Laudo da Central de Apoio T�cnico (Ceat) do MPMG, assinado por uma engenheira qu�mica, analista do �rg�o, teve por base resultados das an�lises da �gua coletada em 5 de julho �ltimo, junto com t�cnicos da Mineradora Samarco. Desde o rompimento da barragem de rejeitos de min�rio de Fund�o, em Mariana, que pertence empresa, foi verificado que os n�veis de alum�nio estavam muito elevados na capta��o do Rio Doce.
De acordo com o documento da Ceat que foi divulgado, n�o h� d�vida acerca dos efeitos cr�nicos � sa�de humana causados pela ingest�o constante de alum�nio: “Em um dos trabalhos cient�ficos mais completos sobre o tema (Rondeau et al., 2008), foi constatado que, a partir de valores superiores ou iguais a 0,1 mg/l de alum�nio na �gua produzida para abastecimento p�blico, o risco de dem�ncia e decl�nio cognitivo aumenta”, destaca o documento. O padr�o de potabilidade do alum�nio (0,2 mg/L) � estabelecido pela Portaria MS No 2914/2011.
O relat�rio do Ceat, destaca ainda que “in�meros estudos demonstram que a presen�a do alum�nio na �gua em concentra��es superiores ao padr�o de potabilidade pode contribuir para o aparecimento de algumas doen�as no organismo humano, tais como a osteoporose, doen�as neurol�gicas e altera��es neuro comportamentais, incluindo a encefalopatia, esclerose lateral amiotr�fica, doen�a de Parkinson, dem�ncia dial�tica e mal de Alzheimer.”
De acordo com o MPMG, “considerando que os rejeitos das barragens apresentam em sua composi��o elevadas concentra��es de alum�nio, � bem poss�vel que o metal tenha sido transportado ao longo do Rio Doce, ocasionando altera��es na composi��o qu�mica em diversos trechos desse curso d’�gua, conforme a dire��o dos ventos, os �ndices pluviom�tricos e a vaz�o do rio”. Al�m disso, o laudo aponta a substitui��o do coagulante pol�mero de ac�cia-negra pelo sulfato de alum�nio como outro motivo para a eleva��o dos n�veis do metal na �gua.
Por meio de nota, a Samarco afirmou que coletas acompanhadas pela empresa indicaram que “n�o h� altera��es nos par�metros de alum�nio ou metais pesados”. Segundo o texto, foram colhidas pela Samarco amostras nas esta��es , enviadas para an�lise aos laborat�rios Bioagri e Tommasi, ambos acreditados pelo Inmetro. “Os resultados comprovam que n�o h� altera��es nos par�metros de alum�nio ou metais pesados. Tais an�lises est�o � disposi��o das autoridades”, diz a mineradora.
De acordo com a Samarco, ela ainda n�o foi notificada a respeito dos resultados das amostras colhidas pelo Minist�rio P�blico. “De todo modo, a empresa realiza o monitoramento constante da qualidade da �gua em 92 pontos ao longo de todo o Rio Doce e foz. Na regi�o de Governador Valadares laudos recentes comprovam que o par�metro qu�mico alum�nio est� dentro dos limites estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e dentro do hist�rico do rio no que diz respeito � �gua bruta. Em rela��o � �gua tratada, laudos comprovam que todos os par�metros est�o em conformidade com a portaria 2.914, do Minist�rio da Sa�de”, diz o texto.
A secret�ria de Comunica��o da Prefeitura de Governador Valadares, Nagel Medeiros, informou na noite de ontem que n�o h� situa��o para alarmismo. “O Saae faz pelo menos duas coletas di�rias para an�lise em seus laborat�rios. A situa��o est� normal e, se n�o estivesse, n�o estar�amos distribuindo a �gua”. A secret�ria destacou ainda que, em 5 de julho, data da coleta do laborat�rio que fez o laudo do Minist�rio P�blico, an�lises de t�cnicos do Saae apontaram �ndice de alum�nio de 0,087%, abaixo do toler�vel, de 0,2%. “Estamos aguardando laudos de laborat�rios credenciados pelo Inmetro de exames mais completos. Mas hoje a situa��o est� tranquila”, reafirmou.