
Na tarde de ontem, casais e fam�lias inteiras do interior e da capital registraram, com prazer, a proximidade com os mam�feros, cuja presen�a na orla causa pol�mica h� meses e, mais ainda, desde a semana passada, quando o desembargador federal Souza Prudente, da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o (TRF1), de Bras�lia (DF), determinou que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) retirasse os roedores de imediato.
Se fosse no tempo em que os bichos falassem, certamente as capivaras da orla proclamariam alto e bom som: “N�o suportamos mais tanta exposi��o aqui na Pampulha” – se bem que alguns esp�cimes ficam quietinhas perto dos turistas, interagem com crian�as e adultos, posam para fotos debaixo de �rvores e comem grama perto da Igreja de S�o Francisco de Assis, sem medo de repreens�o.
“Elas n�o atacam os seres humano, somente s�o bravas quando as de outro grupo invadem o seu espa�o. A�, sim, s�o brigonas”, explica a m�dica veterin�ria Fl�via Quadros, integrante da comiss�o interinstitucional de sa�de humana na sua rela��o com os animais, do Conselho Municipal de Sa�de.
Morador de Passos, no Sul de Minas, o representante comercial de medicamentos veterin�rios Marco Ant�nio Hip�lito Silva passeava na orla com a mulher Regina, os filhos Luiz Henrique, Gabriel e Tain� e aproveitava a oportunidade para ver bem um grupo de animais pr�ximo � Avenida Otac�lio Negr�o de Lima. “Conhe�o bem as capivaras, pois na minha regi�o tem as silvestres. Neste local, elas se tornaram uma atra��o e acho que n�o deveriam ser retiradas, desde que bem tratadas”, afirmou.
N�o muito longe dali, o casal Gleison Bruno Aredes e Paloma de Almeida Alves, morador em S�o Jo�o do Oriente, no Vale do A�o, tamb�m chegava perto dos bichos, enquanto posava para a c�mera do celular da amiga Luane Caroline, t�cnica em seguran�a e residente na capital.
Eles tamb�m consideram importante o tratamento adequado dos animais, embora com ressalvas. “� importante acabar com os carrapatos, que s�o transmissores da febre maculosa”, disse Gleison, lembrando-se da morte, ocorrida no in�cio do m�s passado, de um garoto de 10 anos v�tima da doen�a, ap�s ser picado por carrapato infectado com a bact�ria Rickettsia rickettsii, no Parque Ecol�gico Promotor Francisco Lins do Rego.
A capivara est� no foco das aten��es, j� que, a exemplo de outros animais, � hospedeira do carrapato.
SEM A��O A decis�o judicial que determinou o isolamento das capivaras que habitam o entorno da Lagoa da Pampulha ainda n�o tem data para ocorrer. A PBH informou, ontem, que vai acatar a exig�ncia do desembargador federal Souza Prudente mas n�o informou prazo.
Os t�cnicos afirmaram que estudam a melhor maneira de obedecer a medida. Em entrevista ao Estado de Minas, na ter�a-feira, Souza Prudente disse que o isolamento dos animais teria de ser feito at� ontem. Por�m, na decis�o n�o consta data, somente que a retirada dos animais tem que ser feita de forma imediata.
Diante do impasse, a Associa��o de Moradores do Bairro Bandeirantes, autora da a��o, iniciou mobiliza��o para a popula��o enviar imagens dos animais soltos na regi�o. O material servir� de base para peti��o que ser� enviada ao desembargador, caso a PBH n�o retire os roedores at� o in�cio da pr�xima semana. O documento pedir� puni��o para a administra��o municipal.
FICHA DO BICHO
A capivara � uma esp�cie de mam�fero roedor da fam�lia Caviidae e subfam�lia Hydrochoerinae
Nome cient�fico: Hydrochoerus hydrochaeris
Peso: 35 a 66 kg (adulto)
Altura: 50 a 64 cm (adulto)
Per�odo de gesta��o: 130 a150 dias
Alimenta��o: capim e tub�rculos
Presen�a: est�o na regi�o da Pampulha desde a d�cada de 1980
Chegada: pelos c�rregos que v�m de Contagem, na Grande BH, e des�guam na Lagoa da Pampulha