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Estado de Minas

Capivaras proliferam tamb�m na Cidade Administrativa

Decis�o judicial de retirada imediata de roedores da Pampulha ainda n�o saiu do papel, mas j� � criticada pelo Conselho de Sa�de


postado em 12/10/2016 06:00 / atualizado em 12/10/2016 07:09

Ariscos, roedores se escondem nas horas de maior movimento na Cidade Administrativa. Plano prevê contagem e esterilização de machos e fêmeas(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Ariscos, roedores se escondem nas horas de maior movimento na Cidade Administrativa. Plano prev� contagem e esteriliza��o de machos e f�meas (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)

As capivaras n�o proliferam em Belo Horizonte apenas na Lagoa da Pampulha, cart�o-postal da capital e patrim�nio cultural da humanidade. A cerca de 10 quil�metros dali, em plena sede do governo estadual, na Cidade Administrativa, elas podem ser vistas em bando – deitadas � sombra das �rvores, entrando no lago central ou embrenhadas nas margens de um brejo na sa�da do Bairro Serra Verde, na Regi�o de Venda Nova. Menos acostumados � proximidade humana do que os animais que vivem na orla da Pampulha – onde na tarde de domingo adultos e filhotes circulavam tranquilamente entre visitantes –, os roedores vizinhos aos pr�dios da administra��o estadual come�am a invadir a imensa �rea gramada no in�cio da noite, quando o movimento de pessoas e carros diminui.


A �ltima recontagem dos animais,  no in�cio do ano, mostrou que h� 22 capivaras nas imedia��es da Cidade Administrativa, segundo o superintendente de Opera��o Log�sticas, Wellington Leal Pereira. “Dentro de duas semanas, teremos o resultado de nova contagem”, afirma. Pereira explicou que n�o houve autoriza��o do Instituto Estadual de Florestas, que fez um estudo t�cnico sobre o assunto, ou do Ibama para confinamento dos mam�feros, que j� ocupavam o local desde a �poca do J�quei Clube e podem ser vistas tamb�m em outros pontos da Grande BH.

Para resolver os impactos e amea�as da presen�a dos animais, que naturalmente s�o portadores do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, e atacam os jardins, a Superintend�ncia de Opera��o Log�sticas est� tomando tr�s provid�ncias, dentro do plano de manejo, sendo a recontagem a primeira delas. A pr�xima etapa ser� a esteriliza��o, de forma a impedir a reprodu��o. Outra medida se relaciona � transfer�ncia natural dos bichos para um espa�o mais distante, embora dentro do complexo da Cidade Administrativa. “Estamos fazendo a ceva para que eles migrem para esse espa�o”, afirmou Wellington Pereira.

Outra iniciativa se refere ao controle do carrapato-estrela, que se hospeda em diversas esp�cies de animais e, se infectado pela bact�ria Rickettsia rickettsii, transmite a febre maculosa ao picar seres humanos. “A bact�ria ainda n�o foi detectada aqui”, disse o gerente.

Cr�ticas

Na tarde de ter�a-feira, o presidente do Conselho Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, o m�dico Bruno Abreu Gomes Pedralva, condenou a decis�o liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o (TRF1), de Bras�lia, que, na sexta-feira, determinou � Prefeitura de Belo Horizonte a retirada imediata das capivaras que vivem na Pampulha. O desembargador Souza Prudente, autor do despacho, avalia que a provid�ncia � urgente e estabeleceu prazo at� sexta-feira para que seja adotada. A prefeitura informou “que estuda a melhor forma de cumprir a decis�o”.

“Remover as capivaras n�o resolver� o problema, pois umas saem e outras v�o migrar pelos c�rregos que des�guam na Pampulha. H� o risco de que, com a retirada dos animais, o carrapato procure outros hospedeiros, como c�es, gatos e o pr�prio homem. A decis�o atropela a din�mica do trabalho feito em BH e acaba com uma barreira sanit�ria, que s�o as capivaras”, defendeu Bruno Pedralva. Para ele, “a judicializa��o do tema pode ser ruim”.

O manejo, diz, � a sa�da mais indicada. “O combate � febre maculosa em BH deve passar pela elabora��o de um plano de manejo dos hospedeiros do carrapato-estrela. Al�m disso, estamos orientando as secretarias municipais de Sa�de e Meio Ambiente para realiza��o de estudos sobre os risco da febre maculosa em outras regi�es de BH, al�m da capacita��o dos profissionais de sa�de para o diagn�stico e tratamento da doen�a.”

 

‘Combate ao carrapato,
  e n�o aos hospedeiros’


Na �ltima quinta-feira, os integrantes do Conselho Municipal de Sa�de tiveram reuni�o com representantes das secretarias municipais de Sa�de, do Meio Ambiente e do Movimento Mineiro pelos Direitos dos Animais, com a participa��o do professor Tarc�zio Ant�nio Rego de Paulo, especialista de manejo populacional �tico de capivaras da Universidade Federal de Vi�osa (UFV). “H� cidades como Campinas (SP) que, ao retirar as capivaras dos lagos, acabaram aumentando a popula��o desses animais e �bitos causados pela febre maculosa”, disse Bruno Pedralva, presidente do conselho.

A veterin�ria Fl�via Quadros, integrante da Comiss�o Interinstitucional de Sa�de Humana na sua Rela��o com os Animais, do Conselho Municipal de Sa�de, destacou que “o combate deve ser ao carrapato, e n�o ao hospedeiro”, da� ser contra a retirada dos mam�feros. Ela citou a experi�ncia bem-sucedida da UFV, que teve � frente o professor Tarc�zio e conseguiu, com a esteriliza��o de machos e f�meas, controlar a popula��o.

Uma boa alternativa para resolver o problema de capivaras e infesta��o de carrapatos na Pampulha, segundo a veterin�ria, � o uso de cavalos, que s�o o “prato preferido dos carrapatos”, conforme disse. “Os cavalos, que n�o pegam a doen�a, poder�o ser colocados como iscas, em v�rios pontos da orla, de tal forma que n�o causem transtornos ao tr�nsito de ve�culos. Depois, o animal dever� ser pulverizado com carrapaticida. � simples”, argumenta a veterin�ria.

RISCO Belo Horizonte teve neste ano dois casos confirmados de febre maculosa. O mais grave deles foi identificado no in�cio do m�s passado, quando um escoteiro de 10 anos morreu v�tima da doen�a, ap�s ser picado por carrapato infectado com a bact�ria Rickettsia rickettsii, no Parque Ecol�gico Promotor Francisco Jos� Lins do R�go Santos, �s margens da Lagoa da Pampulha.


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