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Estado de Minas

�nibus que param fora do ponto lideram queixas de passageiros em BH

Den�ncias por desrespeito a locais de embarque e desembarque de �nibus lideram queixas de passageiros em BH e geram cada vez mais atritos, como o que levou condutor a abandonar volante na Savassi


postado em 30/09/2016 06:00 / atualizado em 30/09/2016 07:47

Flagrante de afronta ao passageiro: com caminhão estacionado em local proibido, coletivo para distante da calçada e torna embarque e cadeirante ainda mais difícil(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Flagrante de afronta ao passageiro: com caminh�o estacionado em local proibido, coletivo para distante da cal�ada e torna embarque e cadeirante ainda mais dif�cil (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Usu�rio do sistema de transporte de Belo Horizonte, o m�sico Jone Camargo, de 41 anos, n�o concorda em embarcar fora do ponto nos �nibus que circulam pela cidade. Est� longe de ser uma voz isolada: faz coro com ele uma multid�o de passageiros na capital, entre eles a mulher que entrou em um dos ve�culos da linha SC02A na quarta-feira e bateu boca com o motorista. O atrito levou o condutor a largar o volante e a abandonar o coletivo cheio de passageiros na Savassi, no quinto epis�dio do tipo na cidade desde 2012. “Tem que respeitar o ponto”, defende o cantor.

Na verdade, balan�o da BHTrans revela que o item chamado “Descumprimento de ponto de embarque e desembarque” – o que inclui �nibus que passam direto ou param em local inadequado – foi o campe�o de reclama��es de passageiros no primeiro semestre de 2016, com 3.226 registros (veja quadro). Por tr�s da estat�stica h� v�rias situa��es, como o despreparo de motoristas – tanto de coletivos como de ve�culos particulares e a servi�o de empresas.

Isso porque a quantidade de carros e at� de caminh�es estacionados nas baias reservadas aos coletivos muitas vezes obriga o condutor de �nibus a parar fora do ponto. De acordo com a BHTrans, 6.648 infratores foram multados por esse motivo na capital apenas em 2015. O n�mero superou o de 2014 (6.352 registros).

A infra��o, considerada de gravidade m�dia, est� prevista no artigo 181 do C�digo de Tr�nsito Brasileiro. Quem a comete est� sujeito a multa de R$ 85,13, al�m da perda de quatro pontos no prontu�rio da Carteira Nacional de Habilita��o. Ontem, em poucos minutos, a equipe do Estado de Minas flagrou v�rios casos de desrespeito � lei na Regi�o Centro-Sul da cidade.

Em uma das esquinas da Avenida Get�lio Vargas e Rua dos Inconfidentes, na Savassi, um caminh�o que dava suporte a uma obra estacionou em local proibido, � frente da placa do ponto de �nibus, dificultando as manobras dos motoristas dos coletivos. O mais prejudicado foi um cadeirante. O rapaz precisou fazer um esfor�o maior, pois o ve�culo de transporte parou distante do passeio.

Clebson Gomes, com quase uma década de profissão, também já abandonou veículo depois de bate-boca(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Clebson Gomes, com quase uma d�cada de profiss�o, tamb�m j� abandonou ve�culo depois de bate-boca (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)
Situa��es como essa deixam Clebson Gomes, de 38, indignado. Ele � motorista de �nibus h� quase uma d�cada e j� passou por situa��o id�ntica � do condutor da linha SC02 que abandonou o ve�culo cheio de passageiros. H� cinco anos, quando trabalhava em Betim, na Grande Belo Horizonte, deparou-se com uma van – possivelmente conduzida por um perueiro – estacionada no ponto. Clebson parou o coletivo poucos metros atr�s.

A sequ�ncia foi parecida com a do atrito registrado em Belo Horizonte na �ltima quarta-feira: “Uma passageira n�o gostou e embarcou reclamando. Minutos depois, outras mulheres engrossaram o coro. Ficaram xingando, dizendo que comunicariam ao dono da empresa. Por fim, de t�o estressado, sa� do �nibus, que estava cheio de gente”. E aquela n�o foi a �nica vez em que ele teve problemas com passageiros: h� um ano, diz ter sido agredido por um homem com um soco, depois de um atrito originado por um problema mec�nico, o que exp�e a rotina tensa vivida atr�s do volante.

Mas tanto ele quanto colegas de profiss�o fazem quest�o de dizer que a esmagadora maioria dos passageiros respeita quem ganha a vida no tr�nsito. O motorista Uiliam Rodrigues Santos, de 36, conta que, quase diariamente, leva pelo trajeto da SC04 uma senhora de aproximadamente 70 anos. “Toda semana ela me presenteia com um chocolate. Uma vez, me deu um jogo de cama”, recordou o rapaz, h� quase 10 anos na profiss�o.

RANKING As reclama��es dos usu�rios de �nibus na capital somaram 11.231 registros no acumulado dos seis primeiros meses deste ano. Apesar de chamar a aten��o, o n�mero � 37% menor do que o apurado em igual per�odo de 2015 (17.816). No ano passado, o descumprimento de ponto de embarque e desembarque tamb�m liderou o ranking, com 4.990 registros.

A BHTrans informou que, quando h� reclama��es contra alguma linha, “o trabalho � realizado em contato direto com os concession�rios, no sentido de enquadrar o servi�o nos padr�es”. Destacou ainda que “as reclama��es relacionadas diretamente aos operadores – motoristas e agentes de bordo – s�o tratadas com especial aten��o. Por isso, periodicamente eles passam por treinamento”.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que “para combater os efeitos dos desgastes decorrentes das atividades di�rias dos motoristas e agentes de bordo, toda empresa do sistema de transporte coletivo tem um departamento m�dico, que observa atenta e rigorosamente o estabelecido pelo Programa de Controle M�dico e Sa�de Ocupacional, como a realiza��o de exames peri�dicos e o acompanhamento de seus resultados”.


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