
Por�m, tr�s anos depois da conclus�o da obra, a regi�o sofre com o abandono. As �reas que deveriam funcionar com um parque linear ao longo da avenida est�o tomadas por matagal e deposi��o clandestina de entulhos. O descaso com a regi�o � tanto que um im�vel na avenida, que deveria ser um centro de atendimento de idosos, est� praticamente destru�do, sequer sem ter sido inaugurado. Todos os vidros expostos est�o quebrados e o interior do centro comunit�rio foi vandalizado. A cena revolta a popula��o que poderia usufruir do bem p�blico.
� o caso do carpinteiro Geraldo Pereira, de 71 anos, e da mulher dele, a lavadeira Luzia Maria de Jesus, de 83. Os dois moram em um conjunto no Bairro Jardim Industrial e esperavam usar o centro, hoje imprest�vel. Na fachada do im�vel informa que ali deveria funcionar uma unidade do N�cleo Programa Vida Saud�vel, com atividades culturais e esportivas para idosos.
“Quando come�aram a construir, a comunidade ficou muito satisfeita, ficamos felizes. Depois, a tristeza tomou conta. Como que pode uma coisa dessas acontecer?”, questiona o carpinteiro. “Esse espa�o deveria funcionar para alguma coisa. Se estivesse pronto, seria uma op��o de lazer para n�s”, completa Luzia.
A reportagem entrou no im�vel e constatou o abandono. Praticamente todos os vidros das janelas na parte de tr�s foram quebrados. Uma porta de vidro que tamb�m fica nos fundos foi destru�da e os estilha�os est�o espalhados pela entrada. J� dentro do pr�dio, partes do forro est�o arrebentadas. Um dos c�modos, onde deveria funcionar um banheiro, est� cheio de fezes. Na parte da frente, voltada para a Tereza Cristina, o mato est� tomando conta da fachada em alguns pontos.

A situa��o do centro comunit�rio n�o � um fato isolado neste trecho da Avenida Tereza Cristina inaugurado h� tr�s anos depois de investimentos de R$ 258 milh�es. Na ocasi�o, todo o complexo de liga��o da via entre o Barreiro e os limites de BH e Contagem, na Vila S�o Paulo, foi inclu�do no projeto de requalifica��o urbana e ambiental do Ribeir�o Arrudas.
As interven��es inclu�ram saneamento, canaliza��o e conten��o do curso d’�gua e a remo��o de 1.025 fam�lias que viviam em �reas de risco, com reassentamento de 608 em apartamentos constru�dos pelo governo estadual na mesma regi�o. O sistema vi�rio foi remodelado, com a constru��o de quatro pontes, dois viadutos, uma trincheira, um viaduto ferrovi�rio e a implanta��o de 2,7 quil�metros da Avenida Tereza Cristina.
MORADIA E CANALIZA��O A urbaniza��o do trecho resolveu problemas de moradia para as fam�lias que habitavam uma �rea de risco e garantiu a conclus�o da canaliza��o do Ribeir�o Arrudas, j� que o local tinha esgoto a c�u aberto. Por�m, as interven��es previam um parque linear para a avenida, com �reas para a pr�tica de esporte que hoje est�o abandonadas, sem manuten��o. A avenida tamb�m virou ponto de descarte clandestino de entulhos.
O mato tomou conta e trouxe a inseguran�a, espalhada para a popula��o. Moradora de um dos pr�dios do conjunto residencial do Jardim Industrial, Stefane Natalia Jesus, de 27, chega em casa todos os dias por volta de meia noite e pede ao motorista do �nibus para deix�-la bem ao lado de sua casa. “O ponto fica um pouco mais longe. Como vou andar nesse breu no meio do mato? E como vou trazer meus filhos para brincar nesse parque desse jeito?”, pergunta a moradora
Em nota, a Prefeitura de Contagem diz que est� programada uma a��o de manuten��o para este trecho da Tereza Cristina que inclui remo��o de entulho e capina. Sobre a ilumina��o, a administra��o municipal diz que a manuten��o � feita periodicamente, conforme a demanda. A a assessoria de comunica��o completa que as �reas em quest�o ainda est�o sob a administra��o do governo de Minas e que o centro comunit�rio � uma obra da Secretaria de Estado de Transportes e Obras P�blicas (Setop).
A Setop respondeu que a constru��o do im�vel era responsabilidade da gest�o estadual passada e que essa � uma das obras n�o conclu�das pelo governo anterior em novembro de 2014. “Quando houve a paralisa��o, a edifica��o estava com 80% do projeto conclu�do. A empresa construtora retirou a vigil�ncia da obra e, consequentemente, a mesma foi depredada. No momento, est� sendo elaborado o processo de distrato para, posteriormente, licitar a reforma e a conclus�o do centro comunit�rio”, informa a secretaria em nota encaminhada por sua assessoria. A pasta n�o se manifestou sobre a situa��o geral da Avenida Tereza Cristina.