Pela primeira vez, foram analisados os dados por estado. Os adolescentes mineiros superam a m�dia nacional e saem na frente dos outros moradores da Regi�o Sudeste. Do total de entrevistados, 57,1% admitiram ter experimentado bebida alco�lica alguma vez. A consequ�ncia desse uso precoce do �lcool, a embriaguez, tamb�m assusta: 22% dos estudantes dessa faixa et�ria afirmaram ter sofrido algum epis�dio de bebedeira na vida.
M�dico sanitarista, o gerente da Pense, Marco Andreazzi, conta que essa faixa et�ria � avaliada por recomenda��o da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), que sugere pesquisas para avaliar fatores de risco, pois nessa fase da vida os adolescentes est�o expostos a fatores ou experimenta��es que tendem a se perdurar. “Podem significar fatores importantes no desenvolvimento de doen�as n�o transmiss�veis que est�o em destaque no Brasil e no mundo. Dados de 2008 mostram que 63% dos �bitos no planeta foram ocasionados por doen�as cr�nicas e, no Brasil, levantamentos de 2014 mostram que esse �ndice ficou em 72%”, afirma o m�dico. “Diminuir a incid�ncia delas � estimular fatores de prote��o, que deve ser feita desde a inf�ncia, mas que ocorrem em sua maior parte na adolesc�ncia.”
Andreazzi ressalta o comportamento dos estudantes de Minas, que, em sua avalia��o, acompanha a m�dia nacional na pesquisa. Enquanto no Brasil 27,5% dos alunos entre 13 e 15 anos afirmaram ter tido rela��o sexual alguma vez, em Minas foram 24,2%, abaixo dos adolescentes do Rio de Janeiro (30,1%), Esp�rito Santo (24,4%), na compara��o com os estados da Regi�o Sudeste. Entre aqueles que iniciaram a vida sexual, mais da metade (61,2%) afirmou que um dos parceiros usou camisinha na primeira rela��o. Em Minas, essa propor��o � ainda maior: 63,5% dos estudantes se protegeram.
Quando questionados se um dos parceiros usou algum m�todo para evitar gravidez e/ou doen�as sexualmente transmiss�veis (DST) na �ltima rela��o sexual, os mineiros tamb�m se mostraram mais precavidos: 66,4% deles responderam afirmativamente. O percentual � maior que a m�dia nacional (64,6%) e a maior entre os estados do Sudeste. “A gravidez n�o � algo que se espere ou que seja saud�vel nessa faixa et�ria, n�o s� do ponto de vista econ�mico e social, mas do ponto de vista f�sico. Iniciar-se na pr�tica sexual sem controle da gravidez pode acarretar problemas”, ressalta Marco Andreazzi.
TENTA��ES � MESA No campo da alimenta��o, a pesquisa mostra indicadores ruins no pa�s inteiro. Guloseimas e comidas nada saud�veis ainda se sobrep�em aos bons h�bitos. Se por um lado 88% dos estudantes disseram ter alimenta��o oferecida na escola, apenas 38% deles preferem consumi-la. “N�o adianta ter esse servi�o como pol�tica, mas disponibilizar pontos alternativos de alimentos n�o saud�veis, estimulando assim o aluno a n�o comer na escola. Esse � um fator de risco interessante”, relata o m�dico sanitarista.
Assim como a m�dia dos estudantes do Sudeste, 28,4% dos estudantes mineiros admitiram ter consumido salgados fritos nos sete dias anteriores � pesquisa. No Brasil, esse �ndice ficou em 31,3%. Eles mostraram que est�o deixando de lado o que � bom para a sa�de. Apenas 13,1% disseram ter comido legumes e verduras nesse mesmo per�odo, o menor �ndice da Regi�o Sudeste e bem abaixo da m�dia nacional (18,3%). Outro h�bito ruim � comer enquanto assiste � televis�o ou estuda, pr�tica de 61,3% dos estudantes do fundamental de Minas Gerais e 57,9% do Brasil.
O IBGE avaliou tamb�m, em n�vel nacional, a quest�o do peso em estudantes na faixa de idade entre 13 e 17 anos. Cerca de 23,7% tinham sobrepeso (15,9%) ou obesidade (7,8%) em 2015, o que correspondia a um total aproximado de 3,1 milh�es de jovens. No total da popula��o, 8,3% dos meninos e 7,3% das meninas foram considerados obesos.
O excesso de peso foi mais frequente para o grupo de escolares com idade entre 13 a 15 anos (25,1%) do que entre aqueles com 16 e 17 anos (21,4%). E ficou mais elevado entre os estudantes de 13 a 17 anos das escolas privadas (28,4%) contra 23% nas escolas p�blicas). O mesmo ocorreu em rela��o � obesidade, com frequ�ncia de 9,3% para adolescentes de escolas privadas e 7,6% de escolas p�blicas.
Humilha��o atinge 7,4% dos alunos
Esculachos, zoeira, intimida��o. S�o muitas as palavras que antecedem o inc�modo, o aborrecimento, ofensa e humilha��o, resultados do bullying. Na escola, o problema tamb�m foi medido pela pesquisa do IBGE. Segundo o estudo, 7,4% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental no pa�s, com idade entre 13 e 15 anos, afirmaram se sentir humilhados por provoca��es na maior parte do tempo ou sempre. Minas Gerais � o segundo estado com o maior percentual de alunos com essa percep��o na Regi�o Sudeste (7,8%), atr�s apenas de S�o Paulo (9%).