
O sonho de conquistar o t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade para a Pampulha come�ou h� 20 anos, mas naqueles tempos, esbarrou no pesadelo da polui��o da lagoa e da degrada��o do conjunto moderno, do qual fazem parte a Igreja de S�o Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), o Iate T�nis Clube e a Casa do Baile, atual Centro de Refer�ncia em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte e o Iate T�nis Clube, todos constru�dos entre 1942 e 1943 com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).
A hist�ria vai mais al�m, come�a na d�cada de 1930, com a constru��o da barragem da Pampulha para abastecimento de �gua da popula��o, na administra��o do prefeito Otac�lio Negr�o de Lima (1897-1960), que p�s em pr�tica o projeto do engenheiro Henrique de Novaes. Dez anos depois, quando assumiu a prefeitura, o prefeito Juscelino Kubitschek (1902-1976) decidiu ampliar a �rea da represa e fez um concurso para a constru��o de um cassino, por�m n�o ficou satisfeito com o resultado. Pediu ent�o opini�o a Gustavo Capanema (1900-1985), ministro da Educa��o do governo Get�lio Vargas, que o apresentou ao jovem arquiteto Niemeyer.
Capanema passara pela experi�ncia de construir o pr�dio do Minist�rio da Educa��o e Sa�de, no Rio de Janeiro, hoje Pal�cio Gustavo Capanema e primeira constru��o moderna no pa�s.. Para tanto, convidara o arquiteto franco-su��o Le Corbusier (1887-1965), que revolucionou a arquitetura mundial, sendo chamado de “pai da arquitetura moderna”. Niemeyer trabalhava na equipe que constru�a o pr�dio e, com aval de Capanema e do arquiteto L�cio Costa (1902-1998), JK o convidou para trabalhar em BH.
Carreira
Nas p�ginas do seu livro As curvas do tempo: mem�rias, de 1998, Niemeyer escreveu que a Pampulha significou um despertar na sua carreira, servindo de refer�ncia at� para o projeto de Bras�lia, inaugurada em 1960 e fruto da sua parceria com o urbanista L�cio Costa (1902–1998). Enquanto o mundo ainda valorizava o �ngulo reto, a Pampulha explodia em curvas. Com efeito, vai ficar na hist�ria uma das frases de Niemeyer que resumem esse pensamento: “N�o � o �ngulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflex�vel, criada pelo homem. O que me atrai � a curva livre e sensual”.
Com a conquista de hoje, o conjunto arquitet�nico da Pampulha se torna o segundo no estilo moderno, no pa�s, a ser reconhecido pela Unesco: o primeiro foi o Plano Piloto de Bras�lia (DF), que saiu da prancheta do arquiteto L�cio Costa (1902-1998) e com projetos de Niemeyer. No mundo, conforme a Unesco, se destaca Le Havre, a cidade francesa reconstru�da por Auguste Perret, inscrita no Patrim�nio Mundial desde 2005. Neste ano, o tema do patrim�nio moderno est� em pauta na reuni�o do comit�, que at� quarta-feira, com avalia��o das principais obras de arquitetura moderna de Frank Lloyd Wright, nos Estados Unidos, e a obra arquitet�nica do franco-su��o Le Corbusier, presente na Argentina, B�lgica, Fran�a, Alemanha, �ndia, Jap�o, Su��a e Brasil.
