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Estado de Minas

Picha��o no Museu da Inconfid�ncia pode ter rela��o com sa�da de ambulantes da Pra�a Tiradentes

Prefeitura de Ouro Preto determinou a retirada de cerca de 20 pessoas que atuavam de forma irregular no espa�o p�blico. Investiga��o j� mobiliza Pol�cia Federal e MP estadual e da Uni�o


postado em 09/02/2017 06:00 / atualizado em 09/02/2017 07:36

Técnicos do Iphan e do Museu da Inconfidência vistoriam as pichações para avaliar os danos ao prédio de Ouro Preto construído no século 18(foto: Cláudia Klock/Museu da Inconfidência/Divulgação)
T�cnicos do Iphan e do Museu da Inconfid�ncia vistoriam as picha��es para avaliar os danos ao pr�dio de Ouro Preto constru�do no s�culo 18 (foto: Cl�udia Klock/Museu da Inconfid�ncia/Divulga��o)
A picha��o do Museu da Inconfid�ncia, em Ouro Preto, um dos mais importantes e visitados centros de cultura do pa�s, pode estar associada � retirada de ambulantes da Pra�a Tiradentes, no Centro Hist�rico, reconhecido como patrim�nio da humanidade e tombado pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).

H� 10 dias, mais de 20 pessoas que atuavam de forma irregular no espa�o p�blico foram obrigadas a sair da �rea por determina��o da prefeitura local, em a��o realizada pelo setor de fiscaliza��o municipal. A investiga��o para descobrir o respons�vel pelo vandalismo j� mobiliza, al�m da Pol�cia Civil, o Minist�rio P�blico de Minas Gerais, que instaurou inqu�rito, e a Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Federal, por se tratar de bem protegido pela Uni�o.

“A situa��o chegou a um absurdo extremo. De dia, os ambulantes ficavam na Pra�a Tiradentes e, � noite, dormiam atr�s da Igreja de S�o Francisco de Assis. Ali acendiam fogareiros e cozinhavam, pondo em risco a seguran�a dos bens hist�ricos. Uma mulher guardava quadros dentro de um chafariz do s�culo 18”, disse uma fonte ouvida pela equipe do Estado de Minas, que preferiu n�o se identificar. A Pol�cia Civil investiga o caso, analisando imagens de c�meras de vigil�ncia instaladas na regi�o, mas ainda n�o identificou o respons�vel ou respons�veis pelas palavras escritas com spray – “patrim�nio da humanidade elitista” – nas pedras de cantaria do pared�o do museu.

No in�cio da noite de ontem, o promotor de Justi�a da comarca de Ouro Preto, Domingos Ventura de Miranda J�nior, disse que foi instaurado inqu�rito para repara��o dos anos e restaura��o do pr�dio. “Tudo est� sendo feito para identificar o mais r�pido poss�vel o autor. Queremos puni��o rigorosa, para que isso nunca mais ocorra em Ouro Preto”, disse Domingos. Ele explicou que se trata de um crime de dano ao patrim�nio cultural e � ordem urban�stica. Conforme o C�digo Penal, est�o previstas as penas de tr�s anos de deten��o (artigo 163, par�grafo �nico, inciso 3) e mais um ano (artigo 65, par�grafo �nico da Lei 9.605).

REMO��O Na tarde de ontem, o chefe do escrit�rio do Iphan em Ouro Preto, Andr� Macieira, fez uma vistoria no Museu da Inconfid�ncia para avaliar os danos causados pela picha��o que ocupa 20 metros da lateral do pr�dio, constru�do no s�culo 18 e que foi C�mara e cadeia de Vila Rica, antigo nome da cidade. Ele explicou que a tinta poder� ser removida com um produto que est� sendo providenciado pelo diretor do Museu da Inconfid�ncia, Rui Mour�o. Em 2010, quando o local foi pichado, o material foi usado com sucesso. Andr� estava acompanhado da diretora substituta do museu, Rosa Wood, da chefe da divis�o t�cnica da institui��o, Margareth Monteiro, e do mestrando do Programa de Especializa��o Patrimonial do Iphan, Cl�udio Zunguene.

J� o secret�rio de Cultura e Patrim�nio de Ouro Preto, Zaqueu Astoni Moreira, disse que prefere aguardar a apura��o dos fatos para se manifestar sobre a picha��o ocorrida na madrugada de segunda-feira. O ato de vandalismo revoltou moradores e entristeceu turistas – o Inconfid�ncia � o segundo museu federal mais visitado do pa�s, com 150 mil pessoas/ano, ficando atr�s apenas do Museu Imperial de Petr�polis (RJ).

CASA DA LIBERDADE A hist�ria do Brasil passa, necess�ria e vigorosamente, pela Pra�a Tiradentes, no Centro de Ouro Preto. No edif�cio erguido em 1785 pelo governador da Capitania de Minas, Lu�s da Cunha Meneses, para ser Casa de C�mara e Cadeia, est� o Museu da Inconfid�ncia, de portas e janelas coloniais abertas para contar a trajet�ria de Joaquim Jos� da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), e conjurados que lutaram pela liberdade, indicar os caminhos do Ciclo do Ouro nas Gerais e destacar as maravilhas do barroco, incluindo pe�as de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814) e partituras musicais. O acervo compreeende mais de 4 mil objetos, com exemplares de todas as esferas da vida social mineira nos s�culos 18 e 19.

Bem em frente ao museu pode-se admirar um dos cart�es-postais mais conhecidos do pa�s: o Monumento a Tiradentes, escultura em bronze feita em 1894 por Virg�lio Cestari e localizada de costas para o antigo Pal�cio do Governador, atual Escola de Minas. Depois desse primeiro impacto visual, � hora de subir a escadaria de pedra, visitar salas e colar os olhos nas vitrines do museu para um exerc�cio fascinante: agu�ar os sentidos e mergulhar numa longa hist�ria. Foi a poucos metros dali que o ato de vandalismo manchou a hist�ria dos brasileiros.


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