ocorrendo em pistas simples, ocasionando 93,91% dos mortos nessa modalidade de acidente. Desastres envolvendo caminh�es que causam mais mortes tamb�ms�o as colis�es frontais, representando 43,7% do total de mortos, segundo o Ipea. “O per�odo de plena noite concentrou 63,12% das mortes por esse tipo de acidente”, indica o estudo. “Foi visto que a colis�o frontal � o principal tipo de acidente que produz �bitos. A duplica��o da via nesses trechos de maior incid�ncia de acidentes desse tipo � um exemplo de interven��o com alta efic�cia, assim como trechos com sinaliza��o inadequada”, conclui o levantamento do Ipea.

Enquanto as obras necess�rias n�o chegam, para evitar esse tipo de acidentes o porta-voz da PRF recomenda mais aten��o aos motoristas, paci�ncia na hora da ultrapassagem e que n�o dirijam com sono ou cansados. “Se reduzirmos a imprud�ncia, isso ter� impacto na redu��o das colis�es frontais, diminuindo a quantidade de mortos e feridos v�timas de acidentes”, afirma o inspetor J�nior.


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