
O caso de Marco Ant�nio, tratado pela SES como aut�ctone (infec��o no local de manifesta��o da doen�a), refor�a que a transmiss�o ocorreu em Areinha: o garimpeiro afirma n�o ter sa�do de l�. “Estou aqui em Areinha vai fazer cinco anos e nunca sa� daqui. Nunca sa� de Minas” diz. E completa: “Essa doen�a � do mato mesmo. Estamos entrando no mato demais e encontrando as coisas que existem l�”, opina.
Al�m das pessoas que tiveram confirma��o de mal�ria – todos os doentes est�o sendo tratados e j� receberam alta da Santa Casa de Miseric�rdia de Diamantina –, a Secretaria de Estado de Sa�de afirma que faz “busca ativa” por mais pessoas picadas pelo mosquito Anopheles darlingi e infectadas pelo protozo�rio Plasmodium vivax, mas at� ontem n�o havia confirmado outros casos suspeitos. No garimpo de Areinha, por�m, a informa��o � de que v�rias pessoas passaram dias com os sintomas parecidos aos da mal�ria. Elas recebem tr�s tipos de medicamento contra a doen�a como forma de precau��o.
Uma delas � a garimpeira Ant�nia Soares, de 29 anos, que vive com o marido em um barrac�o � beira do rio. “Senti febre, dor de cabe�a, dor de garganta, falta de for�as. Estava muito desanimada, querendo s� cama, sentindo muitos calafrios e sem conseguir fazer nada”, conta Ant�nia. Ela vive h� um ano e seis meses no local e, a exemplo de Marco Ant�nio, afirma que n�o deixou a �rea. “Nunca sa� daqui n�o. Sou de Diamantina mesmo”, diz.
Al�m da busca por casos, t�cnicos da SES borrifam as casas da regi�o para evitar que o mosquito Anopheles se reproduza. “O problema � que n�o podem fazer muito mais. Nas catas (lavras abertas no leito e nas margens do Jequitinhonha para a garimpagem de ouro e diamantes) n�o podem borrifar o veneno por causa dos peixes”, avalia a garimpeira Ant�nia Soares. Al�m da borrifa��o, a Secretaria de Estado de Sa�de informou que profissionais de sa�de dos munic�pios vizinhos est�o sendo capacitados para o diagn�stico da mal�ria. Medicamentos, kits diagn�stico e insumos para o tratamento est�o sendo enviados, bem como material informativo.
CARNAVAL A Prefeitura de Diamantina refor�ou que os casos de mal�ria identificados no garimpo de Areinhas, a cerca de 70 quil�metros do Centro da cidade, n�o p�em turistas em risco – a cidade se prepara para receber muitos visitantes durante o carnaval. Ap�s reuni�o na manh� de ontem, em que foram apresentados resultados de estudos feitos pelo Minist�rio da Sa�de, o secret�rio municipal de Sa�de, Rog�rio Geraldo Pontes, afirmou, por meio de nota, que os casos confirmados s�o “ocorr�ncias pontuais”. Ele ressaltou, por�m, a “necessidade de vigil�ncia cont�nua e a��es de controle que j� est�o sendo desenvolvidas”.
Tamb�m por meio de nota, o prefeito de Diamantina, Juscelino Brasiliano Roque (PMDB), afirma que “a prioridade � focar no combate, acompanhamento e preven��o da doen�a e n�o nas especula��es que podem trazer mais preju�zos para Diamantina e regi�o, j� que a cidade depende e muito da manuten��o da atividade garimpeira e do turismo”.
Antes dos seis casos de Areinhas, Minas havia registrado apenas um caso aut�ctone da doen�a em 2016, em Simon�sia, na Zona da Mata. Em 2015, um paciente ficou doente em Lima Duarte, tamb�m na Zona da Mata. O �ltimo caso tratado em Diamantina foi em 2012, de um paciente n�o contaminado no estado, segundo o Datasus. No ano passado, Minas registrou ainda 46 casos importados de mal�ria. Em 2015, foram 38. (Colaborou Luiz Ribeiro)
Palavra de especialista
Estev�o Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia
“N�o � preciso deixar de ir a Diamantina”
O momento � de manter o alerta, a vigil�ncia e de tomar provid�ncias para evitar que a regi�o de Diamantina se torne end�mica para a mal�ria, o que seria uma preocupa��o a mais de sa�de p�blica para Minas. A ocorr�ncia desses seis casos � uma situa��o que exige extrema aten��o. As autoridades de sa�de devem continuar com as medidas de controle que v�m sendo tomadas, mapear bem a �rea de infec��o para evitar novos casos e eliminar completamente o vetor. Nos centros urbanos � mais dif�cil que haja transmiss�o porque o parasita que causa mal�ria se concentra em �reas rurais, de mata. N�o � preciso deixar de ir a Diamantina, mas o alerta deve ser mantido porque o parasita tamb�m consegue se manter em ambientes urbanos. At� o momento, n�o h� elementos que exijam alarde, mas devemos acompanhar a evolu��o dos pacientes j� medicados e se vai ou n�o haver novos casos”