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Estado de Minas

Gastos extras com febre amarela pioram situa��o de cidades em crise financeira

Para vacinar popula��o e combater doen�a, muitas cidades mineiras com registro de casos e mortes ampliam gastos, cancelam eventos e paralisam obras e servi�os


postado em 27/01/2017 06:00 / atualizado em 27/01/2017 07:26

Em Novo Cruzeiro, que recebeu apoio da Força Nacional do SUS, prefeitura afirma ter ampliado gastos e paralisado praticamente todos os serviços por causa do combate à febre amarela(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press - 25/1/16)
Em Novo Cruzeiro, que recebeu apoio da For�a Nacional do SUS, prefeitura afirma ter ampliado gastos e paralisado praticamente todos os servi�os por causa do combate � febre amarela (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press - 25/1/16)
N�o bastassem dezenas de casos confirmados e mortes, o surto de febre amarela que assola o estado desde os primeiros dias do ano causa aos munic�pios efeitos colaterais para al�m das consequ�ncias cl�nicas. Obras paradas, servi�os interrompidos, gastos inesperados com equipes de sa�de, eventos cancelados e realocamento de recursos s�o algumas das medidas adotadas por prefeituras afetadas pela doen�a para garantir f�lego e estrutura no combate � doen�a.

Em Ladainha, no Vale do Mucuri, munic�pio com mais mortes confirmadas por febre amarela (10), a prefeitura busca recursos extras depois ampliar gastos por conta do surto. Desde o in�cio de janeiro, praticamente todas as equipes da administra��o municipal foram direcionadas para dar suporte ao trabalho das equipes da Sa�de, sobretudo para ampliar a vacina��o. Segundo o prefeito Walid Edir Oliveira (PSDB), entre R$ 350 mil e R$ 400 mil foram gastos a mais com despesas no hospital da cidade.

“Estamos fazendo todo o levantamento para conseguir um recurso extra com o estado ou com a Uni�o”, afirmou. Na ter�a-feira, ele se re�ne com o ministro da Sa�de, Ricardo Barros, em Bras�lia. Ainda por causa da grande mudan�a na rotina das pessoas na cidade, um leil�o de gado marcado para o fim de janeiro foi adiado ainda sem nova data.

Em S�o Sebasti�o do Maranh�o, no Vale do Rio Doce, muitos planos tiveram de ser interrompidos. A cidade teve 16 notifica��es, cinco casos confirmados, dois �bitos e outros quatro est�o em investiga��o. Dos 11 mil habitantes, 80% vivem na zona rural. Para limpar ruas, terrenos e c�rregos da cidade, o munic�pio teve de deixar para depois a manuten��o das estradas para a volta �s aulas. Isso porque foi preciso deslocar maquin�rio e funcion�rios que estavam encarregados dessa tarefa. Eventos tamb�m foram adiados. Para uma das principais festas da cidade, a do padroeiro do munic�pio, S�o Sebasti�o, em 20 de janeiro, a ordem foi n�o sair de casa.

An�ncios em r�dios e carros de som convocavam a popula��o a ficar em casa. O resultado foi um movimento bem menor que nos anos anteriores. A orienta��o tamb�m era para evitar beira de rios e lagoas.“Quanto mais a popula��o se movimentar, mais aumenta o risco. Como a maioria das pessoas trabalha na zona rural, o melhor � ficar mais recolhido para evitar trazer o problema para a cidade”, afirma o prefeito Aguinaldo Timote Ferreira Bessa, o Xibinha (PMDB). Ele conta que no munic�pio muitos macacos foram encontrados mortos. “H� tr�s esp�cies na regi�o e imagino que ficaram quase extintas.”

Em Piedade de Caratinga, na mesma regi�o, onde h� dois �bitos confirmados e cinco suspeitos, o prefeito Edinilson Lopes (PMDB) afirma que ser� preciso contratar mais equipes de sa�de para dar conta do servi�o. Para garantir a vacina��o dos moradores da zona rural, quatro duplas de enfermeiros e t�cnicos de enfermagem foram mandadas para o campo. Enquanto isso, apenas uma dupla ficou na cidade. Em Piedade, houve 21 notifica��es, cinco casos confirmados e 14 em investiga��es, segundo a SES.

