
O comerciante Geraldo � um deles. Propriet�rio de uma loja na Regi�o Leste de Belo Horizonte, ele transporta passageiros em dois hor�rios: “Antes de abrir o com�rcio, �s 9h, e depois que fecho, �s 18h.” Geraldo liga o aplicativo �s 5h. Na segunda etapa, o desliga por volta das 22h.
Ele recorreu ao Uber porque, diante da crise econ�mica, precisou reduzir o quadro de funcion�rios na loja. O dinheiro conseguido com as viagens foi usado para quitar as rescis�es trabalhistas.
J� Jos� (nome fict�cio) se cadastrou no aplicativo para complementar a renda. “Trabalho numa empresa de tecnologia da informa��o na Savassi. Antes de chegar ao servi�o, tento corridas. Quando saio, rodo por mais ou menos tr�s horas. Consigo, em m�dia, R$ 2 mil por m�s, dos quais R$ 1,2 mil s�o lucro”, conta.
O Uber cobra 25% do pre�o da corrida de seus parceiros. Henrique dos Santos, um jovem de 24 anos que perdeu o emprego em uma mineradora depois de 48 meses de carteira assinada, torce para que o percentual seja revisto, para baixo. Rodando com seu Uno durante quase 10 horas, ele consegue quase R$ 2 mil l�quidos. “Pretendo retornar para a minha �rea, quando poss�vel, quando o pre�o do min�rio melhorar”, planeja o rapaz, h� dois meses no aplicativo. Felipe Barcelos, de 27 anos, tamb�m foi v�tima da crise econ�mica: “Perdi a vaga de vendedor e, h� seis meses, me cadastrei no Uber”.
EX-TAXISTAS O aplicativo tamb�m conta com m�o de obra de quem j� foi taxista, como Hugo, que rodou como motorista auxiliar por 11 anos em BH. Em 2014, ele decidiu deixar o servi�o de t�xi e se cadastrou no Uber. Deu t�o certo que decidiu fazer uma parceria com dois amigos: “Eles trabalham no meu carro e, depois de descontado o custo da gasolina, a gente divide o dinheiro”.
Hugo pagava a di�ria de uma placa de t�xi e, agora, usa o dinheiro para quitar as presta��es de seus carros. “Pagava R$ 140 em 2014. Era uma fortuna. Agora trabalho para mim. � bem diferente”, comparou o rapaz, que roda o dia todo e admite que os amigos que fez na antiga profiss�o o olham com cara fechada quando se encontram no tr�nsito. “Mas o que posso fazer? Eu tenho d� deles, porque sei o quanto est� dif�cil ganhar dinheiro na pra�a.”
Ele se recorda que foi assaltado duas vezes enquanto taxista. Agora, continua com receio de voltar a ser alvo de criminosos, principalmente depois que o Uber passou a aceitar pagamento em dinheiro, h� poucas semanas. O aplicativo deposita semanalmente na conta banc�ria dos colaboradores o percentual a que eles t�m direito (75%) em cada viagem.
