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Estado de Minas

Defesa vai recorrer de condena��o de motorista que matou na Raja Gabaglia

J�ri acatou tese de homic�dio com dolo eventual contra Gustavo Bittencourt, respons�vel pelo acidente que matou comerciante, ao dirigir embriagado na contram�o


postado em 17/02/2017 06:00 / atualizado em 17/02/2017 07:37

Gustavo Bittencourt durante o julgamento ontem: pena será cumprida inicialmente no regime semiaberto(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Gustavo Bittencourt durante o julgamento ontem: pena ser� cumprida inicialmente no regime semiaberto (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)
Uma condena��o de 6 anos e 3 meses de pris�o, que pode ser recorrida em liberdade e, caso seja cumprida, ser�, inicialmente, no regime semiaberto. Esta foi a senten�a proferida no Tribunal do J�ri de Belo Horizonte pela ju�za Maria Isabel Fleck contra o administrador Gustavo Henrique Oliveira Bittencourt, autor da batida que matou, na madrugada de 1º de fevereiro de 2008, o comerciante Fernando F�lix Paganelli. O caso teve repercuss�o nacional � �poca, pois o r�u foi acusado de ingerir bebida alco�lica e guiar o carro, na contram�o, na Avenida Raja Gabaglia.


Os jurados – cinco mulheres e dois homens – reconheceram a tese do homic�dio por dolo eventual, quando o autor assume o risco do acidente, embora n�o deseje o resultado. A v�tima deixou dois filhos adolescentes. Fernando tinha 59 anos e seguia para o trabalho, na Ceasa, em Contagem.

J� Gustavo, que tinha 23, havia passado parte da noite na balada e sa�do de um motel na BR-356, por volta das 4h. Ele se recusou a fazer o teste do etil�metro, mas exames cl�nicos apontaram que o rapaz tinha sinais de ter ingerido �lcool. O ent�o jovem ficou preso por dois meses, mas foi beneficiado por decis�o do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) para aguardar o julgamento em liberdade, o que ocorreu ontem.

O J�ri teve dois nomes de destaque no direito nacional. De um lado, o promotor Francisco Santiago, que tem mais de 1 mil julgamentos no curr�culo, comemorou a senten�a. “A den�ncia foi contemplada pelo conselho de senten�a, do dolo eventual, pelo r�u dirigir embriagado na contram�o. Eu n�o discuto o quantitativo da pena, mas a decis�o em torno de um antigo entendimento meu, pelo qual sempre lutei, de que h� o dolo eventual, pelo risco assumido no tr�nsito nessas situa��es”.

Do outro lado, o advogado do r�u, Marcelo Leonardo, que � ex-presidente da se��o mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), disse o que todos j� sabiam ap�s a leitura da senten�a: vai recorrer da decis�o. “No processo est� provado que se trata de um homic�dio culposo. E h� decis�o anterior do Tribunal de Justi�a desqualificando a acusa��o de dolo eventual.
A cena do crime: os carros ficaram destruídos com a batida que matou o comerciante Fernando Paganelli em 2008(foto: Sidney Lopes/EM/DA Press - 1/2/08)
A cena do crime: os carros ficaram destru�dos com a batida que matou o comerciante Fernando Paganelli em 2008 (foto: Sidney Lopes/EM/DA Press - 1/2/08)

Segundo a den�ncia do promotor, Gustavo estaria num motel na BR-356, no Bairro Olhos D’�gua, com um grupo de pessoas. Eles teriam alugado duas su�tes e deixaram o local por volta das 4h. O rapaz passou pelo Buritis antes de acessar a Raja Gabaglia. Dirigiu um bom trecho na contram�o. Desde o acidente, houve grande batalha judicial.

Em 2009, Gustavo foi pronunciado por homic�dio simples, resultado que o obrigaria a passar pelo Tribunal do J�ri. A defesa recorreu ao Tribunal de Justi�a (TJ) e conseguiu reverter a pron�ncia, levando o caso ao ju�zo comum. Por�m, o Minist�rio P�blico acionou o STJ, que entendeu a tese de crime contra a vida e reformou o ac�rd�o, determinando que Gustavo fosse julgado pelos jurados. A decis�o foi acompanhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em mais outro recurso da defesa.

A vi�va e os dois filhos da v�tima acompanharam o julgamento. O primog�nito, Bruno Nunes de Castro, disse que a fam�lia se sentiu aliviada ao ter certeza de que o futuro de Gustavo seria decidido pelo J�ri e n�o por um juiz de vara criminal. “Foi um ato inconsequente (o do autor), uma jun��o de fatores. Nenhuma pena no mundo vai reverter essa situa��o”.

 

TR�S PERGUNTAS PARA

Bruno Nunes de Castro, filho da v�tima

Voc� acredita que seu pai foi v�tima de um crime?
N�o foi um acidente de tr�nsito, isso foi um crime, por ter subido na contram�o embriagado, em alta velocidade, n�o ter prestado socorro.

Quais foram as consequ�ncias disso para sua fam�lia?
Isso acarretou na nossa fam�lia diversas perdas di�rias porque minha m�e, logo depois, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Eu com 15 anos, meu irm�o com 13, a gente praticamente teve que inverter os pap�is. Viramos m�e e pai dela. Cuidar, porque ela ficou de cama internada dois anos.

Voc� acha que uma condena��o pode servir de exemplo para quem ainda insiste em beber e dirigir?
Eu acho, porque a destrui��o e a perda di�ria que a gente vive n�o pode acontecer. Tudo que eu queria era n�o estar aqui, vivendo este momento, te dando esta entrevista, porque eu s� queria meu pai vivo.


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