
o tipo mais simples e barato de pl�stico – chegaram a ter sua distribui��o vedada no com�rcio da capital mineira h� cinco anos. Com a edi��o do Decreto municipal 14.367, de 12 de abril de 2011, o pl�stico comum teve de ser substitu�do por material biodegrad�vel, mais caro e de menor impacto ambiental. Para se ter uma ideia, naquela �poca, s� o setor dos supermercados reduziu em 85% a aquisi��o do artigo, chegando a 67 mil unidades di�rias. Contudo, h� pouco mais de um ano, com a entrada em vigor da Lei estadual 21.412, de 11 de julho de 2014, a venda obrigat�ria de sacolas biodegrad�veis foi proibida em munic�pios onde a parcela de lixo org�nico n�o � completamente absorvida pela coleta seletiva ou usinas de compostagem – ou seja, as sacolas acabariam indo parar nos aterros sanit�rios, onde sua composi��o faria pouca diferen�a.
Como em BH pouco mais de 15% da coleta � seletiva e n�o h� usinas capazes de tratar o lixo dom�stico e industrial org�nico, a lei que proibia as sacolas caiu. Sem o poder de fiscaliza��o da PBH e com todo o com�rcio livre para distribuir as sacolas de polietileno, os sacos pl�sticos voltaram a tomar conta das lojas e tamb�m das ruas. S� no setor supermercadista, segundo a Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), a aquisi��o di�ria em BH j� � de 360 mil unidades, voltando a um patamar parecido com o que se tinha antes da proibi��o, que chegou a ser de 450 mil por dia. “Enquanto houve a proibi��o, o setor cumpriu a legisla��o. Agora h� a liberdade de oferta. Onde os clientes aderiram a levar suas sacolas ou usar outras embalagens, o com�rcio segue assim. Onde o cliente exige uma sacola pl�stica, � isso que ele tem”, afirma o superintendente da Amis, Ant�nio Claret Nametala.
Se disposta adequadamente, a sacola biodegrad�vel se decomp�e em cerca de 180 dias na natureza, enquanto a de polietileno pode levar at� 500 anos. A legisla��o municipal trouxe pol�mica em 2011 e o primeiro impacto foi ter levado os supermercados a cobrar R$ 0,19 pela unidade da sacolinha ecol�gica. Depois, essa atitude foi combatida pelo Minist�rio P�blico por acusa��es de cartel na fabrica��o das sacolas e de n�o utilidade ambiental das sacolas. Movimentos que levaram os consumidores a criar o h�bito de ter as pr�prias sacolas de compras. Mas tudo tem voltado ao panorama de cinco anos atr�s com a entrada em vigor da lei estadual.
Em pouco tempo, os sacos pl�sticos se espalharam pelas ruas da cidade. A situa��o � nitidamente mais grave no Centro, principalmente em �reas de denso com�rcio, no entorno das esta��es do BRT/Move, nos quarteir�es que cercam os shoppings populares e nos pontos de �nibus. Na Avenida Amazonas, entre as ruas Santa Catarina e dos Goitacazes, a grande quantidade de sacolas de supermercados, vendas, feiras, armarinhos e armaz�ns de constru��o s�o descartadas nas ruas e v�o parar diretamente nos bueiros e bocas de lobo. O ac�mulo pode provocar entupimentos e representar perigo na �poca das chuvas, tanto naquele local em espec�fico, que � uma baixada e, por isso, concentra o fluxo d’�gua escoada, como pode ser levado em grande volume, vindo a bloquear as galerias pluviais mais adiante.
Coleta seletiva e usinas s�o deficientes
A volta das sacolas biodegrad�veis e outras estrat�gias de redu��o dos impactos da disposi��o de lixo na capital mineira ainda est�o no centro das discuss�es da cidade. A prefeitura vem tra�ando o plano de coleta para os pr�ximos 20 anos e setores importantes, como o dos supermercadistas, avisam que est�o aptos a seguir o caminho que for necess�rio. “Qualquer legisla��o que entrar em vigor ser� atendida, assim como os anseios dos consumidores. Se for a volta da sacolinha, isso vai ocorrer, se for de outra forma, tamb�m”, disse o superintendente da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), Ant�nio Claret Nametala.
Para o professor de qu�mica do Centro Universit�rio Newton Paiva Luciano Faria, uma das pessoas que colocaram a teste as sacolinhas desde sua substitui��o, s�o ineg�veis os benef�cios nos h�bitos das pessoas que a utiliza��o de recipientes pr�prios para as compras trouxe ao meio ambiente, mas, para que as sacolas biodegrad�veis funcionassem mesmo, seria desej�vel uma amplia��o da coleta seletiva e de usinas de compostagem, ainda que financiadas pelo pre�o maior desses sacos ecol�gicos. “� �poca da implanta��o das sacolas biodegrad�veis, fizemos um teste de espectro com 105 sacolas n�o retorn�veis e 80% das distribu�das em BH eram de pl�stico comum”, conta. “Mesmo as biodegrad�veis seriam eficientes apenas se depositadas em condi��es de oxig�nio, luz e calor ideais, o que n�o se encontra nos aterros sanit�rios”, pondera o especialista.
Autor do projeto de lei de 2008 que culminou com a chamada Lei das Sacolinhas Ecol�gicas em BH, o vereador Arnaldo Godoy (PT) lamenta que a legisla��o tenha sido inviabilizada. “Est�vamos num processo muito rico em BH. Um processo de educa��o que vinha sendo feito nas escolas, e pr�tico tamb�m, com a redu��o de lixo de pl�stico nos aterros sanit�rios – que estava uma coisa espantosa – e a Lagoa da Pampulha tinha deixado de receber milh�es de sacolas de pl�sticos”, afirma. O vereador tamb�m acredita que a amplia��o da coleta seletiva e a cria��o de usinas de compostagem possam tornar novamente efetiva a restri��o das sacolas.