
No caso dos pacientes internados no Hospital do Barreiro, ontem a Secretaria Municipal de Sa�de confirmou que dos seis que havia informado anteriormente serem moradores de Belo Horizonte, um deles, do sexo feminino, deu entrada como endere�o da capital, mas vive na Su��a. Segundo a pasta, todos j� receberam alta. Tamb�m foram liberados outros dois pacientes moradores de S�o Sebasti�o do Maranh�o e Bom Jesus do Galho, respectivamente, que deram entrada na rede municipal de BH com sintomas de febre amarela. Um terceiro paciente do interior, morador de Itueta, tamb�m chegou a ser internado no Hospital do Barreiro, e depois transferido para o Hospital Risoleta Neves, onde morreu.
Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, o m�dico Estev�o Urbano chama a aten��o para a necessidade de vacina��o diante do fluxo de pessoas no pa�s com o per�odo de carnaval. “Existe uma associa��o entre os deslocamentos feitos durante as f�rias e a expans�o da doen�a, porque h� circula��o de pessoas e consequentemente do v�rus”, diz. Ele explica ainda que, depois que chegaram de viagem e come�aram a apresentar os sintomas da doen�a, essas pessoas, inclusive, passaram a se tornar potenciais transmissores do v�rus da febre amarela se picados por mosquitos.
Na pr�tica, funciona assim. Se a pessoa � picada em �rea rural, pelo mosquito Haemagogus ou Sabethes, ela passa cerca de 14 dias em per�odo de incuba��o da doen�a. Nessa fase, n�o transmite o v�rus. Quando come�a a apresentar os sintomas, o v�rus come�a a circular na corrente sangu�nea do paciente que, se picado no per�odo de cinco a sete dias, pode contaminar o mosquito com o v�rus da febre amarela. Da� para a frente, o mosquito infectado pica outra pessoa e repete o ciclo de infec��o. “Por isso � t�o importante que as pessoas se vacinem, caso estejam com seus cart�es desatualizados e em �reas de risco”, afirmou.

DIAGON�STICO As primeiras notifica��es de febre amarela em Minas foram registradas em 2 de janeiro e o an�ncio oficial do surto ocorreu no dia 9, uma semana depois. Mas at� ontem, mais de um m�s depois, apenas 26,6% dos 995 casos da doen�a notificados pela Secretaria de Estado da Sa�de (SES) j� haviam sido esclarecidos. S�o 208 confirmados e 57 descartados. De acordo com o boletim epidemiol�gico da SES, s�o 75 mortes com confirma��o por febre amarela e 84 que aguardam diagn�stico. Na avalia��o do infectologista Estev�o Urbano, a falta de mais laborat�rios no estado para agilizar a entrega dos resultados al�m de criar um gargalo na realiza��o dos exames, pode afetar a tomada de medidas que influenciam na expans�o da doen�a. “N�o h� como quantificar o que est� sendo feito na Funed, mas n�o h� d�vida de que h� um d�ficit de laborat�rios para fazer os exames”.
Por meio de nota, a SES informou que a maioria dos exames � realizada pela Funed e que em alguns casos as amostras s�o enviadas tamb�m para o Instituto Evandro Chagas, no Par�, como � o caso de exames post mortem.
A pasta explicou que, com rela��o �s notifica��es, segundo a Portaria 204 de Doen�as de Notifica��o Compuls�ria todo caso suspeito de febre amarela pode ser encerrado em at� 60 dias ap�s a notifica��o. J� a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que n�o h� surto de febre amarela na capital e que todos os pacientes residentes de Belo Horizonte que foram internados no Hospital do Barreiro com suspeita da doen�a relataram viagem a munic�pios do interior de Minas Gerais, que j� t�m casos confirmados ou em investiga��o, ou seja, a poss�vel transmiss�o ocorreu fora de Belo Horizonte.
A secretaria informou ainda que refor�ou as a��es de combate aos focos do mosquito nas �reas pr�ximas �s das resid�ncias desses pacientes e que, mesmo sem casos aut�ctones (contra�dos dentro da cidade) da doen�a, est� tomando medidas de car�ter preventivo, que visam proteger a popula��o da capital. Em Belo Horizonte, s� neste ano, 278.463 pessoas foram vacinadas contra a febre amarela. A capital tem cobertura vacinal de cerca de 70% da popula��o adulta j� recebeu a vacina e aproximadamente 98% da popula��o menor de 4 anos est� imunizada.
Folia cancelada
S�o Sebasti�o do Para�so, no Sul de Minas, segue exemplo de C�ssia, na mesma regi�o, e tamb�m cancela o carnaval por conta do surto de febre amarela. A decis�o foi tomada em uma reuni�o na manh� de sexta-feira, entre o prefeito e os secret�rios municipais da Sa�de, Esporte, Lazer, Cultura e Turismo. Em nota, a prefeitura explica que cancelou a festa porque a cidade est� localizada em uma �rea de risco, al�m de terem sido constatados morte de macacos por transmiss�o da febre amarela e �bitos causados pela doen�a em cidades pr�ximas. Outro motivo � o grande fluxo de pessoas entre as cidades da regi�o e o munic�pio durante o per�odo de carnaval.