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Estado de Minas PRAZER EM AJUDAR

Volunt�rios e doa��es garantem atendimento a fam�lias de crian�as com c�ncer

Gra�as a doa��es e trabalho de volunt�rios, Casa de Apoio Aura abriga fam�lias que precisam trazer crian�as e adolescentes a BH para fazer tratamento contra o c�ncer


27/09/2016 06:00 - atualizado 27/09/2016 08:16
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Crianças e adolescentes na Casa de Apoio Aura, no Bairro Santa Efigênia: no momento, 28 mães estão abrigadas na instituição, que terá nova sede em breve
Crian�as e adolescentes na Casa de Apoio Aura, no Bairro Santa Efig�nia: no momento, 28 m�es est�o abrigadas na institui��o, que ter� nova sede em breve (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Ontem foi um dia de alegria para a vendedora Valdete de Freitas, de 34 anos. Depois de 9 meses vivendo em Belo Horizonte, a 300 quil�metros da fam�lia, que mora em Nova Serrana, no Centro-Oeste do estado, ela finalmente vai voltar para casa. E vai junto com seu ca�ula, Wellington de Freitas Santana, de 11, que desde janeiro faz tratamento contra leucemia em um hospital p�blico da capital. A not�cia da cura do filhote foi dada oficialmente ontem pelo m�dico. A partir de agora, Wellington far� apenas controle para monitorar seu estado de sa�de. Ainda ressabiado, talvez pela not�cia, talvez pela presen�a da reportagem do Estado de Minas, Wellington estava caladinho.

Mas as outras m�es que passam pelo mesmo sofrimento que Valdete e dividem o mesmo teto com ela n�o escondiam a alegria e, muito menos, a certeza de que seus pequenos (mesmo grande, filho � sempre crian�a) ter�o o mesmo sucesso no tratamento. E se algum dia ocorrer algum rev�s ter�o novamente um lugar para se abrigar durante esses tempos dif�ceis. Valdete e outras 27 m�es moram na Casa de Apoio Aura (Associa��o Unificada de Recupera��o e Apoio), no Bairro Santa Efig�nia, que abriga fam�lias do interior e seus filhos (de at� 18 anos) que precisam ficar na capital para fazer tratamento contra o c�ncer. Sem nenhum custo, com assist�ncia de enfermagem 24 horas, e toda a infraestrutura necess�ria para dar suporte �s crian�as e �s m�es. Tudo mantido com doa��es, servi�os volunt�rios e muito amor e dedica��o.

“Aqui acontecem muitos milagres. � uma m�gica, mas a gente sabe quem faz”, brinca a psic�loga Ana L�cia Aguilar Machado, diretora da Casa de Apoio Aura, que este ano completou 16 anos de funcionamento e logo estar� em uma sede nova e pr�pria. Ela conta que toda vez que a casa precisa de uma vaga para receber alguma fam�lia nova, algu�m tem alta. Ou quando precisa de algo para completar o tratamento (pr�teses e equipamentos m�dicos), aparece uma doa��o. “� incr�vel”, conta.

A nova sede da casa vai ser em um pr�dio de 12 andares, no mesmo bairro, com escolinha, semissu�tes para abrigar m�es e filhos e ala separada para crian�as transplantadas que precisam de cuidados especiais, al�m de estacionamento e outros recursos que garantem acessibilidade. A mudan�a para a nova sede ainda n�o ocorreu por causa de alguns entraves para a libera��o do habite-se, mas de acordo com Ana L�cia, um volunt�rio se encarrega dos tr�mites administrativos para que a mudan�a logo possa ser feita.

