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Estado de Minas

Lama de Mariana: projeto de escola p�blica ajuda a descontaminar rios

Criado por estudantes do Esp�rito Santo, filtro promete ajudar popula��o que vive �s margens de rios afetados pelo rompimento da Barragem do Fund�o, em Minas


postado em 27/08/2016 06:00 / atualizado em 27/08/2016 07:46

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Um professor de uma escola p�blica do Esp�rito Santo criou, com alunos do 8º ano, um filtro dom�stico de baixo custo que descontamina �gua dos rios atingidos pelo rejeitos da Barragem do Fund�o, que se rompeu em novembro do ano passado em Mariana, Regi�o Central de Minas. O projeto surgiu da ideia de unir teoria e pr�tica em sala de aula e prestar um servi�o social � popula��o ribeirinha, que depende do fornecimento de �gua dos rios Gualaxo do Norte, Doce e do Carmo.

Wemerson da Silva Nogueira � professor de qu�mica e ci�ncias da Escola Estadual Ant�nio dos Santos Neves, na cidade de Boa Esperan�a, cerca de 150 quil�metros de Reg�ncia, �ltima cidade atingida pela lama no Esp�rito Santo. Cinquenta alunos do ensino fundamental, adolescentes entre 14 e 15 anos, foram a campo em Reg�ncia e Linhares, acompanhados do professor, para coletar mais de 300 amostras de �gua contaminada para an�lise no laborat�rio da escola.

O m�todo para fazer as an�lises foi ensinado por professores de qu�mica da Universidade Federal do Esp�rito Santo (Ufes), que tamb�m colaboraram com o projeto, intitulado “Filtrando as l�grimas do Rio Doce”. A partir dos resultados, a equipe concluiu que seria poss�vel, al�m de necess�ria, a cria��o de um filtro que retivesse as impurezas, que impedem o uso da �gua. O equipamento levou seis meses para sair do papel e come�ar a ser usado por moradores das margens do Rio Doce.

“A filtragem n�o deixa a �gua pot�vel, pois as concentra��es de mangan�s e ars�nio s�o muito altas, restando cerca de 25% dos metais pesados. Contudo, ela pode ser seguramente usada para limpar a casa, lavar vasilhas, molhar plantas, tomar banho e muito mais. Alertamos todos que forem usar o filtro que a �gua � impr�pria para beber e cozinhar", explica o professor Wemerson.

O filtro de reten��o � composto, basicamente, por componentes qu�micos da pr�pria natureza, como areia; materiais recicl�veis, como bombonas e seixos; e materiais dispon�veis em lojas de constru��o. O aparelho, que custa em m�dia R$ 65, tem capacidade para 25 litros de �gua, que ser� purificada em at� 40 minutos. Tendo vida �til de 700 litros, Wemerson garante que o filtro deve durar aproximadamente cinco meses at� necessitar de manuten��o, que � feita com a troca da areia e custa em torno de R$ 15.

A areia, ap�s a filtragem dos 700 litros, era descartada, inicialmente, no solo da regi�o de Reg�ncia. Por�m, os pesquisadores viram que esse manejo n�o era o ideal, pois tamb�m contaminava o solo com metais pesados. Da� surgiu a ideia de fazer uma parceria com artes�es da regi�o para transformar essa areia em artesanato, tornando assim seu descarte ecologicamente correto. Outra forma mais elaborada de reaproveitar os dejetos � por meio da peneira��o dos metais pesados para a fabrica��o de bloquetes e tijolos.

A empresa Samarco, propriet�ria da barragem que se rompeu, tem projetos que visam � descontamina��o dos rios como um todo; j� o projeto dos alunos tem a preocupa��o de tratar a �gua de forma individual. Para isso, v�o at� a casa dos moradores atingidos, fazem a an�lise do antes e do depois de a �gua ser filtrada, para certificar o resultado da filtragem, instalam o filtro e explicam como ele funciona. “Muitos ribeirinhos est�o comprando �gua mineral, mas isso � muito caro para eles, que s�o de baixa renda. Portanto, o filtro soluciona boa parte dos problemas”, afirma o professor. Hoje, 15 das 25 fam�lias ribeirinhas de Reg�ncia j� usufruem do filtro.

PROJETO EM MINAS “Nosso objetivo � conseguir apoio e atender, gradativa e gratuitamente, aos 228 munic�pios atingidos pela Samarco. A lama est� descendo o rio e n�s estamos subindo com o projeto para ajudar essas pessoas”, diz o professor Wemerson da Silva Nogueira. Em 20 de setembro, os pesquisadores v�o apresentar o projeto para a Assembleia Legislativa do Esp�rito Santo na tentativa de conseguir subs�dios para sua expans�o. Wemerson acredita que se aprovado pelo legislativo do ES, o di�logo com �rg�os mineiros ser� facilitado. “Queremos muito levar para Minas, j� que o estado foi o mais afetado pelo desastre.”


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