
Na verdade, balan�o da BHTrans revela que o item chamado “Descumprimento de ponto de embarque e desembarque” – o que inclui �nibus que passam direto ou param em local inadequado – foi o campe�o de reclama��es de passageiros no primeiro semestre de 2016, com 3.226 registros (veja quadro). Por tr�s da estat�stica h� v�rias situa��es, como o despreparo de motoristas – tanto de coletivos como de ve�culos particulares e a servi�o de empresas.
Isso porque a quantidade de carros e at� de caminh�es estacionados nas baias reservadas aos coletivos muitas vezes obriga o condutor de �nibus a parar fora do ponto. De acordo com a BHTrans, 6.648 infratores foram multados por esse motivo na capital apenas em 2015. O n�mero superou o de 2014 (6.352 registros).
A infra��o, considerada de gravidade m�dia, est� prevista no artigo 181 do C�digo de Tr�nsito Brasileiro. Quem a comete est� sujeito a multa de R$ 85,13, al�m da perda de quatro pontos no prontu�rio da Carteira Nacional de Habilita��o. Ontem, em poucos minutos, a equipe do Estado de Minas flagrou v�rios casos de desrespeito � lei na Regi�o Centro-Sul da cidade.
Em uma das esquinas da Avenida Get�lio Vargas e Rua dos Inconfidentes, na Savassi, um caminh�o que dava suporte a uma obra estacionou em local proibido, � frente da placa do ponto de �nibus, dificultando as manobras dos motoristas dos coletivos. O mais prejudicado foi um cadeirante. O rapaz precisou fazer um esfor�o maior, pois o ve�culo de transporte parou distante do passeio.


A sequ�ncia foi parecida com a do atrito registrado em Belo Horizonte na �ltima quarta-feira: “Uma passageira n�o gostou e embarcou reclamando. Minutos depois, outras mulheres engrossaram o coro. Ficaram xingando, dizendo que comunicariam ao dono da empresa. Por fim, de t�o estressado, sa� do �nibus, que estava cheio de gente”. E aquela n�o foi a �nica vez em que ele teve problemas com passageiros: h� um ano, diz ter sido agredido por um homem com um soco, depois de um atrito originado por um problema mec�nico, o que exp�e a rotina tensa vivida atr�s do volante.
Mas tanto ele quanto colegas de profiss�o fazem quest�o de dizer que a esmagadora maioria dos passageiros respeita quem ganha a vida no tr�nsito. O motorista Uiliam Rodrigues Santos, de 36, conta que, quase diariamente, leva pelo trajeto da SC04 uma senhora de aproximadamente 70 anos. “Toda semana ela me presenteia com um chocolate. Uma vez, me deu um jogo de cama”, recordou o rapaz, h� quase 10 anos na profiss�o.
RANKING As reclama��es dos usu�rios de �nibus na capital somaram 11.231 registros no acumulado dos seis primeiros meses deste ano. Apesar de chamar a aten��o, o n�mero � 37% menor do que o apurado em igual per�odo de 2015 (17.816). No ano passado, o descumprimento de ponto de embarque e desembarque tamb�m liderou o ranking, com 4.990 registros.
A BHTrans informou que, quando h� reclama��es contra alguma linha, “o trabalho � realizado em contato direto com os concession�rios, no sentido de enquadrar o servi�o nos padr�es”. Destacou ainda que “as reclama��es relacionadas diretamente aos operadores – motoristas e agentes de bordo – s�o tratadas com especial aten��o. Por isso, periodicamente eles passam por treinamento”.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que “para combater os efeitos dos desgastes decorrentes das atividades di�rias dos motoristas e agentes de bordo, toda empresa do sistema de transporte coletivo tem um departamento m�dico, que observa atenta e rigorosamente o estabelecido pelo Programa de Controle M�dico e Sa�de Ocupacional, como a realiza��o de exames peri�dicos e o acompanhamento de seus resultados”.