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Estado de Minas

Autua��es por transporte clandestino entre cidades de Minas crescem 48% em 2016

Estado de Minas flagrou situa��es que mostram como viagens ilegais s�o frequentes a partir de BH. Parte das empresas recorre a liminares para tentar impedir apreens�o de ve�culos


postado em 29/08/2016 06:00 / atualizado em 31/01/2018 15:19

Ônibus interceptado pela PM e pelo DER na Avenida dos Andradas na terça-feira: segundo autoridades, veículo levava passageiros para Minas Novas sem autorização(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
�nibus interceptado pela PM e pelo DER na Avenida dos Andradas na ter�a-feira: segundo autoridades, ve�culo levava passageiros para Minas Novas sem autoriza��o (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)

O transporte clandestino de passageiros entre cidades de Minas cresce, se sofistica e tenta impor dificuldades � fiscaliza��o. Balan�o do Departamento de Estradas de Rodagens (DER-MG) aponta que o n�mero de autua��es de empresas e profissionais que fazem viagens intermunicipais ilegalmente aumentou 48% nos primeiros sete meses deste ano, em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. Foram 1.131 de janeiro a julho do ano passado contra 1.676 no mesmo per�odo de 2016. Mas o alto n�mero de ve�culos irregulares n�o � o �nico problema: muitas das empresas que n�o t�m autoriza��o para esse tipo de transporte est�o recorrendo a liminares para impedir que os �nibus sejam apreendidos e h� at� den�ncia de contrata��o de escolta armada para os ve�culos.

Diariamente, ve�culos sem autoriza��o partem de Belo Horizonte ou voltam do interior transportando passageiros. Muitos usu�rios s�o atra�dos por tarifas mais baixas que as cobradas pelo transporte convencional, apesar da baixa qualidade do servi�o e da pouca seguran�a oferecida. Quem opta pelo transporte irregular, por exemplo, n�o tem cobertura de seguridade, no caso de acidente, e tamb�m corre o risco de transitar com motorista inabilitado para o transporte de passageiros e sem treinamento para situa��es de risco.

Na noite de ter�a-feira, a reportagem do EM flagrou situa��es que mostram como viagens intermunicipais sem autoriza��o s�o frequentes a partir de Belo Horizonte. Na Rua Curitiba, entre a Rua Tupinamb�s e Avenida Afonso Pena, no Centro,  representantes de duas empresas que seriam de “turismo” disputavam passageiros para Montes Claros. O “bate e volta” (retorno no dia seguinte � ida) em uma das empresas custava R$ 100 e a “concorrente” diminuiu sua tarifa em R$ 10 para atrair usu�rios. Nenhuma das duas companhias est� cadastrada para fazer viagens fretadas, segundo o DER-MG.

Pouco depois, um �nibus da empresa Sampaio Turismo foi interceptado por fiscais do DER-MG e por policiais militares na Avenida dos Andradas, quando seguia com passageiros para Minas Novas, no Alto Jequitinhonha. O ve�culo foi parado justamente quando passava em frente ao pr�dio do �rg�o fiscalizador. A empresa trabalha com liminar da Justi�a que impede a apreens�o do ve�culo. Apesar disso, fiscais determinaram que passageiros descessem do �nibus. Um ve�culo da empresa Saritur, que tem a concess�o para fazer essa linha regular, seguiu com os passageiros para a cidade de destino.

“Os passageiros s�o obrigados a descer do �nibus clandestino e a Saritur manda um ve�culo para o transbordo. Os passageiros s�o levados para o seu destino e a Saritur n�o tem como reaver de imediato os custos com a viagem, uma vez que os passageiros n�o s�o obrigados a pagar novamente”, informa o coordenador de transporte do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), Jairo Lima. “No entanto, a Saritur entra com a��o judicial para cobrar da empresa clandestina os gastos com a viagem. � demorado, mas ganha”, acrescenta.

De acordo com Lima, o �nibus da Sampaio interceptado ter�a-feira, placa DBM 3999, de Pitangui, j� tem oito autua��es do DER-MG, tr�s multas da PM e 17 boletins de ocorr�ncia por transporte irregular de passageiros. “Se n�o tivesse a liminar, esse �nibus j� teria sido apreendido com base na Lei Estadual 19.455, de 2011, que trata do transporte clandestino”, disse.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


PERIGOS
Jairo Lima fez um alerta sobre os riscos que as viagens clandestinas oferecem. “A popula��o n�o sabe dos perigos, tanto nos �nibus como nas vans clandestinas”, afirmou ele, lembrando que somente este ano dois motoristas de vans clandestinas, os chamados perueiros, foram mortos a tiros e um terceiro foi ferido. O �ltimo crime foi em 16 de julho, em Esmeraldas, Grande BH. Outro risco, segundo ele, � o de acidentes. “Aparentemente, muita gente acha que os �nibus clandestinos est�o bonitos, mas eles n�o passam por vistorias. Se ocorrer um acidente com um �nibus irregular, a primeira coisa que o motorista faz, se n�o se ferir, � fugir do local”.

Segundo Jairo Lima, em toda abordagem de ve�culos clandestinos s�o feitos dois boletins de ocorr�ncia, um da PM e outro do DER-MG, e o departamento jur�dico do sindicato as anexa em peti��es na Justi�a para tentar cassar liminares concedidas aos clandestinos e reaver os gastos com o transporte de passageiros que viajavam na clandestinidade.

Al�m do risco para passageiros, outro efeito do transporte ilegal � queda das viagens formais. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Minas Gerais (Sindpas), as empresas legalizadas transportaram em abril de 2012 um total de 6.668.874 pessoas; em abril de 2014, o volume de passageiros caiu para 5.943.656. Em abril deste ano, recuou para 4.626.079.

NA JUSTI�A
O DER-MG informou que contesta todas as liminares concedidas pela Justi�a aos transportadores clandestinos. “Entretanto, a atua��o dos fiscais, nestes casos, depende do alcance das senten�as provis�rias concedidas pelos ju�zes”, esclareceu o �rg�o, por meio de nota. Segundo o departamento, as empresas flagradas pelo EM disputando passageiros no Centro na ter�a-feira n�o est�o cadastradas para a realiza��o de viagens fretadas. “As viagens citadas s�o clandestinas e a fiscaliza��o do DER/MG realiza a��es nas rodovias de acesso a Minas Novas e Montes Claros”, afirmou o DER-MG. As empresas negam fazer viagens clandestinas. A Sampaio Turismo, al�m de sustentar ter autoriza��o para transportar passageiros, diz que o DER-MG n�o respeita a liminar obtida pela companhia na Justi�a.


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