VISITAS “As fam�lias que chegam aqui passam o tempo que for preciso at� se curar. J� teve gente que ficou aqui tr�s anos. E quem vai embora sempre volta para dar um abra�o na gente”, relata Ana L�cia, apontando Liliane Silva da Rocha, de 18, e sua m�e, Risete Silva da Rocha, de 50, que chegaram ontem de Minas Novas para fazer um controle e rever os amigos da Casa Aura. Liliane teve um linfoma em 2005 e viveu na casa durante 11 meses, tempo que durou seu tratamento. Uma vez por ano as duas v�m � capital para fazer acompanhamento. “Minha filha est� �tima e curada. Voltou a estudar e tem uma vida normal”, conta Risete. Segundo ela, a experi�ncia com a doen�a da filha pegou toda a fam�lia de surpresa, mas o apoio da Casa foi fundamental. “A gente tem de largar tudo para tr�s e come�ar uma vida nova, longe da fam�lia, longe de tudo. Ent�o, ter um local de apoio � muito importante”, conta.

Al�m da moradia, as fam�lias t�m acompanhamento psicol�gico, fonoaudi�logo, nutricional, fisioterapeuta. E ainda h� os volunt�rios que aparecem sempre para brincar com a meninada, contar hist�rias, fazer m�gicas e sair com as crian�as para passear. As m�es recebem tamb�m uma cesta b�sica para enviar para o interior, j� que muitas abandonam o emprego para acompanhar o tratamento dos filhos. A maioria das acompanhantes das crian�as em tratamento, uma exig�ncia do Estatuto da Crian�a e do Adolescente (ECA), s�o as m�es, mas vire e mexe aparece algum pai ou outro parente para tamb�m dar apoio.

DESCOBERTA A maioria das crian�as que est�o na Casa de Apoio Aura descobriram o c�ncer de repente. Vera Aparecida Miguel Santos, de 35, moradora de Jo�o Pinheiro, conta que o filho nunca ficou doente. De repente, no fim do ano passado, come�ou a reclamar de dores espor�dicas de cabe�a. “A gente dava um analg�sico e passava. Cheguei a levar no m�dico, mas ele disse que podia ser problema de vista ou televis�o demais”. Mas, segundo ela, como as dores se tornaram muito frequentes, ela voltou ao m�dico e pressionou por um exame mais detalhado e seu filho Luiz Fernando Santos, de 7, foi diagnosticado com um tumor na cabe�a j� em est�gio avan�ado. Ele est� em tratamento desde janeiro. O caso � semelhante ao de Kristian Gabriel, de 8, segundo relata a m�e Keila Alves, de 22. “Eu comecei a achar as m�os e os l�bios dele muito brancos e percebi que ele n�o tinha mais o mesmo �nimo para brincar, vivia cansado. Quando fomos ver, ele estava com anemia e as plaquetas muito baixas”, relata. O resultado foi leucemia. Mesmo caso de Kevelli Rarielly, de 5, de Lassance, que come�ou a reclamar para a m�e, Katielle Lemos Lopes, de 27, de dores nas pernas. Manchas tamb�m apareceram pelo corpo. “Rapidamente ela quase n�o andava mais. Ficamos muito assustados”, lembra a m�e. Segundo ela, o tratamento come�ou a ser feito rapidamente, o que garante chance maior de recupera��o.

Para discutir a import�ncia desse diagn�stico precoce, a Casa de Apoio Aura realiza quinta-feira o simp�sio “Setembro Dourado – Despertar para o c�ncer infantojuvenil”, que contar� com palestra do oncologista Joaquim Caetano Aguirre Neto, que atua em hospitais de refer�ncia em Belo Horizonte. O semin�rio vai das 19h �s 22h, no audit�rio da Fumec (Rua Cobre, 200, Bairro Cruzeiro). As inscri��es s�o gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail inscri��[email protected]. A taxa � um litro de leite integral longa vida. A campanha “Setembro Dourado” tem por objetivo alertar a sociedade para a import�ncia do diagn�stico precoce de c�ncer em crian�as e adolescentes. Segundo os m�dicos, 70% dos casos da doen�a podem ser totalmente curados se descobertos no in�cio.


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