ALUGUEL Em Novo Cruzeiro, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, o novo prefeito, Milton Coelho de Oliveira (PR), est� tendo que realocar recursos e gastar o que n�o esperava para controlar a doen�a e imunizar a popula��o. S�o 31 casos notificados, sendo um deles confirmado. Houve oito mortes suspeitas e uma confirmada por febre amarela. Dos 31,7 mil habitantes, 72% est�o na zona rural. Com ve�culos sucateados, foi preciso alugar carros para mandar as equipes respons�veis pela imuniza��o dos moradores dessa �rea, al�m do gasto com alimenta��o e a hospedagem com volunt�rios de outras cidades e de funcion�rios da Regional de Sa�de de Te�filo Otoni. “Paramos quase todos os outros servi�os para nos concentrarmos no combate a essa doen�a”, afirma o gestor, que esteve ontem na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para pedir ajuda.

Ele teme ainda uma epidemia por dengue e, para evit�-la, concentrou os esfor�os de obras e servi�os urbanos na limpeza da cidade. Houve gastos tamb�m com o hospital da cidade, que n�o � municipal, mas filantr�pico. Coube � prefeitura disponibilizar m�dicos e pagar os plant�es. Apenas com transfer�ncia de pacientes para Te�filo Otoni, foram gastos R$ 40 mil nos �ltimos dias. A manuten��o das estradas tamb�m est� parada. Todas as 10 equipes do programa sa�de da fam�lia (PSF) foram incumbidas de vacinar a popula��o de casa em casa. “N�o tinha ambul�ncia nem para transferir paciente. Teve dia de ter que fazer tr�s viagens para levar os doentes para T�ofilo Otoni”, conta.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

N�mero de mortos sobe de 38 para 40

J� chega a 40 o n�mero de mortes por febre amarela silvestre em Minas, no surto que � considerado o pior do Brasil em pelo menos 14 anos. Dados do boletim epidemiol�gico divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Sa�de (SES) mostra que outros 57 �bitos s�o investigados. O total de casos notificados da doen�a no estado j� chega a 486, dos quais 84 foram confirmados. Em rela��o aos n�meros de ontem, o boletim de hoje eleva em dois o total de mortes confirmadas e em 15 o total de casos confirmados. O surto em Minas j� atingiu um raio de 50 munic�pios que tiveram notifica��o de casos de febre amarela silvestre.

O atual cen�rio epidemiol�gico da enfermidade revela ainda que, entre os �bitos confirmados, 90%, ou seja, 29 pacientes, eram do sexo masculino, com m�dia de idade de 43,9 anos. J� no total de casos confirmados, 86% s�o homens e 14%, mulheres. Foram considerados casos confirmados aqueles que apresentaram exame laboratorial detect�vel para a doen�a; exame laboratorial n�o detect�vel para dengue; hist�rico vacinal; sinais e sintomas compat�veis com a defini��o de caso e exames complementares que caracterizam disfun��o renal/hep�tica.

Com 21 casos notificados da doen�a, o munic�pio de Ladainha, no Vale do Jequitinhonha, � o munic�pio com maior n�mero de mortes: 10. A regi�o no entorno da cidade teve amplia��o da oferta de exames para garantir a cobertura do atendimento 24 horas � popula��o. Na rela��o de cidades com mais mortes est�o Te�filo Otoni (5), Ipanema (4), Itambacuri (3), Piedade de Caratinga (2), Malacacheta (2), Imb� de Minas (2), S�o Sebasti�o do Maranh�o (2), Pot� (2), Concei��o de Ipanema (1), Novo Cruzeiro (1), Setubinha (1), Jos� Raydan (2), Ubaporanga (1).

Em parceria com o Minist�rio da Sa�de e as secretarias municipais de Sa�de, a SES est� recomendando a vacina��o de rotina em todo o estado e intensificando a imuniza��o em munic�pios priorit�rios. J� foram distribu�das 1,6 milh�o de doses de vacina para atender ao refor�o vacinal e, destas, 878,4 mil doses foram aplicadas. O governo do estado informa que tamb�m investiu na contrata��o de leitos extras em hospitais das regi�es afetadas, para atendimento de pacientes com suspeita ou confirma��o de febre amarela. Ser�o144: 114 j� est�o abertos e 40 em fase final de negocia��o. Do total, 110 s�o leitos cl�nicos, 20 s�o leitos de UTI e 14 leitos s�o semi-intensivos. (VL)


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