
No fim de semana chegou a chover em algumas partes do Norte do estado. No entanto, o al�vio est� longe de ser suficiente para amenizar o drama de quem sofre com a falta de �gua. Bocaiuva, cidade de 48,9 mil habitantes, � uma das que est�o em estado de emerg�ncia por causa da escassez h�drica. O Ribeir�o do On�a, onde fica a barragem que abastece a cidade, tem seu curso praticamente interrompido no trecho acima do reservat�rio, que acumula em torno de 40% de sua capacidade. Para impedir o colapso no abastecimento, o Servi�o Aut�nomo de �gua e Esgoto (Saae) recorre a po�os tubulares. Vinte e quatro horas por dia, 12 caminh�es-pipa levam a �gua at� a esta��o de tratamento, onde � feita a distribui��o para casas em sistema de rod�zio entre os bairros.
O t�cnico em meio ambiente e recursos h�dricos Jos� Ponciano Neto afirma que os mananciais de Bocaiuva e do munic�pio vizinho de Guaraciama chegaram ao “ponto mais cr�tico da hist�ria”, o que, segundo ele, � consequ�ncia da degrada��o ambiental. “Atribuo essa situa��o � grande planta��o de eucalipto na Serra do Espinha�o e �s perfura��es desordenadas de po�os profundos na �rea de recarga de aqu�feros”, diz o t�cnico, lembrando que �rg�os ambientais est�o sucateados. “N�o � s� o Ribeir�o do On�a, outros rios da regi�o, como o Verde Grande, o Jequita�, o Pacu� e o S�o Lamberto sofrem com o mesmo problema”, acrescenta.
O professor Guilherme Guimar�es Oliveira, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), afirma que o secamento das nascentes resulta da m� rela��o do homem com a natureza. “Ao longo dos anos, assistimos ao uso errado dos recursos h�dricos, n�o somente no aspecto do consumo humano, mas sobretudo, pelo uso da �gua pelas grandes ind�strias.” Sempre retiramos �gua dos mananciais, mas n�o existem investimentos na recupera��o dessas fontes”, observa.